A base é a mesma do Kodiaq e até o nome se inspira na linguagem dos esquimós – quer dizer qualquer coisa como “carro-flecha” – mas o potencial do Karoq é ainda mais elevado. Mais compacto e, por isso mesmo, limitado a cinco lugares, contra os sete propostos no Kodiaq, o novo SUV da marca checa insere-se numa classe ainda mais competitiva. E se globalmente os SUV continuam a crescer de vendas, são as classes mais baixas aquelas que mais tem potenciado essa progressão. Curiosamente, a classe onde o Karoq se insere – para rivalizar diretamente com os “primos” do Grupo Volkswagen, o VW Tiguan e o Seat Ateca – já era perfeitamente familiar da Skoda, onde durante quase uma década vendeu o Yeti. E embora a Skoda tenha considerado que o Yeti conheceu um bom sucesso, pois em apenas seis anos atingiu o meio milhão de unidades, o Karoq abre perspectivas ainda melhores: hoje não só este mercado é mais vasto, como o modelo oferece bastante mais do que era proposto com o Yeti.
Para começar, o Skoda Karoq surge com uma gama que se divide por cinco motorizações, duas a gasolina e três a diesel, sendo todas sobrealimentadas por turbocompressor. Além disso, o Karoq é ainda proposto com transmissão manual de seis velocidades, ou com caixa automática de sete velocidade DSG. Há versões de tração dianteira e 4x4, neste caso recorrendo a uma sistema Haldex, que reparte automaticamente o binário pelos eixos em função das necessidades de motricidade em cada momento. E, por fim, há ainda três variantes de equipamento à disposição dos clientes, sendo que o mais básico foi suprimido, de modo a que a gama se posicione desde um nível acima da média.
As motorizações a gasolina arrancam com uma unidade de três cilindros com 1,0 litros de cilindrada e 115 cv de potência, completando-se com o novo motor 1.5 TSI, de quatro cilindros com 1,5 litros, que rende 150 cv. Este 1.5 TSI tem a particularidade de desativar dois cilindros quando não é necessário tanto binário, solução que permite economizar até meio litro de gasolina por cada 100 quilómetros percorridos. A oferta a gasóleo é toda constituída por motores turbodiesel de quatro cilindros em linha, o “clássico” 1,6 litros, neste caso com 115 cv, seguindo-se duas versões do 2.0 TDI: com 150 e 190 cv. Adiante-se que o 1.0 TSI apenas é fornecido com tração dianteira, sendo que o 2.0 TDI somente é produzido com tração integral e caixa automática de sete velocidades DSG.
Dotado das mais recentes ajudas à condução, que começam já a ser regra em cada novo modelo, sobretudo a partir de uma gama média, como é o caso, o Karoq apresenta-se bastante recheado de tecnologia. E no nível mais completo podemos dispor de um programa dinâmico de controlo de chassis, com três modos de funcionamento. Além disso, o condutor pode ainda escolher quatro modos de condução, normal, eco, sport e individual, que no último caso regista as preferências específicas mais habituais. As versões 4x4 contam com um programa específico para todo terreno, o “Off-Road Mode”, bem como outro específico para neve. Com 4382 mm de comprimento total, o Skoda Karoq distingue-se pelo amplo espaço interior. Mesmo os três lugares traseiros são suficientes para três adultos, dada a largura e altura do habitáculo. E a bagageira permite transportar volumes entre 521 e 1630 litros, que podem ainda ser expandidos até aos 1810 litros com a opção VarioFlex, que permite não só deslizar o assento traseiro para a frente e para trás, aumentando o espaço para carga ou para as pernas dos passageiros.
Espantoso é o aproveitamento do habitáculo para criar espaços que permitam guardar objetos, sejam garrafas de água, seja até um guarda-chuvas, que dispõe de um local próprio, por baixo do porta-luvas, no lado direito do tablier. Ao nível do equipamento, os bancos traseiros VarioFlex são apenas uma das opções, que contam também com aquecimento em todos os lugares e no volante, ou também com um sistema de ar condicionado automático que dispõe de uma função que “limpa” o ar no habitáculo. Somam-se ainda o teto de abrir panorâmico, ou a chave personalizada, que regista os dados pessoais do condutor, regulando, por exemplo, o banco para a posição gravada assim que as portas são abertas
Do ponto de vista da segurança, o melhor indicador é o facto do Karok ter acabado de ser distinguido com a pontuação mais elevada dos exames realizados pela EuroNCAP: as cinco estrelas! Ao nível da proteção dos passageiros adultos, o Karoq recebeu quase o máximo, obtendo 95 pontos em 100, além de ter igualmente recebido uma excelente avaliação na proteção contra peões, sobretudo em termos de lesões nas pernas. A dotação de elementos de segurança deste modelo ultrapassa o essencial. Contam-se nove airbags em todas as versões, e quanto mais elevado o nível de equipamento, mais ricos são aqueles que contribuem para a segurança. Como exemplos, podemos indicar o sistema de controlo de velocidade de cruzeiro com radar adaptativo, que reduz automaticamente a velocidade quando detecta um veículo mais lento adiante, recuperando para a que está programada assim que o ultrapassamos; importante é ainda o sistema de travagem de emergência que previne as distrações no trânsito urbano e alerta ou trava automaticamente, que impedir as tão arreliadores colisões nos engarrafamentos. De resto, e ainda falando de equipamento, mas em termos de entretenimento e conforto a bordo, as opções deste Skoda são múltiplas, permitindo mesmo posicionar o Karoq num nível bastante luxuoso.
O lançamento do Karoq está previsto de modo faseado. E se alguns países, muito poucos, irão comercializar o modelo já no final desde ano, outros somente o irão introduzir em 2018; é o caso de Portugal, onde a SIVA estima apresentar a gama Karoq no início da primavera.