Enquanto sobe em flecha a moda dos SUV’s em toda a Europa, cai em proporções diferentes o apetite pelas motorizações diesel, que durante décadas dominaram o panorama europeu em diversos segmentos do mercado.
A evolução dos blocos diesel em termos técnicos foi elevada a uma escala tal, que a apetência por conduzir carros a gasóleo tornou-se um hábito, tal a facilidade de conjugar potência com economia, e uma evidente satisfação em conduzir ao longo de centenas de quilómetros. Se este prazer de conduzir um turbo-diesel criou alguns vícios, o que contraria os puristas eternos amantes dos motores a gasolina, os novos tempos apontam para o final do sonho diesel, numa tentativa de solucionar os graves problemas ambientais que o mundo atravessa.
O recente problema enfrentado pela Volkswagen com os seus motores diesel, foi tão empolado, que rapidamente viajou dos EUA para todo o mundo, confundindo-se emissões de Nox com CO2. Com mais ou menos espionagem industrial à mistura, os avisos ecologistas surtiram efeito e o gigante alemão até já anunciou lançar 30 modelos elétricos na próxima década, desinvestindo no desenvolvimento de motores diesel.
Agora, encontrar soluções viáveis e sustentáveis de mobilidade, é um desafio para os principais construtores mundiais. Primeiro afastam-se a motorizações diesel, com os necessários apoios e incentivos governamentais, depois promovem-se tecnologias híbridas e Plug-in, numa conjugação de motores de combustão a gasolina com motores elétricos, para acabar num futuro muito próximo em motores exclusivamente elétricos.
E os sinais dos tempos aí estão, com grandes cidades como Paris e Madrid a prepararem-se para banir carros movidos a gasóleo e a Alemanha a anunciar que em 2030 irá acabar em definitivo com os carros de motor exclusivamente a combustão, quer sejam a diesel como a gasolina. E enquanto não se atinge a mobilidade totalmente elétrica, a Volkswagen garante investir apenas no desenvolvimento de motores a gasolina nos EUA, com a Mercedes-Benz a ameaçar ir pelo mesmo caminho.
Normas mundiais de emissões mais apertadas obrigam a medidas drásticas, com a Europa ainda a tentar resistir, mas com a procura de motores diesel a cair um pouco por todo o mundo.
Diversos incentivos verdes estimulam compra de automóveis elétricos um pouco por todo o mundo, com Portugal a não fugir à regra. Os próximos anos serão decisivos para se medir o futuro dos diesel, embora se conheça a sua morte anunciada.
O custo das novas tecnologias para tornar os motores diesel respeitadores das regras é tão elevado que, todos os construtores já apontam as suas baterias para o desenvolvimento de pequenos motores a gasolina com baixo custo de produção e claro para um futuro totalmente elétrico, onde a condução autónoma também terá um importante papel.
O final do sonho diesel está mais perto do que se julga. De tal forma que as memórias de Rudolf Diesel, que já gozaram momentos de glória, parecem agora totalmente ultrapassadas.