Os 70 anos do Mercedes-Benz 300SL “Gullwing”

| Revista ACP

Considerado o pai dos hipercarros modernos foi produzido graças à insistência de um importador de automóveis para o mercado norte-americano.

Mercedes-300-SL

Quando há 70 anos o Mercedes-Benz 300 SL se deu a conhecer ao mundo no Salão Automóvel de Nova Iorque, surpreendeu pela estética mas sobretudo pelo inovador sistema de abertura de portas em forma de “asa de gaivota” – daí a denominação “Gullwing”. Apesar de ser uma novidade em automóveis de série na época, já era um artifício utilizado pela marca desde 1952, no protótipo de competição 300 SL (W 194). Foi uma solução de compromisso encontrada pelo genial engenheiro Rudolf Uhlenhaut, que havia projetado um chassi tubular de estrutura espacial muito leve. Por ser um modelo de competição construído numa carroçaria de alumínio, não foi complicado optar por aquele sistema de portas que facilitava o acesso dos pilotos.

Depois da retirada do protótipo de corrida, a versão de estrada do 300SL só viu a luz do dia graças à insistência de Max Hoffman, o importador da marca para os Estados Unidos, que acreditava no êxito deste modelo tão original no crescente mercado americano no pós-guerra. E conseguiu convencer os responsáveis da marca a avançarem com a produção do superdesportivo alemão após encomendar-lhes 1.000 unidades, juntamente com outras 1.000 unidades do Mercedes-Benz 190SL, de desempenho mais modesto. Foi essa a razão pela qual os dois modelos da linha SL foram apresentados oficialmente em Nova Iorque e não em Frankfurt ou Genebra, como era costume da marca.

Derivado de um carro de corrida, o 300 SL oferecia todas as garantias ao nível do desempenho, mas também havia senãos, a começar pelo acesso ao interior devido à limitação do chassi tubular. No protótipo de competição o volante era simplesmente removido para o piloto se acomodar. Mas como no modelo comercial isso não seria viável, os engenheiros da Mercedes desenvolveram uma solução de volante basculante, que podia ser girado para baixo ficando em posição horizontal, facilitando assim a passagem das pernas e dos pés do condutor para se acomodar no banco. Uma pequena alavanca no cubo libertava ou travava o movimento basculante do volante.

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Detalhes que não beliscaram o sucesso comercial do 300SL, que equipado com um motor 6 cilindros em linha e 3 litros, desenvolvia 240 cv de potência com uma velocidade máxima a ultrapassar os 250 km/h, tornando-o num dos mais potentes da sua época. O seu preço também acompanhava a elevada fasquia deste desportivo que na época custava nos EUA quase 7.000 dólares (quase 6.500 euros ao câmbio de hoje). O Mercedes-Benz 300 SL “Gullwing” é considerado por muitos o pai dos hipercarros modernos, além de ser um dos clássicos mais apreciados de sempre.

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