Odemira - Do Castelo e da Muralha outrora existentes e de origem islâmica, restam poucos vestígios.
- Chafariz da Praça Sousa Prado – foi construído em 1823, na linha da arquitectura civil pública, com alçado barroco e pedra de armas rococó. Mas a sua maior importância, deve-se ao facto de ter sido construído com os donativos da população do concelho.
- Paços do Concelho – o edifício onde estão instalados os Paços do Concelho foi construído no Séc. XVIII, remodelado no Séc. XIX e, já no Séc. XX foi-lhe acrescentada a torre sineira. O seu interior, para adaptação à função, foi remodelado já nos anos 90. Assim sendo, existem elementos de épocas diversificadas, como a barroca, a neoclássica e a revivalista neogótica.
- Moinho de Vento – no Cerro dos Moinhos Juntos, vemos o Moinho de Vento de Odemira, ex libris da vila que, datando do Séc. XIX, tem sido conservado e mantido em funcionamento pelo moleiro que foi contatado, permitindo que a população aí compre farinha ou leve o seu grão a moer, pagando uma determinada quantia.
- Marcos da Barra de Odemira – são os antigos marcos onde se seguravam os cabos da Barca de Odemira, que era usada para fazer a travessia do rio, desde o Séc. XVI até final do Séc. XIX.
- A Barca de Odemira, era pertença da Albergaria da Barca, como legado pio, de alguma viúva abastada, de acordo com o contexto religioso medieval. Era usual, nessa altura, legar em testamento fundos para resolver problemas do dia a dia das gentes locais. Em compensação, esperavam os beneméritos a contribuição das referidas populações para a salvação das suas almas, com orações pelas mesmas, que constituiriam o pagamento pela travessia.
Podemos descrever a Barca como um estrado que se movia, sobre as águas, através de um sistema de cabos – um grosso cabo de linho atravessava o rio de um lado ao outro, fixo aos marcos, um em cada margem. A este cabo estava presa a Barca, de modo a não ser arrastada pela corrente. A deslocação da Barca era feita através de dois outros cabos presos, que se puxavam quer da Barca, quer da margem, movimentando-a no sentido pretendido. Os marcos, parte do sistema, estão ainda hoje visíveis, em ambas as margens. Inicialmente eram simples toros de madeira, fixados na terra mas, posteriormente, foram construídos em alvenaria, em época não precisa. Sabe-se, no entanto que, no Séc. XVIII foi comprado material para a reconstrução do marco da margem esquerda, que tinha sido derrubado.
- Igreja de S. Pedro – foi construída em finais do Séc. XV e é um dos exemplares mais representativos da arquitetura manuelina no Sudoeste alentejano. É, estruturalmente, uma ermida de peregrinação com uma só nave antecedida de um nártex que acolhia e protegia os romeiros que a visitavam para venerar o apóstolo. Da igreja, há a destacar o pórtico chanfrado e a pia de água benta. No Séc. XVII foram acrescentadas uma sacristia e uma casa para acolher os peregrinos datando, as últimas obras de 1996. Á volta da Igreja, tem lugar a Feira anual de S. Pedro, a 1 de Novembro, que atrai muitos visitantes.
- Igreja Matriz de S. Salvador – foi construída no Séc. XIV e ampliada e remodelada nos Séc. XVI e XVII. De arquitetura maneirista, barroca, como denotam a planta e os alçados.
- Igreja da Misericórdia – construção do Séc. XVI, foi profanada no Séc. XX, tendo tido diversas funções civis desde então.
- Igreja de Stª Maria – é a antiga igreja de Stº António, parte de um convento franciscano ali fundado no Séc. XVI. Teve várias obras de restauro, ao longo dos tempos. É de arquitetura religiosa maneirista, com o despojamento próprio das igrejas conventuais franciscanas da região.
- Ermida de Nª Srª da Piedade - A primitiva Ermida de Santa Maria, ficava na margem sul do rio Mira, junto à Vila de Odemira, em local que era periodicamente inundada pelas águas do rio e que teria sido, pensa-se, um local de culto pré-cristão. Na Baixa Idade Média foi local de peregrinação, pelos milagres que a Virgem aí realizava.
Uma das conhecidas cantigas de Santa Maria, de Afonso X, o Sábio (1252-1284) é dedicada a esta Ermida. Durante o Séc. XVII, esta igreja passa a ter como patrona Nª Srª da Piedade. Já no final do Séc. XIX, devido às cheias que alagavam a igreja, foi erigido novo santuária de Nª Srª da Piedade, numa colina junto ao local.
