Mais de 150 centros de inspeção mecânica gastaram no total 30 milhões de euros a fazer obras de adaptação de forma a poderem incluir as motos com mais de 250 cc nas suas atividades inspetivas, mas a falta de legislação complementar por parte do Governo está a atrasar as implementação desta obrigatoriedade. Com as obras prontas desde novembro do ano passado, os centros de inspeção ponderam vir a pedir indemnizações ao Governo por este atraso, noticiou o jornal "Público", na edição desta segunda-feira.
Previstas na lei desde 2012, estas novas inspeções deverão incluir motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior a 250 cc, bem como reboques e semi-reboques com peso superior a 750 kg. Segundo os cálculos do Ministério do Planeamento e das Infra-Estruturas, estima-se ficarão sujeitos às novas regras um total de 336 mil novas veículos, que passam a fazer inspeções de dois em dois anos ou anualmente. De fora deste cronograma estão os motociclos, triciclos e quadriciclos novos com cilindrada superior a 250 cm3, isentos de inspeção nos primeiros quatro anos após a matriculação.
O tema das inspeções às motos foi alvo de grande polémica no ano passado, depois de a medida ter sido anunciada em maio, não pelo Governo (que depois a confirmou, mas sem indicar data de arranque), mas sim pelo presidente da Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel, Paulo Areal, que em entrevista ao Jornal de Notícias adiantou até que a medida entraria em vigor em outubro e iria ter um custo de 12,5 euros + IVA.