Neste Módulo falaremos de Outras Provas de Regularidade. Nas Provas de Regularidade Hectométrica o ponto de controlo pode estar a cada 100 metros, nas Provas de Regularidade Absoluta pode estar em qualquer ponto e nas provas que abordaremos neste módulo, conheceremos a localização dos pontos onde podemos ser controlados.
Para exemplificar como se realiza uma Prova de Regularidade por Figuras juntamos, mais uma vez, uma filmagem da equipa Nuno Serrano/Alexandre Berardo num Peugeot 205 GTI. A prova que esta equipa realiza, no filme, é a que vem na Carta de Controlo do Módulo 1, a Prova de Regularidade por Figuras de Tesoureira.
Mas, antes de verem o filme, leiam este manual para compreenderem o seu conteúdo.
Provas de Regularidade por Figuras (PRF)
Estas provas de regularidade têm a particularidade de todos os possíveis pontos de controlo serem figuras do Road-Book.
Antigamente era necessário somar os parciais das figuras do Road-Book, de modo a ter o total da prova; só depois poderíamos usar as tabelas de médias para colocar em cada figura a hora de passagem. Isto ainda pode acontecer mas, hoje em dia, no início de cada prova, as distâncias do Road-Book começam do zero.
São provas onde geralmente os Road-Book têm mais referências que o normal, para haver mais possíveis pontos de controlo.
Se tivermos um aparelho de cálculo de médias e as médias forem fornecidas, basta seguir o aparelho sabendo que o controlo só poderá ser efetuado nas figuras.
Estes podem indicar-nos a média da prova, mas na maioria das provas são-nos fornecidas tabelas, com as horas de passagem em todas as figuras do Road-Book.
Se a média varia, e ao termos apenas as horas de passagem nas figuras, a dificuldade destas provas reside em saber qual a velocidade a que devemos circular. Temos de ter em conta que durante a realização das PERC não podemos parar e, conforme o sistema de cronometragem, podemos ter de passar nos pontos a mais de 30 km/h.
As PRF podem ser simples ou podem tornam-se muito difíceis, para navegadores e pilotos, se tiverem muitas mudanças de média e muitos cruzamentos. Obriga a uma redobrada atenção do navegador para não falhar uma mudança de direção no meio de muitas figuras que podem atrapalhar.
Exemplo de uma Regularidade à figura com média de 45 km/h:
Resolução da PRF de Tesoureira | Carta de controlo do módulo 1)
Considerando a hora de partida do Exercício do Módulo 1, que era 12:15, a hora de início da prova é:
12:15 + 0:48 = 13:03
Nas PRF o início pode ser em qualquer figura, mas geralmente está marcado na estrada por meio de placas.
Pela fotografia em cima verificamos onde é o local de início e qual a média que devemos efetuar na parte inicial (não é obrigatório existirem as placas de início e com a média a cumprir, embora seja normal existirem nas provas ACP Clássicos).
Na PRF em questão, foi entregue uma tabela específica para a prova.
Através do ficheiro fornecido com o módulo anterior, podemos calcular as horas de passagem em cada cruzamento, mas como é em excel, só o podemos fazer se tivermos tempo para isso.
Road Book
Como se realiza uma Regularidade por Figuras | Vídeo
Com a Tripla Nuno Serrano/Alexandre Berardo/Peugeot 205 GTI
Convém reparar nalguns detalhes:
Se na PRH do Módulo 3 o único aparelho que funcionava no carro era o cronómetro, na PRA do Módulo 4 todos funcionavam, sendo o Blunik o mais importante. Na PRF voltamos a ter o Blunik desligado, mas temos o contador de metros a funcionar.
No entanto, como a equipa é muito experiente, a prova é feita só com o cronómetro, porque o piloto tem a perceção da velocidade correta
Há equipas que andam um pouco mais depressa e abrandam mais perto da figura e, para isso, o contador de metros é muito importante.
Relativamente à comunicação do navegador, esta pode ser em contagem decrescente ou indicando que é para o segundo X.
.
