A Automobili Pininfarina vai lançar uma edição especial que homenageia Guiseppe “Nino” Farina, o vencedor da primeira corrida de Fórmula 1 em 1950 ao volante de um Alfa Romeo. Denominado Battista Edizione Nino Farina, o supercarro do qual apenas vão ser construídas cinco unidades, é também uma celebração ao tio do piloto – Battista Farina, fundador da Pininfarina.
O visual desportivo deste modelo é acentuado pela cor da carroçaria em Niro combinado com detalhes em branco e azul, e o preto a realçar o tejadilho, a moldura superior das portas e parte do capôt. Também não foi esquecida a fibra de carbono aplicada em diversos componentes do carro para otimizar a sua aerodinâmica.
Cada exemplar fabricado incorpora uma placa especial que comemora um momento específico da vida de Farina. Quanto à performance, o Battista Edizione Nino Farina chega aos 1.900 cv de potência e não precisa de dois segundos para atingir 100 km/h. Prestações que ficam a dever-se aos quatro motores cada um alimentado por uma bateria de 120 kWh. A velocidade máxima é de 350 km/h. Se o condutor for poupado na condução, pode percorrer quase 500 quilómetros com uma carga completa.
Apesar da Automobili Pininfarina não ter divulgado preços para o seu mais recente modelo, espera-se que cada uma das cinco unidades venha a ultrapassar a fasquia dos dois milhões de euros, tendo em conta o elevado padrão da marca. A estreia do Battista Edizione Nino Farina vai acontecer no Goodwood Festival of Speed, entre 13 e 16 de julho de 2023.
Recordar o primeiro campeão mundial de Fórmula 1
Guiseppe “Nino” Farina foi o primeiro campeão mundial de Fórmula 1 em 1950 no circuito de Silverstone, Inglaterra. Conhecido pela sua excessiva autoconfiança em pista, despertou cedo para o automobilismo. Tinha nove anos quando teve a sua primeira experiência de condução e aos 16 anos acompanhou o seu tio Battista Farina numa corrida. Além do talento para a competição, também se destacou em outras áreas do desporto como o futebol e o esqui. Bom estudante, licenciou-se em Direito na Universidade de Turim mas continuou a dedicar-se aos automóveis. Enzo Ferrari recrutou-o para dirigir para a equipa da Scuderia Ferrari Alfa Romeo, onde se tornou amigo de Tazio Nuvolari e com ele amadureceu como piloto, conquistando vitórias até s etornar campeão italiano, no final da década de 30.
Em 1950, integrou a equipa da Alfa Romeo no primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1. O ano em que correram três poderosos Alfa Tipo 158 conduzidos pelos pilotos Nino Farina, Juan Manuel Faggio e Luigi Fagioli que terminaram a corrida por esta ordem na classificação. Nino triunfou novamente na Suíça e em Itália. Sempre implacável na pista, a desafiar a sua própria vida, teve uma carreira marcada por inúmeros acidentes que o obrigavam a constantes estadias no hospital. A este propósito, Fangio chegou a comentar que “pela forma louca como Farina conduzia só a Santíssima Virgem foi capaz de o manter na pista e todos pensávamos que um dia ela se cansaria de o ajudar”.
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A par das vitórias, Nino Farina acumulou outros tantos ferimentos incluindo graves queimaduras sofridas em Monza em 1954, que o levaram a recorrer à morfina e aos analgésicos para aliviar as dores e a continuar a desafiar o destino. Até que em 1955 se despediu da competição, tornando-se num bem sucedido revendedor da Alfa Romeo. A 30 de junho de 1966, partiu de Turim ao volante de um Lotus-Cortina com destino ao Grande Prémio da França em Reims, mas não chegou ao destino. Nos Alpes, perto de Chambery, o carro onde seguia derrapou numa curva provocando a morte do primeiro campeão mundial de Fórmula 1 agora celebrado através do lançamento de um dos superdesportivos mais rápidos de momento.