- Biblioteca
- Chafariz do Alto de S. Sebastião
- Chafariz e Jardim da Fonte Férrea
- Fonte de Stº António
Freguesia de Almograve
A localidade fica a 500 m do mar e da bela praia do mesmo nome… a pé ou de bicicleta é um passeio agradável. Inserida no Parque Natural proporciona contacto com a natureza, a sua fauna e flora, quer junto às arribas, quer nas dunas junto à praia.
- Igreja de Almograve
Freguesia de Colos
-Ermida de Nª Srª das Neves – fica perto da Ribª do Seissal e lá se realiza uma romaria anual. Visitar esta Ermida permite ter uma ideia correcta da geografia do concelho – serra a oeste e a sul, vasta planície a norte…
- Igreja de Nª Srª da Assunção – é a igreja matriz e a mais importante da freguesia. Foi reconstruída em princípios do séc. XVI, tendo substituído uma igreja medieval, no mesmo local.
- Ermida de Nª Srª do Carmo ou da Afincerna – é uma das três ermidas da área rural envolvente da vila de Colos e uma das mais antigas – o seu nome primitivo terá sido de Nª Srª da Afincerna, nome da actual herdade onde ela está situada e pelo qual ela é conhecida – foi mandada construir por Cristóvão Correia, da Ordem de Santiago e foi concluída em 1518
- Igreja da Misericórdia, actualmente Igreja de Stª Isabel – tem torre quadrangular, com três sineiras. Foi construída na 2ª metade do séc. XVI, sendo que a referida torre data dos séc. XVIII ou XIX.
Freguesia de Luzianes
- Igreja de Stª Rita
Freguesia de Relíquias
- Alto do Cerro da Moita de Cima – belo miradouro, a 5 km da aldeia, donde se avista não só esta como as freguesias limítrofes
- Igreja de Nª Srª da Assunção – foi construída no séc. XVI, embora o altar de talha dourada e policromada assim como a fachada principal são do séc. XVIII. Tem características manuelinas, barrocas e pertenceu à Ordem de Santiago. A última recuperação de que foi alvo data de 1980.
Freguesia de Sabóia
O nome de Sabóia é referido no foral de 28 de Março de 1256, concedido por D. Afonso III a Odemira
- Igreja Paroquial de Nª Srª da Assunção
- Capela da Boeira
Freguesia de Stª Clara-a-Velha
- A Barragem de Santa Clara foi mandada construir pelo Estado Novo, dando às águas do Rio Mira uma utilidade muito importante na zona – a rega das zonas envolventes que, considerando a região onde se insere, é muito importante. Constitui um lago com 1986 ha. Para além disso, é um ponto de atração na área do Concelho, oferecendo belos recantos, ao longo das suas margens e, para pernoitar, uma bela Pousada, construída ao mesmo tempo que a barragem. No lago podem ser praticados alguns desportos náuticos, pesca, caça. Na estrada de Acesso à Barragem encontramos a Ponte de D. Maria, construída no Séc. XVIII, é conhecida como ponte romana por estar localizada perto da via romana que ligava Beja ao Algarve e de que se encontram vestígios, localmente. A assinalar também, nesta freguesia, o facto de existir, na aldeia de Pereiras-Gare, a ponte mais alta do sul do País, a Ponte de Mouratos, sobre a qual passa a linha de Caminho de Ferro.
Próxima fica a aldeia de Santa-Clara-a-Velha, branca, florida, construída à volta da Igreja de Stª Clara de Assis:
- Igreja de Stª Clara de Assis - rural, de arquitectura manuelina e barroca, do tipo da usada pela Ordem de Santiago da Espada, à qual a igreja pertenceu. Foi construída no Séc. XVI, tendo sido acrescentados, no Séc. XVII o altar lateral e, no Séc. XVIII os altares de talha dourada e policromada. Também na aldeia pode ser vista a Fonte do Azinhal, do Séc. XIX.
- Ponte de D. Maria - construída no Séc. XVIII, é conhecida como ponte romana por estar localizada perto da via romana que ligava Beja ao Algarve e de que se encontram vestígios, localmente. Em meados do séc. XX, uma intervenção teve como resultado a derrocada parcial da Ponte. Em 2004 teve obras de conservação, feitas pelo IPPAR.
Freguesia de S. Luis
- Igreja de S. Luis
- Moinho da Laje – um dos poucos moinhos que se encontra ainda em funcionamento neste concelho.
Freguesia de S. Martinho das Amoreiras
- Necrópole do Pardieiro – é uma necrópole da Idade do Ferro, localizada na estrada que liga S. Martinho das Amoreiras e Corte Malhão e que foi descoberta em 1971, tendo sido feitas escavações.
