Está a crescer o número de vítimas de acidentes de trotineta e bicicleta elétricas a chegar aos hospitais, muitas vezes em estado grave, nomeadamente com lesões cerebrais e a precisar de cuidados intensivos. Segundo o Centro Hospitalar de Lisboa Central, deram entrada nas urgências, só no último semestre, uma média mensal de 31 casos graves de acidentes com trotinetas e bicicletas a requerer internamento e cirurgia.
Para se ter uma dimensão do uso de meios suaves nas cidades, Lisboa registou no início de maio um recorde de circulação de bicicletas e trotinetes, com 27 mil viagens num só dia. Os jovens são quem mais utiliza as trotinetas e bicicletas elétricas partilhadas, mas em caso de acidente os menores não estão abrangidos por qualquer seguro, já que as empresas de aluguer a operar em Portugal limitam a sua utilização a maiores de 18 anos. O Governo, através do Ministério da Administração Interna, pondera agora fixar uma idade mínima para uso de trotinetes e bicicletas elétricas, uma medida que já existe na grande maioria dos países da União Europeia. Só Portugal e Finlândia são exceção.
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Olhando para o resto da Europa, não há regras uniformes a todos os países. Na Alemanha, Itália e Suíça podem ser usadas a partir dos 14 anos, enquanto no Reino Unido, Países Baixos e Chipre é preciso ter 16. Em Espanha, basta ter 14 anos para as usar em ciclovias e 16 em estradas com velocidade máxima de 50 km/h. Em Portugal é possível tirar carta de moto com cilindrada baixa aos 16 anos.
Outra questão em debate é o uso do capacete. Em Espanha, Dinamarca, Finlândia e Grécia o seu uso é obrigatório. Em 2019 o ACP lançou uma campanha de sensibilização para o uso de capacete na condução de trotinetes e bicicletas elétricas, considerada uma medida primária para a segurança dos utilizadores.