O carregamento de carros elétricos ainda gera algumas dúvidas, sobretudo quando falamos de carregamentos domésticos.
- Como carregar?
- É necessária uma tomada específica?
- O que é afinal uma wallbox?
Neste artigo, explicamos-lhe tudo sobre o carregamento de carros elétricos em casa, em total segurança.
É possível carregar um carro elétrico em qualquer tipo de casa?
Os habitantes de moradias têm a vida mais facilitada quando falamos do carregamento de carros elétricos em casa. Mesmo quando a habitação não tem garagem própria. É que nestes casos, regra geral, é fácil estacionar-se perto de casa e fazer chegar uma tomada elétrica.
Quando se vive em apartamentos que têm garagens individuais (as chamadas boxes), em que existem pontos de eletricidade alimentados pelo quadro elétrico associado ao apartamento, fazer um carregamento doméstico também é fácil. Mas o mesmo não se pode dizer quando falamos de casas com garagens coletivas, em que existem lugares de estacionamento reservados. Nestes casos, existem três soluções:
- Haver uma tomada ligada ao quadro elétrico do apartamento do condómino - o que acontece em edifícios mais recentes, pois é uma imposição legal.
- Quando tecnicamente possível, instalar um cabo que ligue o lugar de estacionamento ao apartamento do condómino.
- Usar energia elétrica comum do condomínio. Nestes casos, o condómino utilizador deve assumir os custos energéticos perante um acordo com o condomínio - através da instalação de um contador de energia elétrica associado à tomada do carregamento, pode saber-se qual o valor que deve ser pago ao condomínio.
Mas existe ainda um outro tipo de habitação: os edifícios sem garagem. Nestes casos, o carregamento de carros elétricos é impossível através de uma tomada doméstica. E utilizar uma extensão desde casa até ao local onde se estacionou o carro não é solução.
Potências e tomadas
Apesar de ser possível o carregamento de carros elétricos em casa, a MOBI.E (rede de abastecimento de mobilidade elétrica nacional) não o aconselha mediante a "utilização de tomadas convencionais para o carregamento". Isto porque a corrente utilizada nas tomadas domésticas (de 2,3 kW) não tem potência suficiente para carregar estes veículos. Assim, existem soluções próprias para carregamentos domésticos.
Mas estas soluções só são realmente vantajosas quando usadas devidamente. É que utilizar uma tomada doméstica num carregador, como uma wallbox, pode demorar muito tempo. Por exemplo, caso a bateria do veículo seja das mais potentes, o carregamento pode durar até 48 horas.
É por isso que quase todos os veículos elétricos vêm com um cabo para carregar a bateria numa tomada “normal”, desde que esteja ligada à terra. Trata-se de uma tomada modelo Schuko com um sensor de temperatura integrado, o que ajuda a evitar o sobreaquecimento da instalação quando o carro está a carregar. Esta tomada tem, do lado do veículo, uma ficha Type 2 ou Mennekes. Trata-se de uma ficha comum para carregamentos com corrente alternada (a corrente elétrica produzida pelas centrais e que chega às nossas casas) quer em casa, quer nos postos de carregamento públicos.
Por questões de segurança, habitualmente estes adaptadores são limitados a uma intensidade elétrica de 10 amperes (10 A). Desta forma, garante-se o seu bom funcionamento, mesmo que se trate de uma instalação elétrica mais “fraca”.
Wallbox: a solução para o carregamento doméstico?
As wallbox são carregadores que permitem fazer o carregamento doméstico de carros elétricos. Mas as wallbox não são todas iguais. Podem ter várias potências e serem comercializadas com ou sem cabo e/ou tomada. São várias as opções disponíveis, e algumas delas têm aplicações próprias que permitem gerir os carregamentos através de um smartphone. Desta forma, pode efetuar um melhor controlo da bateria do seu veículo elétrico. Saiba como escolher uma wallbox.
Carregar o automóvel elétrico em casa oferece a vantagem de efetuar carregamentos lentos — que preservam melhor a vida útil da bateria — e de carregamentos económicos, uma vez que se pode aproveitar o período mais favorável da tarifa, caso se tenha um contrato bi-horário.