Várias empresas norte-americanas e europeias aplaudiram a aprovação da Inflation reduction Act (Lei da Redução da Inflação - IRA) pela Administração Biden, um pacote legislativo no valor de 430 mil milhões de dólares que inclui medidas importantes para reduzir as emissões de carbono, ao mesmo tempo que pretende impulsionar a produção interna.

A lei, assinada no final do ano passado pelo Presidente Joe Biden, provocou forte reação da União Europeia, que receia que o IRA pudesse atrair as empresas para fora do espaço europeu com os seus generosos benefícios fiscais. Um medo que agora se concretiza. 

A Tesla, com vários investimentos na Europa, foi das primeiras a reagir positivamente ao chamamento de Biden, mas os principais fabricantes europeus de automóveis já demonstraram que não querem ficar atrás.

Tesla

 A empresa de Elon Musk revelou quarta-feira que já havia iniciado a produção de baterias na Alemanha, mas que agora iria concentrar a produção de células nos Estados Unidos à luz dos incentivos disponíveis através do IRA, tornando-a uma das primeiras empresas a declarar uma mudança de estratégia motivada pela lei.

Mercedez-Benz

O construtor de automóveis de luxo está prestes a investir milhares de milhões de euros para construir 10.000 pontos de carregamento rápido, começando na América do Norte em 2023, visando 2.500 pontos de carregamento em 400 locais na maioria dos estados dos EUA e Canadá até 2027.

Audi

A marca dos quatro anéis está a planear uma fábrica de automóveis eléctricos nos EUA para tirar partido dos subsídios oferecidos através da Lei de Redução da Inflação (IRA), revelou o CEO Markus Duesmann ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.

"Ainda não temos uma fábrica nos Estados Unidos. Com a Lei de Redução da Inflação do governo americano, a construção de uma fábrica de automóveis eléctricos nos EUA tornou-se, naturalmente, altamente atrativa", disse Duessmann ao jornal numa entrevista, acrescentando que estava aberto se a Audi iria construir a sua própria fábrica ou uma dentro da empresa-mãe do Grupo Volkswagen.

Volkswagen

Executivos revelaram que a fábrica da VW em Chattanooga, Tennessee, vai fabricar 90 mil veículos eléctricos em 2023, acrescentando que o novo ID.4 deverá qualificar-se este ano para o crédito fiscal total de $7.500 dos EUA ao abrigo do IRA.

BMW

A empresa bávara anunciou a intenção de produzir pelo menos seis modelos totalmente eléctricos na sua fábrica na Carolina do Sul até 2030.

Northvolt AB

O produtor de baterias Northvolt, sediado na Suécia, revelou logo em novembro que iria dar prioridade à expansão nos Estados Unidos, em detrimento da Europa, já que poderá receber até 800 milhões de euros (848,40 milhões de dólares) de ajuda estatal dos EUA para construir uma fábrica de baterias utilizadas em veículos eléctricos.