Reparem que, nesta prova, o Alexandre Berardo acaba por fazer as duas coisas. Primeiro, diz qual o segundo em que o piloto tem de estar no ponto e, depois, faz a contagem decrescente até ao segundo exato. Não podemos afirmar qual é o procedimento correto, pois varia de equipa para equipa.
Provas de Regularidade por Setores (PRS)
São provas em que a equipa tem de percorrer um percurso que está dividido em vários setores. O tempo gasto para efetuar um dos setores será tido como referência para estabelecer o tempo ideal para percorrer os outros setores. Os setores poderão ou não ser consecutivos, mas o seu início e final terão sempre de ser indicados com sinalética descrita no regulamento particular da prova. O controlo de tempos só se realiza junto às placas e não no meio dos setores.
A fórmula de como deve realizar a PRS pode vir no Regulamento mas, geralmente, vem na Carta de Controlo e temos de a interpretar enquanto estamos a estudar o Road-Book. Os pilotos mais experientes podem agarrar no Road-Book enquanto guiam, para deixar o navegador efetuar os cálculos. No entanto, o mais habitual, é o navegador fazer as contas e orientar-se no Road-Book.
Exemplo:
Os pontos A, B, C e D distam 500 mts entre cada um.
Os concorrentes devem fazer menos 2 seg entre B e C, do que entre A e B.
O tempo entre C e D deve ser inferior em 4 seg. ao tempo entre A e B.
O primeiro setor deve ser efetuado à média de 45. (40 segundos)
Nestas provas é preciso ver qual a fórmula e respeitá-la. Se não conseguimos efetuar o primeiro setor no tempo pretendido, que neste caso é a referência, temos de respeitar essa diferença para os seguintes.
Pegando no exemplo:
O segundo em 38 segundos e o terceiro em 36.
Se percorrer o primeiro setor em 42 segundos, devo respeitar este tempo e fazer o segundo em 40 e o terceiro em 38, obtendo uma penalização de 2 segundos.
Se fizer o primeiro em 42 segundos, mas quiser efetuar o que tinha inicialmente previsto ia ter uma penalização de 6 segundos. (2 por atraso no primeiro, 2 por avanço no segundo e 2 por avanço no terceiro)
Podemos criar uma tabela, como a que vemos ao lado, com os tempos que podemos realizar, para não penalizar.
Provas de Controlos Horários sem Paragem (CHSP)
Prova de Regularidade em que a média é verificada através de Controlos Horários indicados na Carta de Controlo e/ou no Road-Book, identificados no terreno por placas normalizadas de controlo horário (relógio sobre fundo encarnado), com indicação da distância a percorrer entre eles e do tempo dado para o fazer. As distâncias podem ser iguais ou diferentes.
Atenção que nestas provas não se pára na placa de controlo, ou em qualquer parte do percurso, como o próprio nome da prova o indica.
Esta é uma prova de regularidade com os pontos de controlo previamente fixados, através de placas de CHSP. E só nestes pontos é que as equipas podem ser controladas.
Neste caso, se penalizamos num CHSP por atraso, temos de recuperar para o seguinte.
Estas provas efectuam-se da mesma forma que da PRF só que, no caso das PCHSP as figuras não são sinais de trânsito, cruzamentos ou placas de localidade assinalados no Road-Book, mas sim e somente as placas normalizadas com o relógio sobre fundo vermelho.
Provas Mistas
Para complicar ainda mais a tarefa do navegador, existem ralis onde uma mesma PECR inclui vários tipos de prova. Por exemplo, começa numa Regularidade Hectométrica e depois passa a Regularidade Absoluta.
Neste caso, a dificuldade está em que numa Regularidade Hectométrica o que conta são os marcos da estrada e, no final desta parte, o contador de metros existente no carro terá uma diferença grande, que temos de acertar para realizar corretamente a Regularidade Absoluta.
No caso deste exemplo, também há equipas que realizam uma destas provas como se fossem duas. De início o navegador “canta” para cada marco e, no final, iniciam o Blunik ou Rabbit para a segunda parte.
Não são provas fáceis e o ACP Clássicos nunca realizou uma prova mista.
Módulo anterior Próximo módulo