A Volvo Cars lançou o primeiro passaporte de bateria de um veículo elétrico do mundo, onde estão registadas as origens de matérias-primas, componentes, conteúdo reciclado e pegada de carbono para seu topo de gama elétrico, o EX90, que esta semana começou a ser produzido na fábrica da Volvo em Charleston, na Carolina do Sul.
O passaporte foi desenvolvido pela Volvo, que é propriedade da chinesa Geely, em parceria com a startup britânica Circulor, que usa a tecnologia "blockchain" para mapear cadeias de fornecimento para empresas, e levou mais de cinco anos a ser desenvolvido.
Os passaportes de bateria serão obrigatórios para os veículos eléctricos vendidos na União Europeia a partir de fevereiro de 2027, onde revelam a composição das baterias, incluindo a origem dos principais materiais, a sua pegada de carbono e o conteúdo reciclado.
Segundo Vanessa Butani, responsável pela sustentabilidade global da Volvo, citada pela Reuters, a antecipação deste passaporte em quase três anos antes da sua obrigatoriedade tem como objetivo a transparência.
Esta vontade de transparência por parte da Volvo já teve episódios anteriores. Recorde-se que em 2021 a marca de origem sueca revelou um estudo onde se concluia que um elétrico, desde a sua produção até cumprir 200 mil km, gerava ainda maiores emissões do que o mesmo modelo a combustão analisado nas mesmas circunstâncias.
Os proprietários da Volvo podem aceder a uma versão simplificada do passaporte utilizando um código QR no interior da porta do condutor. Mas Butani revelou que o passaporte será gradualmente alargado a todos os veículos eléctricos da Volvo. Uma versão mais completa do passaporte vai ser entregue aos reguladores.
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Este passaporte também vai incluir informação atualizada sobre o estado de saúde da bateria do elétrico - vital para avaliar os elétricos usados - durante 15 anos e custará à Volvo cerca de 10 dólares por carro, revelou o CEO da Circulor, Douglas Johnson-Poensgen.
A tarefa da Circulor consiste em rastrear os materiais das baterias, desde a mina até aos automóveis individuais, monitorizando os sistemas de produção dos fornecedores para seguir os materiais ao longo da cadeia de fornecimento, ao mesmo tempo que e verifica as faturas mensais de energia dos fornecedores - e a quantidade de energia que provém de fontes renováveis, de forma a calcular a pegada de carbono total. Por isso, se a Volvo integrar um novo fornecedor, a Circulor terá de o auditar para manter a informação actualizada, afirmou Johnson-Poensgen.