A lista dos 8 Grandes Phantoms que a Rolls-Royce vai reunir na principal sala de exposições da Bonham de 29 de julho a 2 de agosto chegou a meio, e logo com um carro que promete prender o olhar de todos os que marcarem presença. Juntando-se à celebração do 50º Aniversário do Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, a marca de luxo vai levar até Londres aquele que é, provavelmente, o mais espampanante Phantom de todos os tempos: o Phantom V de John Lennon.
Foi a 3 de junho de 1965 – o mesmo dia em que Edward H White saiu da cápsula da Gemini 4 para se tornar no primeiro americano a caminhar pelo espaço – que John Lennon recebeu a chave de algo muito especial: um Rolls-Royce Phantom V na cor Valentine Black. Anos mais tarde ele disse que sempre quis ser um milionário excêntrico e o Phantom acabaria por ser um passo importante para a concretização desse sonho.
Lennon personalizou o Phantom V ao estilo de uma verdadeira lenda do rock... O banco traseiro foi convertido numa cama para dois, com uma televisão, telefone e frigorífico a serem instalados no carro, bem como um gira-discos e um sistema de som único que incluía uma coluna exterior.
Depois, em abril de 1967, com o terminar da gravação do incontornável álbum dos Beatles, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Lennon contratou o preparador JP Fallon, de Surrey, para dar uma nova pintura ao Phantom. As novas cores do carro foram dadas a conhecer ao mundo inteiro a 1 de junho, aquando do lançamento mundial do Sgt. Pepper’s, e a verdade é que parecia fazer parte de todo o conceito da obra discográfica.
O novo esquema de cores é frequentemente descrito como “psicadélico”, em particular o predominante amarelo, uma clara ligação à capa do álbum. Contudo, um olhar mais atento revela não um conjunto aleatório de rabiscos, mas um desenho floral claramente Romani, como os usados pela etnia cigana nas suas carroças e barcos.
Este Phantom V foi usado por Lennon com regularidade até 1969 (o músico também era proprietário de um menos “berrante” Phantom V branco). Ele usou o Phantom, antes de o mandar pintar, para receber a MBE (Most Excellent Order of the British Empire) em 1965, e depois em 1969, já com o novo esquema de cores, para devolver a condecoração ao Palácio em protesto, entre outras coisas, contra a Guerra do Vietnam.
O carro foi depois enviado para os Estados Unidos em 1970, altura em que Lennon se mudou para o outro lado do Atlântico e foi usado para deslocações de outras lendas do rock, como os Rolling Stones, Bod Bylan e os Moody Blues. Em 1977, e após um período em que esteve armazenado, foi doado pelo bilionário Jim Pattison ao Real Museu da Colômbia Britânica em Vitória, na Colômbia Britânica, no Canadá.