Estima-se que 30 a 45% da população adulta sofra de insónias, estando estas intimamente relacionadas com taxas mais elevadas de ansiedade e depressão.
Existem vários tipos de insónias:
- a insónia inicial, assim designada quando existe dificuldade em iniciar o sono;
- a insónia intermédia, que acontece quando se tem dificuldade em manter o sono;
- a insónia terminal, que designa o acordar muito cedo.
É também considerado insónia quando o sono não é restaurador ou é de má qualidade.
Estando sempre relacionada com o sono (ou falta dele), a insónia é, assim, considerada uma doença do sono.
Numa consulta de clínica geral, cerca de 69% dos doentes apresentam sintomas de insónias. Contudo, esta continua a ser uma doença sub-diagnosticada, levando a que muitos doentes não recebam o devido tratamento. É, por isso, importante contar com um plano de saúde que permita o acesso aos melhores cuidados de saúde.
A importância do sono
Um sono reparador é essencial à saúde e ao bem-estar. O défice de sono afeta o sistema imunológico, a pressão arterial, a respiração, a saúde cardiovascular, as hormonas do crescimento, o stress e até mesmo o apetite. Não dormir o suficiente aumenta ainda o risco de obesidade, doenças cardíacas e cerebrovasculares, infeções, depressão, defeitos cognitivos, demência e até de cancro.
O que causa insónias
A insónia pode ser considerada um problema primário, quando não é provocada por condição física ou mental, ou secundário, como consequência de outra doença médica ou psiquiátrica ou, ainda, devido a medicamentos.
A insónia crónica está geralmente associada ao stress, a eventos ou hábitos de vida que perturbam o sono.
Principais fatores de insónias
- Stress Preocupações com o trabalho, estudos, saúde ou familiares levam, amiúde, a episódios de insónias. Outras situações que resultam em stress podem ser a morte ou doença de um familiar ou amigo, divórcio ou o desemprego.
- Ansiedade Alguns episódios da vida quotidiana podem levar a estados de ansiedade. O estudo “Sono e Covid”, realizado pelo Centro de Eletroencefalografia e Neurofisiologia Clínica, que envolveu 5.500 portugueses entre os 18 e os 99 anos, concluiu que o sono dos portugueses piorou, em média, 10% durante o confinamento. Apesar de ser uma percentagem pouco significativa, ainda assim revela como a ansiedade tem influência no nosso sono. Aliás, sabe-se que os distúrbios do humor e ansiedade estão presentes em 30 a 50% dos doentes que sofrem de insónias.
- Depressão: pode levar tanto a sonolência como a episódios de insónias.
- Trabalhos por turnos: todos temos um ritmo circadiano próprio, uma espécie de relógio interno. Este sistema orienta o ciclo de sono-vigília, metabolismo e temperatura corporal. Perturbar estes ciclos pode causar insónias. É o que acontece com quem trabalha por turnos ou quando se faz uma viagem para zonas com um fuso horário diferente.
- Maus hábitos: como não ter um horário certo para dormir, fazer sestas, tomar estimulantes antes da hora de dormir, trabalhar, comer ou ver televisão no quarto.
- Jantar tardiamente: refeições muito tardias e, sobretudo, pesadas podem interferir com o sono.
- Condições de saúde: como dores crónicas, dificuldades respiratórias, perturbação de apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas e necessidade de urinar frequentemente durante a noite podem influenciar o sono, levando a episódios de insónias.
Consequências
Uma noite mal dormida ou completamente em claro tem um impacto no funcionamento social, ocupacional e de outras atividades que ocorrem durante o dia. Sentir sonolência, fadiga, estar rabugento ou com problemas de concentração ou de memória são algumas das sensações mais comuns depois de uma noite de insónia. E as repercussões não são apenas no trabalho ou na escola. Conduzir cansado pode levar a que o condutor adormeça ao volante, pondo em risco a própria vida, e a dos restantes passageiros e a de quem circula na estrada.
10 formas de prevenir as insónias
Ainda que os fármacos possam ajudar a evitar episódios de insónia, antes de os tomar, opte por fazer pequenas alterações no seu estilo de vida.
- Pratique exercício físico, preferencialmente durante o dia, cinco horas antes da hora de dormir.
- Se tem dificuldade em adormecer, evite fazer sestas durante o dia.
- Reduza o consumo de cafeína, sobretudo perto da hora de dormir.
- Reduza o consumo de álcool. Ainda que possa facilitar o início do sono, o álcool tende a torná-lo mais leve, com maior probabilidade de acordar durante a noite.
- Evite a nicotina. Tal como a cafeína e outros estimulantes, tem um efeito no organismo que se prolonga até oito horas.
- Evite comidas pesadas ao jantar ou antes de se deitar.
- Antes de se deitar, evite utilizar o computador, a televisão, o tablet ou mesmo o telemóvel, pois a luz azul que emitem pode afetar o relógio biológico do cérebro e a produção da hormona do sono (a melatonina), perturbando o seu tempo e a sua qualidade.
- Crie uma rotina de sono: antes de se deitar, leia um livro, oiça música calma ou tome um banho quente, e faça-o todos os dias.
- Implemente um horário fixo, deitando-se e levantando-se sempre à mesma hora, incluindo durante os fins de semana.
- Não use o quarto para outras atividades (como ver televisão ou trabalhar) que não dormir, criando um ambiente confortável em relação à temperatura (que não deve estar nem muito fria nem muito quente), iluminação e silêncio.
Tratar a insónia
Se é verdade que os medicamentos para dormir podem ajudar no imediato, a longo prazo podem criar dependência, acabando por deixar de fazer o devido efeito. A terapia cognitivo-comportamental pode ser uma das soluções para quem sofre de insónias, uma vez que ajuda a perceber as causas subjacentes à insónia, permitindo trabalhá-las para a promoção de um sono com mais qualidade.
O mais importante: as doenças do sono, como a insónia, podem ser prevenidas e tratadas, apesar de as estimativas indicarem que apenas um terço dos doentes procura apoio médico. É por isso que um plano de saúde que permita o acesso aos melhores cuidados de saúde, como o do ACP, pode fazer a diferença no momento de pedir ajuda.
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O conteúdo deste artigo tem caráter informativo e não dispensa a consulta do seu médico.