Celorico de Basto
- Castelo de Celorico ou de Arnóia – fica de facto no lugar de Arnóia, nas imediações de Celorico, e esta localidade, hoje uma das freguesias de Celorico, era a sede de concelho, a Vila de Basto, à altura da construção deste monumento militar.
Não se pode determinar, com exatidão a data da sua construção, embora se saiba que foi anterior à da fundação da nacionalidade e que terá sido erguido sobre as ruínas de um povoado castrejo. É constituído por uma linha de muralhas, a torre de menagem com uma barbacã, pequena e destinava-se a região do vale do Tâmega das investidas árabes, durante a reconquista. Seguro é que tanto o castelo, como a região de Celorico já existiam como tal, no séc. XI.
É Monumento Nacional e, em 2002 foi sujeito a um processo de recuperação, tornando possível que hoje seja visitado por quem se deslocar àquela região.
- Pelourinho do Castelo – IP, data do séc. XVI
- Centro Interpretativo do Castelo de Arnóia – após as obras de restauração do Castelo, e tendo a escola primária sido recentemente desativada, aproveitou-se essa infra estrutura, que foi remodelada, para ali ter a funcionar este Centro Interpretativo. Nele têm lugar atividades didáticas e culturais, exposições temporárias de temáticas interessantes – históricas, religiosas, artísticas. Simultaneamente e porque é dedicado ao Castelo de Arnóia, mostra a sua História e a da Vila de Basto, antiga Sede de Concelho. Curiosamente, a antiga escola, onde o Centro está instalado, fica junto ao Pelourinho de Vila de Basto. Numa das salas está patente uma maquete animada que mostra os trabalhos finais da construção da torre de menagem do castelo, nos séc. XIII e XIV.
Existem, no concelho, dois outros espaços museológicos recentemente criados: - um deles inserido no Parque Urbano do Rio Freixieiro, na vila e outro na freguesia de Rego, que versa o Circuito Turístico dos Moinhos de Argontim.
- Capela da Quinta de S. Silvestre – é um espaço que está destinado a realizar exposições e que fica junto à Biblioteca Municipal de Celorico de Basto
- Casa do Prado – é uma casa nobre do séc. XVIII, posteriormente remodelada no século seguinte. Foi construída tirando partido dos desníveis do terreno, de modo que a fachada norte, por exemplo, dispõe de um terraço que tem acesso direto ao andar nobre, já a fachada sul, que está a nível inferior, foi dotada de uma torre ameada, que data da construção inicial da casa. A parede virada a leste é a que tem uma varanda corrida, sobre a entrada e que faz parte do andar nobre – ela é revestida de azulejos. A casa, pintada de amarelo, é obra do arquiteto Raul Lino, que transportou para aquela região o tipo de solares citadinos, com o andar nobre a dar para os jardins
- Mosteiro de S. João de Arnóia – pensa-se que este mosteiro beneditino terá sido construído antes da nacionalidade, sendo conhecido por Mosteiro de S. João do Ermo. De acordo com documentos existentes, os fundadores terão escolhido um local praticamente deserto, porque queriam dedicar o mosteiro a S. João Baptista. Foi um mosteiro bastante rico mas, no tempo de D. João I, alguns senhores de Celorico com alguns direitos e proteção do rei alienaram terras do mosteiro porque não havia ninguém que os pudesse impedir de tal. O mosteiro ficou assim sem grande parte das suas rendas. Mediante a falta de rendimento e, depois a extinção das ordens religiosas, ele foi abandonado e, mais tarde lá foi instalado o Hospital da Stª Casa da Misericórdia. Posteriormente passou a lar da terceira idade, que é a ocupação atual.
- Biblioteca Municipal, denominada “Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa” – está instalada em edifício moderno, foi inaugurada em 2001 e dispõe não só de livros, que se pode ler nas salas respectivas, como levar para casa, como de revistas e equipamentos multimédia – CD, video. Tem também, à disposição da população, espaço internet e a possibilidade de consultar os arquivos municipais, para além de fomentar atividades de animação, tudo se conjugando para desenvolver culturalmente as gentes e o município.
