4 raridades que comemoram 50 anos

| Revista ACP

Alfa Romeo Alfetta Spider Coupé, Fiat 124 Abarth Gr. 4, Fiat 126 e Lancia Fulvia HF 1600 "14" são modelos emblemáticos que foram produzidos em 1972.

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O departamento Stellantis Heritage, responsável por salvaguardar o legado histórico da Alfa Romeo, Fial, Lancia e Abarth acaba de eleger da sua coleção quatro icónicos modelos pelo facto de comemorarem 50 anos. São eles o Alfa Romeo Alfetta Spider Coupé, o Fiat 124 Abarth Gr. 4, o Fiat 126 e o Lancia Fulvia HF 1600 "14". Todos reunidos pela sua notável ligação ao ano de 1972 e pela cor vermelha que partilham nas suas carroçarias vão agora marcar presença na 39ª edição da Automotoretrò, um evento dedicado a automóveis clássicos que terá lugar no Lingotto Fiere, em Turim, de 28 de abril a 1 de maio.

O Alfa Romeo Alfetta Spider Coupé é exemplar único e foi desenhado por Pininfarina, do Museu Alfa Romeo em Arese. Já a produção do Fiat 124 Abarth Rally começou em 1972 e terminou em 1975, depois de 995 unidades terem saído das oficinas Abarth em Corso Marche, Turim. Em comparação com o Fiat 124 Sport Spider em que se baseia, o Fiat 124 Abarth Rally Group 4 está equipado com um motor mais potente e é muito mais leve, possível graças à adoção de um tejadilho em fibra de vidro e de portas em alumínio.

Após as modificações efetuadas pela Abarth Racing Team, este modelo fez a sua estreia durante a época de corridas de 1972, tendo depois continuado a sua carreira até 1975. Um ano mais tarde, em 1976, foi substituído pelo 131 Abarth Rally. Equipado com um motor de 1756 cc capaz de fornecer até 215 cv de potência nas suas várias evoluções, o 124 Abarth Rally alcançou duas vitórias no Campeonato da Europa de Ralis (1972 e 1975) e venceu o Campeonato do Mundo de Construtores ao longo de quatro épocas consecutivas (de 1972 a 1975).

Em 1972, dezasseis anos após o seu lançamento, a FIAT precisava de começar a pensar no substituto do seu porta-estandarte, o 500, modelo que mobilizou a Itália. As necessidades de mobilidade tinham mudado, as viagens estavam a tornar-se mais longas e o tráfego estava a tornar-se mais intenso: a necessidade de conforto e segurança estava a aumentar, e a habitabilidade tornou-se um requisito essencial. Com base na experiência adquirida em pequenas cilindradas, a FIAT procurou desenvolver um novo automóvel para reforçar os argumentos de facilidade de condução e eficiência e que, ainda assim, assumia um design mais moderno e funcional, claramente inspirado pelo seu "irmão maior", o FIAT 127: esta foi a génese do FIAT 126.

Herdou as especificações técnicas e motores do 500, mas levou o seu desempenho e habitabilidade ao nível seguinte: linhas angulares com quatro confortáveis lugares e uma velocidade máxima de 105 km/h. Uma carroçaria monobloco com uma estrutura diferenciada e um sistema simplificado de reforços, para um compartimento de passageiros particularmente rígido e resistente a impactos passivos: a segurança foi ainda aumentada pelos travões atuados por circuitos hidráulicos separados. A suspensão consistia numa configuração independente às quatro rodas com vista ao máximo conforto e contava, ainda, com uma visibilidade muito ampla devido ao seu pequeno tamanho. Foi escolhido um robusto motor de dois cilindros com 600 cc, como uma evolução natural da variante de 499,5 cc aplicada em quase quatro milhões de unidades do FIAT 500.

A estética foi, igualmente, um fator importante, pelo que o FIAT 126 foi apresentado como um automóvel onde foi dada grande atenção aos seus acabamentos: os bancos e as portas foram estofados em couro sintético, todo o piso foi coberto com um tapete de nylon e o habitáculo foi revestido por uma camada de um material de isolamento acústico. Tal como o 500, foi um sucesso imediato: a sua produção só terminaria em 2000, depois de mais de 4,6 milhões de unidades terem sido vendidas em toda a Europa.

Revelado em 1965, o Fulvia Coupé foi desenhado por Piero Castagnero, que se inspirou nas linhas das lanchas Riva daquela época. Movido por um motor V4 com uma cilindrada que viria a subir de 1,2 para 1,6 litros, o Fulvia foi um imediato sucesso comercial e foi rapidamente considerado para utilização em ambiente de competição. Depois de se ter tornado um dos grandes nomes dos ralis no final dos anos 60, o Fulvia Coupé lideraria a HF Lancia Racing Team durante várias temporadas. O seu maior sucesso - um feito inesperado contra automóveis mais recentes, de maior cilindrada e com rendimento muito superior - foi a vitória no Rali de Monte Carlo de 1972, com a equipa Sandro Munari e Mario Mannucci.

O veículo em exposição, ainda com os indícios desse feito memorável na sua carroçaria, conta com o motor em V de 4 cilindros e 1,6 litros, modificado para desenvolver até 160 cv, bem como a icónica decoração vermelha, "racing red", com o capô pintado de preto mate para evitar reflexos, embelezado ainda pela expressão "Lancia - Italia". É reconhecido pelos entusiastas de todo o mundo como o "Fulvia 14", pelo seu número na corrida do Mónaco.

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