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Porsche já abasteceu um 911 com o seu combustível sintético

| Revista ACP

Fábrica de e-Fuel no Chile produz para já 130 mil litros por ano, mas espera atingir os 550 milhões em 2027.

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Apesar do avultado investimento que muitas marcas estão a fazer na mobilidade elétrica, nem todas estão convencidas de que os carros elétricos representam a única solução para reduzir as emissões. E a Porsche é das que mais tem investido nessa "rebeldia", inaugurando agora a sua fábrica de combustíveis sintéticos, localizada no Chile. Para celebrar a façanha, a marca de Estugarda encher o depóisito de um 911 com as primeiras gotas de eFuel desenvolvido naquela unidade.

O eFuel é feito a partir de água e dióxido de carbono utilizando energia eólica, sendo esta uma das razões pelas quais as instalações se situam em Punta Arenas. O sul do Chile é ventoso, com mais de 270 dias por ano com os ventos necessários para as turbinas eólicas funcionarem em plena capacidade. A fábrica fica também perto do Estreito de Magalhães, facilitando o escoamento do combustível para todo o mundo.

Nesta fase piloto, a fábrica vai produzir cerca de 130.000 litros de eFuel por ano. É certo que esta quantidade ainda é mínima - só em 2019 Portugal gastou aproximadamente 6,5 mil milhões de litros de gasóleo e das gasolinas 95 e 98.

Mas há planos para aumentar a produção de e-combustível até meados da década, prevendo-se atingir até 55 milhões de litros por ano. A Porsche espera que a capacidade aumente para 550 milhões de litros dois anos mais tarde.

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Embora os eFuels ajudem a Porsche a chegar à neutralidade carbónica, que pretende atingir até 2030, tem também outros benefícios. Os combustíveis sintéticos poderão ajudar a reduzir as emissões aos mais de 1,3 mil milhões de automóveis com motores de combustão interna que vão continuar a circular durante décadas.

Segundo Michael Steiner, membro do Conselho Executivo para o Desenvolvimento e Investigação da Porsche, os eFuels "oferecem aos proprietários dos automóveis a combustão uma alternativa quase neutra em termos de carbono". E vai ajudar o fabricante de automóveis a manter os seus carros, antigos e novos, na estrada.

Os combustíveis sintéticos também estão a ser desenvolvidos por outras marcas. A Audi já testou diesel sintético em 2010, e outros fabricantes de automóveis ainda estão a investir e a desenvolver veículos movidos a hidrogénio. Um cenário provável é um futuro em que as múltiplas tecnologias nos permitam circular, com elétricos, hidrogénio, e eFuel, todos disponíveis para diferentes aplicações.

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