Quase duas décadas após ter falido, e cinco anos depois de se ter voltado a falar na marca por causa do aparecimento de imagens de um protótipo, eis que a Famel está de regresso. Um renascer que se faz à boleia do mais famoso modelo do fabricante de Águeda, a XF-17, mas agora em versão elétrica e com o novo nome: E-XF.
Trata-se da primeira moto a bateria a ser fabricada em Portugal e, fazendo justiça ao modelo que lhe serve de base, quadro, garfo, braço oscilante, avanços e assento são em tudo idênticos à velhinha XF-17. Nem o depósito não ficou esquecido, se bem que nesta matéria serve mesmo pelas memórias, já que nesta máquina de duas rodas não há lugar a combustível, apenas eletricidade.
Uma proposta com uma potência máxima de 6cv capazes de uma velocidade máxima de 70 km/h, se bem que, por questões legais, está limitada a 45 km/h. Uma configuração que, em conjunto com uma bateria de 72V e 40A, permite à E-XF uma autonomia de até 70 km e para a qual são necessárias apenas 4 horas de carregamento.
“O regresso como marca portuguesa de motociclos elétricos foi uma decisão difícil por causa da herança e cultura do passado, mas abraçámos esta missão para um futuro mais limpo e para nos afirmarmos perante as próximas gerações que serão também os nossos motociclistas, como uma marca volta para o futuro,” explica Joel Sousa, o atual dono da marca.
“Podíamos ter ido pelo caminho óbvio de colocar um motor a gasolina. Talvez para Portugal fizesse mais sentido, mas temos de ser mais ambiciosos e projetar a marca para fora, começando desde já pela Europa. Mas isto só se consegue com um produto inovador e com enorme potencial de conquistar mercados como os dos motociclos elétricos, que ainda estão em aberto, mas a crescer rapidamente,” refere ainda.
Para já o modelo ainda está em produção, mas já é possível fazer pré-reservas da primeira edição limitada do modelo, que estará disponível para entrega a partir de 2022 e com um preço estimado na ordem dos 4.100 €.