Como travar a sinistralidade rodoviária se o Estado não dá o exemplo?

| Revista ACP

A segurança rodoviária é uma prioridade das políticas europeias e mundiais. Na Europa, assinou-se recentemente o compromisso “Estradas Seguras”, com o objectivo de reduzir para metade o número de vítimas até 2020. O combate à sinistralidade rodoviária em Portugal conheceu algumas melhorias, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Desde logo nas práticas. Não enviar para o Ministério Público as averiguações do acidente que envolveu o secretário-geral da Administração Interna, Mário Mendes, que circulava a 120 Km/hora na Avenida da Liberdade, em Lisboa, (numa zona onde a velocidade máxima permitida é de 50 Km/hora), é uma machadada na credibilidade das autoridades.

É muito difícil lutar pela mudança de comportamentos e atitudes quando o exemplo não vem de cima. Um estrondoso acidente, provocado por um claríssimo excesso de velocidade, que envolveu duas viaturas do Estado no coração de Lisboa, à hora de ponta, com danos físicos e materiais não só para os ocupantes desses automóveis, não foi considerado um crime público, apesar de configurar várias infracções rodoviárias muito graves.
Como travar a sinistralidade rodoviária se o exemplo não vem de cima?

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