A primeira quinzena de abril confirmou o descalabro do mercado nacional de automóveis: o mercado de ligeiros de passageiros teve uma queda de 86%. Ou seja, neste período foram matriculados apenas 838 veículos quando, no período homólogo de 2019, tinham sido matriculados 6208. Note-se que a maioria das 838 novas matrículas referem-se a veículos encomendados antes de 16 de março. Quer isto dizer, segundo os dados da ACAP, que a queda do mercado português foi sempre na ordem dos 80% desde meados de março. Em pior estado, segundo aquela associação empresarial do ramo automóvel, encontra-se o mercado de viaturas usadas, muito próximo do estagnado.
Para a ACAP, "esta situação, leva-nos a concluir que o sector automóvel é, sem dúvida, dos mais afectados por esta grave crise. Por outro lado, e como consequência, temos uma perda de receitas por parte do Estado que, só nestas duas semanas, estimamos em 15 milhões de euros".
A ACAP quer um Plano de Apoio ao Sector Automóvel, que passa por um aumento de 100% na linha de apoio à compra de veículos eléctricos; incentivo ao abate de veículos em fim de vida; suspensão de pagamento de IUC e uma linha de crédito específica para as empresas do sector com uma parte do capital a fundo perdido.
O sector automóvel é responsável por 21% do total de receitas fiscais, por 25% das exportações de bens transacionáveis, representa 19% do PIB e emprega directamente 200.000 pessoas.