O carro mais caro do mundo não é nenhuma dessa máquinas ultra-modernas e hiperdesportivas que normalmente são compradas pelos desportistas de topo para se deslocarem dos seus lares para os centros de treino. Aliás, olhando num primeiro relance percebe-se que será um carro valioso, mas nunca o suficiente para que lhe peçam 52 milhões de euros caso o queira comprar. Mas a verdade é que é o Ferrari 250 GTO de 1963 tornou-se, sem dúvida, a peça mais cara do mundo automóvel, atingindo valores que davam, por exemplo, para comprar "meio" melhor jogador de futebol do mundo.
Mas o que leva quatro rodas com um motor e uma carroçaria em cima atingir estes valores? Não há uma resposta definitiva, mas há um conjunto de critérios que, cumpridos, podem fazer disparar o preço de mercado. A exclusividade/raridade do modelo é dos fatores primordiais. Um carro que tenha tido uma produção muito limitada, como foi o caso do referido 250 GTO, que só viu 39 exemplares a sair da fábrica da Ferrari, tem tudo para se tornar num objeto de culto. "É o Santo Graal dos clássicos, é um carro que teve uma história desportiva muito interessante e que é muito usável fora da pista, o que o leva a atingir aqueles valores", explicou o secretário-geral do ACP Clássicos, Luís Cunha.
Importante também é a sua antiguidade e estado de conservação, havendo uma série de patamares que balizam o seu valor de mercado, como ser, por um lado, um exemplar em estado totalmente original ou ser um um exemplar mal recuperado e com peças não originais, do outro.
Outro aspecto é sua história, ou seja, o facto daquele modelo identificar um determinado aspeto da história, seja a mundial ou do próprio modelo. Os números de série nº 1 de uma produção costumam ser valorizados, ou os primeiros de uma segunda série, o facto de terem sido usados por alguma figura pública ou das artes, tudo o que crie um currículo distintivo daquele exemplar irá por certo ajudar à sua valorização.
Mas isto não explica tudo. Passar determinados valores por um clássico tem de envolver a componente emocional, pois a razão tem sempre os seus limites e bom-senso. Basta por vezes a vontade de competir por algo que só poucas pessoas podem ter no mundo para inflacionar um automóvel que, claro, tem de reunir bastantes das já mencionadas características. Assim, Ferrari, Porsche e Mercedes são as marcas que conseguem obter melhores cotações pelos seus modelos de clássicos.