A edição de 2023 do WRC Vodafone Rally de Portugal, que, em maio, atravessou 15 concelhos do norte e centro do País, gerou um impacto económico recorde de 164,7 milhões de euros na economia nacional, mais 10,9 milhões de euros (7,1%) face à edição de 2022. O estudo da Universidade do Algarve – CiTUR detalha um crescimento significativo ao nível da despesa direta dos adeptos e equipas naquelas regiões.
Assim, a despesa direta gerada no rali, formada pelos gastos conjuntos de adeptos (residentes e visitantes), equipas e organização, ascendeu a 86,8 milhões de euros, mais 14% do que em 2022. Mais de metade desse valor (50,5%) teve origem em equipas e adeptos estrangeiros, cujos gastos contribuem para um evento “inigualável no território nacional em termos de promoção de exportações”, apontam os especialistas do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR) da Universidade do Algarve.
Também a receita fiscal direta sobre o consumo durante o Vodafone Rally de Portugal cresceu para valores inéditos desde que o evento é analisado, superando os 21,7 milhões de euros em IVA e ISP, mais 19% do que em 2022. Isto permitiu ao Estado arrecadar mais de 25% do impacto económico direto da prova.
Ao longo dos quatro dias do rali, cerca de um milhão de espetadores assistiu ao vivo à prova, sendo que mais de 267 mil adeptos eram oriundos de Espanha e França, os países mais representados entre os visitantes estrageiros, mas também da Estónia, Reino Unido, Finlândia, Irlanda, Bélgica, Eslováquia e, de forma mais fragmentada, Estados Unidos da América, Quénia ou República Checa.
Os visitantes estrangeiros permaneceram, em média, três noites em Portugal, um acréscimo face a 2022 (média de 2,75 noites), um valor que é quase o dobro da estada turística média nas regiões norte e centro do País naquela altura do ano. A atração de novos fluxos turísticos para Portugal fica visível no facto de mais de 38% dos turistas estrangeiros ter visitado aquelas regiões pela primeira vez.
A edição de 2023 do Vodafone Rally de Portugal atingiu registos inéditos ao nível da exposição mediática e do alcance das suas plataformas digitais. Com mais de mil horas de transmissão televisiva (1.026h19m) em 110 países dos cinco continentes, o broadcast time da prova cresceu 14,8% em relação a 2022, contribuindo para os mais de 77,9 milhões de euros de valor monetário nos media (AVE - Advertising Value Equivalent). Refira-se que, de forma agregada, o contributo do Vodafone Rally de Portugal para a Economia nacional cifra-se em 1.728,6 milhões de euros desde 2007, ano de início da análise científica por parte da Universidade do Algarve.
A prova portuguesa do Campeonato do Mundo de Ralis conta com a certificação ambiental máxima da Federação Internacional do Automóvel desde 2017. O Vodafone Rally de Portugal, que chegou mesmo a ser apontado em 2019 como um caso de estudo pelo Comité Olímpico Internacional, pelas boas práticas ambientais, continua a ser uma referência do automobilismo mundial. “A estratégia e ações do ACP na gestão do comportamento dos adeptos, apontam na atual edição para a consolidação do sucesso desta abordagem. É aqui relevante destacar o envolvimento das autarquias nesta função e objetivos, evidente no terreno antes, durante e após o Rally”, destaca o estudo do CiTUR.