Estudo Parques Dissuasores
pela procura local ou residencial. Apenas há uma certeza: estes parques vão ter como efeito negativo direto, a médio prazo, a clara indução de tráfego rodoviário de e para o centro de Lisboa. Um dos parques anunciados que pode realmente dissuadir a entrada de carros na cidade é o da Pontinha, com 2200 lugares, mas vai chegar mais de um ano depois da data prometida pela EMEL. A verdade é que no presente os factos mostram que não há transportes em quantidade nem qualidade e a cidade também não dá resposta eficiente às centenas de milhar de solicitações de estacionamento. ENTRECAMPOS VAI PERDER ATÉ 76% DO ESTACIONAMENTO A Câmara de Lisboa pretende reduzir até 76% do estacionamento na zona de Entrecampos. A forte redução de estacionamento na via pública sem qualquer contrapartida de oferta de estacionamento em estrutura só vai agravar o problema existente para os residentes na zona, já que os novos usos comerciais previstos para a zona vão acentuar esse défice. A anulação de lugares para estacionamento público no troço da Avenida 5 de Outubro com a Avenida das Forças Armadas e a passagem superior da linha ferroviária, pode atingir valores extremamente penalizantes, quer para os residentes, quer para os futuros utilizadores desta área. Operação integrada de Entrecampos - oferta de estacionamento na via pública A redução de estacionamento na via pública em toda a zona de intervenção da Unidade Integrada de Entrecampos, pode variar entre os 37% e os 76% dependendendo este número da futura reserva de lugares de estacionamento para o público no loteamento da Avenida das Forças Armadas – 451 lugares Oferta atual 1.153 lugares Redução de estacionamento Entre 37% e 76% 4 de 4 A rede de transportes que serve toda aquela área encontra-se atualmente deficitária, não fazendo parte da solução para a maior parte das viagens geradas pela construção de mais de 700 apartamentos, três creches e um jardim infantil, a que soma a criação de 138 mil metros quadrados de escritórios e ainda 40 mil metros quadrados de lojas de rua. Veja-se o que aconteceu com a instalação do El Corte Inglés no Bairro Azul ou do Centro Comercial Colombo em Carnide, que pioraram a situação dos moradores da zona. Perante esta revolução urbanística, há que afetar mais lugares de residentes nos parques subterrâneos previstos para a zona e com preços idênticos aos praticados pela Emel. Ao mesmo tempo, é preciso garantir uma boa oferta para os utilizadores comerciais da zona, com uma política tarifária que seja atrativa para os que ali forem fazer compras, tal como se verifica noutros pontos da cidade, como o Centro Comercial dos Olivais. Outro problema que vai ser criado com a reconfiguração de Entrecampos vai ser a mistura do tráfego de atravessamento e o tráfego local, de acordo com a proposta urbanística apresentada. Atendendo à geração de tráfego prevista pelos usos terciários, há que definir um sistema de acessibilidade aos parques de estacionamento que não colida com os arruamentos da zona pois Entrecampos se situa na proximidade ou é marginado por avenidas que dão acesso à ponte 25 de Abril, à radial de Benfica e à Segunda Circular, para além das vias que são estruturantes da cidade.
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