Comprar um carro elétrico usado

Com o crescimento deste segmento do mercado automóvel, comprar um carro elétrico usado tornou-se numa hipótese. Se há vantagens associadas a esta opção, nomeadamente no que respeita à acessibilidade dos preços, também há riscos a considerar. O estado da bateria, por exemplo, pode resultar em despesas imprevistas. Conheça tudo a que deve estar atento antes de fechar negócio.

Principais vantagens e desvantagens de um carro elétrico usado

Uma das grandes vantagens inerentes aos veículos elétricos prende-se com a simplicidade das verificações técnicas preliminares, sobretudo comparativamente com os carros a motor de combustão. A inexistência de componentes sujeitos a elevado desgaste, como a embraiagem ou a correia de distribuição, facilita a avaliação de um carro elétrico usado.

O próprio veículo deteta, na maioria dos casos, a existência de anomalias no motor elétrico. Basta confirmar no computador de bordo se o carro necessita de reparações.

Relativamente às vantagens em comprar um carro elétrico usado, beneficia da isenção do Imposto Único de Circulação (IUC) — nos casos em que esse benefício fiscal se aplica. Contudo, quem opta por esta solução não usufrui dos incentivos estatais à aquisição de veículos elétricos.

Uma das principais desvantagens desta possibilidade de compra decorre da rápida evolução tecnológica do setor. Consequentemente, um carro elétrico usado com apenas alguns anos pode contar com recursos tecnológicos já obsoletos e, por isso, menos eficazes.

A autonomia real do veículo

Com a quilometragem e os carregamentos ao longo do tempo (sobretudo após sucessivos carregamentos rápidos), as baterias vão perdendo a sua capacidade de armazenamento de eletricidade. Assim, além de analisar a autonomia da bateria (que varia consoante o modelo) e de perceber se está adequada às suas necessidades de mobilidade, é imprescindível avaliar a capacidade real do carro elétrico usado.

Para isso, é aconselhável a realização de um teste simples — considerando o impacto do estilo de condução ou do ar condicionado, por exemplo — para avaliar a distância que o veículo permite percorrer com uma carga. Para uma análise mais rigorosa, pode obter um diagnóstico técnico à bateria com o ACP.

Se a redução da autonomia ultrapassar os 20% relativamente à original, deve ponderar a viabilidade do negócio. Nesses casos, não decida sem saber, com toda a certeza, quanto custa a troca da bateria.

Cuidados a ter com a bateria de um carro elétrico usado

Este é, certamente, o assunto que levanta maiores preocupações. Tenha atenção a vários fatores:

• Tipo de bateria utilizado no veículo: baterias de níquel-hidreto metálico, presentes nos modelos mais antigos, têm mais desvantagens do que as baterias de iões de lítio (ler artigo Review on Li-Ion Battery vs Nickel Metal Hydride Battery in EV). A sua capacidade de carga é menor, apresentam maior tendência para se viciarem (têm mais memória) e são mais pesadas.

• Aquisição da bateria: aquando da avaliação de um carro elétrico usado é necessário averiguar se a bateria é alugada. Diversas marcas utilizaram esta prática comercial, que entretanto caiu em desuso. Se assim for, deve procurar saber se terá de assumir o pagamento desse aluguer.

• Garantia da bateria: importa verificar se a bateria ainda se encontra dentro do período da garantia.

• Verificação da vida útil da bateria: faça um teste que permita aferir sobre a sua longevidade.

Manutenção

Como referido, uma das vantagens dos elétricos relativamente aos automóveis convencionais, traduz-se nos reduzidos custos de manutenção. Porém, há mais fatores a investigar nesta área:

• Manutenções regulares: saiba se as manutenções programadas foram realizadas nos prazos previstos.

• Intervenções não previstas: verifique no historial de manutenções, se foram efetuadas intervenções não previstas, e quais os motivos — este pode ser um indício de problemas passados e/ou atuais.

• Estado de outros componentes: analise cuidadosamente o estado dos pneus, travões e suspensão.