As novas regras do Código da Estrada debruçaram-se sobre os utilizadores de bicicleta, conferindo-lhes uma série de direitos, mas os legisladores esqueceram-se de um ponto essencial: a segurança de todos.
Acaba com a discriminação dos velocípedes na regra geral da cedência de passagem: tem prioridade quem se apresenta pela direita num cruzamento não sinalizado, seja um veículo a motor ou um velocípede;
Fim da obrigatoriedade de circular o mais à direita possível. Pode reservar uma distância de segurança face à berma;
Obriga o condutor a assegurar uma distância mínima lateral de 1,5 m relativamente ao ciclista e a abrandar a velocidade durante a sua ultrapassagem;
Elimina a obrigatoriedade de os velocípedes circularem nas ciclovias, permitindo ao utilizador da bicicleta optar por circular juntamente com o restante trânsito, quando não considere a alternativa em ciclovia vantajosa em termos de segurança, conforto ou competitividade;
Introduz a permissão de dois velocípedes circularem lado a lado numa via;
Permite a circulação de velocípedes em corredores BUS, quando tal for autorizado pelas câmaras municipais;
Equipara as passagens para velocípedes às passagens para peões, tendo agora os condutores dos outros veículos que ceder passagem aos condutores de velocípedes, nos atravessamentos em ciclovia;
Prevê e permite o transporte de passageiros em atrelados com crianças e isto em qualquer via;
Todas estas novas regras do trânsito expõem os ciclistas, e não só, a mais situações de risco que, por omissão ou lapso, não foram acauteladas.
O Automóvel Club de Portugal apela às autoridades competentes para a obrigatoriedade de seguro para os utilizadores de bicicleta.
Lisboa, 28 de agosto de 2013.