Estudo Condutor Português

23 V – Sumário Executivo 1. Introdução Quem são os condutores portugueses? Que tipo de veículo utilizam nas suas deslocações? Quantos quilómetros percorrem anualmente? Que perceção têm dos transportes públicos e porque não os utilizam com maior frequência? O que pensam da segurança rodoviária e do estado das estradas? Que medidas defendem? Estas são algumas das questões abordadas neste estudo do Observatório ACP e que traça um completo perfil dos condutores portugueses, revelando padrões de mobilidade, estado do parque automóvel e o comportamento nas estradas portuguesas. Para traçar este perfil, foram analisados os padrões de mobilidade, o parque automóvel, o comportamento dos condutores e as medidas que defendem. 2. Padrões de mobilidade Os portugueses estão cada vez mais adeptos do carro e a taxa de motorização está a aumentar - 459 automóveis por cada mil habitantes -, com prejuízo para os transportes públicos, que perdem utentes. Três em cada quatro condutores, conduzem diariamente, sendo, também, a quase tota- lidade, condutores de veículos ligeiros. 47% dos condutores faz entre 50 a 200 km por semana. Uma das razões para a predominância do automóvel, que leva 78% dos inquiridos a optar por ele nas suas deslocações casa-trabalho, prende-se com a sua flexibilidade, sobretudo quando há percursos intermédios, como levar crianças à escola ou jardim-de-infância. O segundo modo de transporte mais frequente são os transportes públicos, com cerca de 10%, seguido da deslocação a pé, com 7% das preferências. Já para 3,5% a moto é o meio de eleição e apenas 0,2% escolhe deslocar-se de bicicleta. A valorização dada ao conforto e à privacidade suplantam o estatuto social e o estilo de vida associados à posse do automóvel. As mesmas razões caraterizam as escolhas dos inquiridos quando se trata do percurso ca- sa-local de estudo, embora a opção pelo carro surja em percentagem menor: 45% dos es- tudantes deslocam-se de automóvel e 30% de transportes públicos, enquanto 3,8% optam pela moto e 1,9 pela bicicleta. Ou seja, a maioria opta pelo automóvel para os percursos casa-trabalho e casa-escola. A principal preocupação dos agregados familiares com automóvel tem a ver com a falta de estacionamento junto ao local de residência: 31% não tem estacionamento próprio e estaciona na via pública. No que toca à perceção sobre os transportes públicos, uma das preocupações menos re- levantes para os inquiridos é o preço. A eficiência do transporte, medida por fatores como pontualidade, flexibilidade, frequência, tempo de viagem, entre outros, pesa muito mais na avaliação final. Com efeito, a frequência e a qualidade das ligações oferecidas (onde a existência de transbordo obrigatório é um fator negativo determinante) são sistemati- camente os aspetos que são percebidos como os menos satisfatórios da oferta, com uma pontuação média a variar entre 2,8 a 2,9 numa escala de 1 (mais negativo) a 5 (mais po-

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