Em Gandarela de Basto existe também uma filial desta biblioteca municipal.
- Camélias e Jardins de Basto – Todo o concelho de Celorico de Basto apresenta, nos jardins dos seus solares ou igrejas, cameleiras ou japoneiras – árvore que terá sido trazida do Oriente, nos Descobrimentos. É também conhecida por Rosa da China.
Como já dito, a mais antiga cameleira está nos jardins da Casa do Campo, em Molares – no séc. XIX surge uma nova conceção de jardins, em que os arbustos e algumas árvores são talhadas, esculturadas. A moda foi levada para Celorico pelas irmãs Pinto Basto, educadas em Inglaterra e, assim, as cameleiras e os jardins do concelho passaram a apresentar esculturas interessantes. Para além da Casa do Campo, há belos exemplares destas cameleiras esculturadas nos jardins das: Quinta do Prado, Casa de Gandarela, Casa do Souto, Casa do Barão e Casa de Toiande, entre outras. Vale a pena determo-nos na contemplação destes jardins, apreciando a beleza, a precisão, a arte de cada uma das esculturas…
Freguesia de Arnóia
- Ponte de Arame – é uma ponte constituída por cabos de arame entrelaçados, com um estrado de madeira, e que serve para atravessar o Tâmega. Foi construída depois de ter sido encerrada a via férrea que servia as populações daquela zona
Freguesia de Basto S. Clemente
- Solar do Souto – solar do séc. XVII
- Casa da Gandarela – solar em estilo barroco, cujo jardim é o elemento mais digno de nota
Freguesia de Borba de Montanha
- Castro de Barrega e Miradouro – restos de povoação castreja, prova da ocupação da região por povos pré-históricos.
Freguesias de Caçarilhe
- Monte do Viso – este monte, tem 856 m de altitude, o ponto mais alto do concelho, onde predomina o verde e se desfruta de uma panorâmica alargada e onde se encontra a Ermida de Nª Senhora do Viso, com Romaria a 8 de Setembro. A zona de lazer existente permite ir lá fazer uma merenda ou, quem sabe, passar um bocado a ler um dos livros da Biblioteca Municipal.
Freguesia de Canedo de Basto
- Casa do Canedo – é também conhecida por Casa do Barreiro. A construção deste solar data do séc. XVII
Freguesia de Fervença
- Igreja do Salvador de Fervença – fica no lugar de Assento e, como não podia deixar de ser, numa encostado vale do Ribeiro de Esporão. Esta Igreja esteve, no séc. XIII no cerne de uma discórdia entre um clérigo e Gil Vasques, rico homem de Fervença – tinha a ver com posse de terras, pelo facto de as que pertenciam à igreja serem muito extensas. Só a intervenção do rei sanou a questão. Sofreu várias transformações e adaptações ao longo dos tempos, conservando da traça românica a abside românica.
Freguesia de Molares
- Casa do Campo – é um magnífico solar, com genuína traça minhota, que data do séc. XVIII e dispõe de espigueiro, eira, alpendre e um fantástico jardim de camélias, com a mais antiga japoneira (cameleira) de Portugal
Freguesia de Rego
- Estela de Vila Boa – IP, foi reutilizada para base de um cruzeiro
- Moinhos de Argontim – são um conjunto de vários moinhos, ao longo do Rio Bugio, que constituem, no seu conjunto, um cenário de grande beleza. Do conjunto fazem também parte uma serração de madeira, movida a água, uma azenha e até um alambique – todos estes engenhos foram recuperados e, em conjugação com funcionalidades modernas, constituiu-se o Circuito Turístico dos Moinhos de Argontim e o Núcleo Museológico do Planalto de Montelongo (este mostrando a moagem de cereais e frutos secos), que podem ser visitados, sobretudo ao fim de semana, ou noutras alturas, com marcação prévia.
