A investigação interna iniciada pelo Conselho de Supervisão da Volkswagen em outubro de 2015 sobre as causas que levaram ao Dieselgate chegou agora ao fim e o grupo germânico vai levar os responsáveis a tribunal.
A investigação, levada a cabo pela empresa de advogados Gleis Lutz a pedido do Conselho de Supervisão, abrangeu todos os elementos da Conselho de Administração do grupo à data do escândalo e concluiu que houve negligência por parte dos responsáveis.
Ao longo dos quase seis anos que durou a investigação, o escritório de advogados reuniu mais de 65 petabytes de dados e um total de mais de 480 milhões de documentos, dos quais cerca de 1,6 milhões de ficheiros foram identificados como relevantes, o que levou a mais de 1.500 entrevistas. A investigação levou ainda em linha de conta os relatórios da US Monitor, bem como outros procedimentos judiciais levados a cabo um pouco por todo o mundo.
Em resultado desta investigação, que é já considerada a mais extensa e complexa levada a cabo numa empresa na história económica da Alemanha, o Conselho de Administração do Grupo Volkswagen decidiu interpor ações em tribunal contra o antigo Presidente do Conselho de Administração do Grupo, Martin Winterkorn, e contra antigo membro do Conselho de Administração do Grupo e Presidente do Conselho de Administração da Audi AG, Rupert Stadler, os únicos que a investigação considerou terem sido negligentes face ao sucedido.
Os antigos membros da Administração da Audi, Ulrich Hackenberg e Stefan Knirsch, bem como o antigo membro da Administração da Porsche, Wolfgang Hatz, também vão ser levados a tribunal por falhas de proteção da empresa ao abrigo da lei alemã das empresas cotadas em bolsa.
De recorder que, além dos 27,4 milhões de euros que o grupo foi obrigado a pagar em multas e penalizações, recaem ainda sobre o aglomerado germânico mais uma série de processos movidos pelas justiças alemã e norte-americana e que ainda estão a decorrer.