Acaba em julho o carregamento gratuito dos carros eléctricos na via pública. O Governo vai avançar com a cobrança nos postos de carregamento rápido, que no próximo ano deve ser alargada aos restantes postos espalhados pelo País.
Mas ainda não se sabe como vai ser a forma de pagamento. Os operadores têm liberdade para fixar os preços, que serão conhecidos em breve. Tal como o gasóleo e gasolina os valores vão variar de posto para posto e ao longo do tempo, com a diferença de que o custo por quilómetro no carro eléctrico deverá ser três vezes inferior do que no veículo a gasóleo.
Carregar a bateria do carro em casa ou no emprego para percorrer cem quilómetros, o valor a pagar de eletricidade é de 2,50€
A fixação da tarifa é livre e dependerá de três situações: o preço do serviço de carregamento definido pelo operador do posto, o valor da energia eléctrica fixado pelo fornecedor mais a comissão devida à Mobi.e, a definir pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), mas que não será cobrada em 2017.
Postos de carregamento rápido são os preferidos
A rapidez e o facto de não ter de pagar pela energia é o que motiva os portugueses a preferirem os postos de carregamento rápidos. Em meio ano, os automobilistas trocaram os carregamentos normais (que demoram entre seis a oito horas a encher a bateria) pelos postos rápidos que apenas precisam de 15 a 30 minutos para carregar 80% da bateria.
Não há dúvida que por agora é mais vantajoso estacionar o carro por alguns minutos na rua e ligá-lo a um posto rápido do que utilizar a tomada de casa ou do emprego, que além de demorar muito mais tempo fixa em 2,50 euros o valor a pagar de electricidade por um carregamento que dá para fazer cem quilómetros. Mesmo assim, muito mais barato que os 8 euros necessários para abastecer o carro de gasóleo económico, se este gastar sete litros para percorrer igual distância.
Entre novembro de 2016 e maio de 2017 os postos da via pública geridos pela Mobi.e quase duplicaram passando de 1.789 utilizadores para 3.256
A rede pública gerida pela Mobi.e conta com 37 postos de carregamento rápido dentro das cidades e em cinco auto-estradas (A1, A2, A5, A22 e A23). Quase duplicou entre novembro de 2016 e maio deste ano, passando de 1.789 utilizadores registados para 3.256.
Mas até ao final do ano a rede Mobi.e vai ser alargada com a instalação de 202 novos postos de carregamento semirápidos (que demoram entre uma hora e hora e meia a encher as baterias dos veículos) nos concelhos que ainda não são servidos pela rede pública. Cada um destes postos terá duas tomadas.
Até ao final do ano prevê-se que a rede pública de carregadores elétricos chegue a todos os concelhos do país e supere os 1.600 postos
Por sua vez, o Governo está a reforçar a rede de carregamentos rápidos. Aos 12 postos existentes, acrescentaram-se 25 já operacionais em nove cidades e quatro auto-estradas, encontrando-se mais 16 em fase de instalação (seis em cidades e dez nas A6, A7, A8, A22 e A23). Até ao final do ano prevê-se a colocação de mais nove postos com localização ainda por definir.
Mas a rede pública de carregadores vai continuar em expansão prevendo-se que até ao final do ano chegue a todos os concelhos e supere os 1.600 postos.
Desde o início da instalação de postos de carregamento eléctrico, os veículos que se abasteceram na rede pública já percorreram 13,5 milhões de quilómetros sem pagar.
Que fazer para carregar o carro em casa
Para quem está a pensar em comprar um carro elétrico o ideal é que tenha uma garagem ou um espaço livre onde possa instalar o seu carregador. Se não for esse o caso, também é possível a instalação de postos de carregamento em apartamentos, mas depende das condições do lugar de estacionamento.
Outra solução é carregar o veículo numa tomada normal, através de um cabo específico fornecido pela marca automóvel, embora um posto de carregamento em casa permita uma maior comodidade, rapidez de carregamento e segurança. Pode-se controlar os consumos e até optar pelo pagamento em prestações nas faturas de energia.