Freguesia de Ribas
- Igreja do Salvador de Ribas – fica no lugar de Cerdeira, numa encosta, sobranceira ao rio Veade, afluente do Tâmega – Ribas deriva efetivamente do acidentado do terreno. A origem da igreja remonta do séc. XII, quando terá sido fundado neste local um pequeno mosteiro, pelos Cónegos Regrantes de Stº Agostinho – apesar de as Inquirições de 1220 e 1258 não darem nota da existência do mosteiro, o facto é que existem documentos que comprovam a origem e a data da fundação da igreja.
Freguesia de Veade
- Casas da Boavista – IP, solar muito interessante, com belos jardins e os seus elementos decorativos
- Casa do Outeiro - IP, foi reconstruída em 1860, após um incêndio que a destruiu quase por completo
- Igreja de Stª Maria de Veade – fica no lugar de Igreja, românica, terá tido, na sua origem, um eremitério, fundado no séc. XIII, numa propriedade particular que, posteriormente, passou para a estirpe dos Guedeões, como testemunha a inscrição num silhar de granito, numa das paredes da igreja, junto ao portal – era uma inscrição funerária.
ECOPISTA DO TÂMEGA
O “Caminho de Ferro do Valle do Tâmega” foi pensado para servir a população da região e também para favorecer a intensa atividade agrícola, mineral e florestal que existia na altura – estávamos no final do séc. XIX.
Esta linha fazia a ligação entre a estação de Livração, na Linha do Douro e Arco de Baúlhe, passando claro por Amarante, Celorico e Mondim de Basto, com 51,7 km de comprimento. A construção teve início em 1905, chegou a Amarante em 1909 e só em 1932 a Celorico, tendo sido concluída em 1949, quando chegou a Arco de Baúlhe.
Durante décadas funcionou em pleno e foi encerrado, em 1990, o troço entre Amarante e Arco de Baúlhe, em 2009 cessou o funcionamento do resto da linha.
Como em outros sítios, os concelhos abrangidos resolveram aproveitar aqueles trechos do caminho de ferro e adaptá-los para passeios pedestres e de bicicleta – tal como anteriormente, o percurso é suave, com pouco declive, como era conveniente para o tráfego ferroviário…
Este percurso tem, na Estação de Celorico de Basto, no centro da vila, o seu ponto fulcral – um núcleo onde é contada a história da linha férrea, a possibilidade de alojamento no edifício ou no albergue (antigo armazém adaptado), aluguer de bicicletas, hipótese de tomar um banho, depois de uma tirada cansativa…
De Celorico para norte, até Arco de Baúlhe, são cerca de 17 km de paisagem deslumbrante sobre o rio Tâmega, mormente na aproximação da estação de Mondim de Basto que, por acaso, fica numa das freguesias de Celorico Veade), sobretudo da ponte do Caniço tem-se uma vista deslumbrante do rio e da montanha próxima – a estação tem nas paredes belos quadros em azulejos azuis e brancos, versando temas da atividade agrícola, como é apanágio de muitas das estações construídas na altura em que esta foi. Depois surge a ponte de Matamá, uma das obras mais importantes de toda esta linha, toda em granito e de altura considerável. A partir daqui, a pista afasta-se mais do rio e atravessa vinhedos de dimensão considerável, bem dispostas e alinhadas, que darão os vinhos de basto, verde, e que se estendem até à freguesia de Canedo de Basto. Deste lado, a ecopista termina na estação de Arco de Baúlhe, onde se encontra o Núcleo Museológico dedicado aos caminhos de ferro (ver Cabeceiras de Basto)
De Celorico para Amarante são 22 km, passando junto a zona de floresta, até chegar à aldeia de Lourido, onde existe a ponte de arame. Segue-se uma zona de xisto e, à vez, como que numa trincheira ou tendo vista privilegiada do vale do Tâmega e da montanha que o acompanha.