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Fabricantes elogiam plano de Bruxelas mas pedem mais ambição

| Revista ACP

Construtores realçam “viragem pragmática” nos planos da UE, mas alertam que querem mais incentivos.

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A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, sigla anglo-saxónica) reconhece que o plano para a indústria automóvel, apresentado na quarta-feira pela Comissão Europeia, evidencia uma “viragem pragmática”. No entanto, os fabricantes referem que o plano não visa “ações ambiciosas”, como incentivos para “reduzir os custos de fabrico de automóveis, carrinhas, camiões e autocarros”.

“Os fabricantes europeus estão empenhados na mobilidade com zero emissões, tendo já investido centenas de milhares de milhões de euros na transição [energética]”, lê-se num comunicado da ACEA.

“No entanto, como demonstram os dados do mercado, os fabricantes não podem, por si só, efetuar a transição ao ritmo exigido pela legislação da União Europeia [EU]. São necessárias ações ambiciosas para impulsionar as infraestruturas, incentivos à procura e medidas para reduzir os custos de fabrico de automóveis, carrinhas, camiões e autocarros”, prossegue o organismo.

Não obstante, a ACEA saúda “o facto de plano de ação reconhecer a necessidade de racionalizar e simplificar a regulamentação e de tomar medidas que reforcem a vantagem competitiva da Europa noutros domínios, como a condução autónoma”.

Para Sigrid de Vries, diretora-geral da ACEA, citada no documento, o plano de Bruxelas “identifica muitos domínios-chave que têm de ser trabalhados de imediato”.

 

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“A flexibilidade proposta para cumprir os objetivos de CO2 [emissões de dióxido de carbono] nos próximos anos é um primeiro passo bem-vindo para uma abordagem mais pragmática da descarbonização ditada pelas realidades geopolíticas e do mercado”, afirma de Vries.

A responsável considera que a Comissão Europeia está a dar “algum espaço de manobra para os fabricantes”, mas alerta que essa margem só será útil se “as tão necessárias medidas relativas à procura e às infraestruturas de carregamento entrem em vigor”.

A ACEA diz, ainda, estar pronta para continuar a dialogar com a UE para uma estratégia de longo prazo. A associação de fabricantes refere que a indústria automóvel é responsável por 13,2 milhões de postos de trabalho, contribuindo com 384 mil milhões de euros em receita fiscal, representando 7,5% do PIB da UE.

A ACEA representa os 16 principais fabricantes automóveis da União Europeia, incluindo os grupos BMW, Volkswagen, Volvo, Renault e Stellantis.

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