- Igreja Paroquial de S. Martinho das Amoreiras – é uma igreja da segunda metade do séc. XVIII, uma grande igreja, considerando a freguesia rural, de inspiração barroca, rococó e neoclássica. Foi construída sob os auspícios da Ordem de Santiago e segue uma tradição construtiva muito arreigada na zona, embora com inovações plásticas e certa sofisticação, próprios do reinado de D. Maria I – fachada majestosa, ricos retábulos da Capela-mor e dos altares laterais, grande painel de pinturas e também o arcaz e o lavabo que se encontram na sacristia
- Capela da Aldeia das Amoreiras
- Oratório do Largo Adelino Amaro da Costa, em S. Martinho das Amoreiras
Freguesia de S. Teotónio
S. Teotónio é a maior freguesia, não só em área, como em população. É nesta freguesia, na Herdade da Casa Branca, que se realiza o já famoso Festival do Sudoeste, muito frequentado pelos jovens portugueses e estrangeiros.
- Igreja Matriz – construída em finais do séc. XIV, foi reconstruída após o terramoto de 1755.
- Bica dos Besteiros
- Capela de João de Ribeiras
- Cabo Sardão - É considerado o “Reino da Cegonha-Branca” …
Fica entre Almograve e a Zambujeira do Mar, paragem obrigatória na estrada costeira entre as duas praias. É, simultaneamente, o ponto mais ocidental da costa alentejana. Alerta, está o Farol do Cabo Sardão, imponente construção, para além do farol propriamente dito, sobre as escarpas cavadas a pique até ao mar revolto. Atrás estende-se a planície de vegetação rasteira.
A beleza é inebriante e apaziguadora… As aves, algumas bem raras, esvoaçam pelo espaço tocando, de quando em vez as escarpas… o tempo não conta, não interessa!
O Farol foi construído em 1915, é constituído por uma torre quadrangular de 17 m de altura e dispõe de uma lanterna cilíndrica vermelha.
Junto à falésia, pode admirar as irregulares escarpas, as ilhotas semeadas ao longo da costa e os muitos casais de cegonhas brancas, que elegeram este sítio específico, para a nidificação. Entre outras espécies poderá ver-se o falcão peregrino e a gralha de bico vermelho nesta zona da costa.
Para chegar ao Cabo Sardão passamos pelo Cavaleiro, localidade pouco conhecida mas em cujas imediações se pesca o sargo, à linha, e os percebes, são os mais saborosos...
Freguesia de Vale de Santiago
Diz-se que Cristóvão Colombo nasceu nesta freguesia, no Monte dos Columbais . Esta é uma propriedade privada que tem, hoje em dia, alguma actividade económica. Pensa-se, não houve confirmação por estudo ou escavações, que tenha existido neste local uma vila romana e que tenha também sido ocupada em épocas anteriores.
- Igreja de Stª Catarina
- Igreja de Nª Srª de Fátima
- Fonte de João Pais
- Fonte de Nª Srª da Luz
- Bica da Rola
Freguesia de Vila Nova de Milfontes
Vila Nova de Milfontes, como referido, fica na foz do Rio Mira e em Pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e deve o seu nome ao grande número de nascentes ou fontes ou, ainda ao efeito do mar a bater nas paredes do Forte de S. Clemente ou “Castelo” de Milfontes.
A praia é das mais frequentadas daquela costa e uma grande atração turística para portugueses e estrangeiros. É uma das freguesias mais antigas. Após a reconquista cristã, o Litoral Alentejano era uma área pouco povoada e com uma organização deficiente. O Rei de Portugal doou esta região à Ordem de Santiago pelo importante papel que a sua milícia teve, na luta contra os mouros. Milfontes, foi fundada por decreto-real de D. João II, em 1486, com a intenção de desenvolver e proteger as transações comerciais, tendo a determinada altura sido concelho, foi agregado a Odemira no séc. XIX, aquando de uma reforma administrativa.
Durante séculos Vila Nova Milfontes teve uma história atribulada – por se situar na costa, era frequentemente atacada por piratas, que pilhavam a povoação e as embarcações. Esta situação manteve-se entre os Sécs. XVI e XVIII. Aos corsários do norte de África juntaram-se os ingleses até que, em 1582 a devastação foi tão grande que foi decidido construir o Forte, chamado castelo de Milfontes, no final do Séc. XVI – a partir daí continuaram os ataques na zona mas findaram os diretos à povoação.
Cerca de 1939 o forte foi adquirido por um particular, restaurado e transformado em estabelecimento hoteleiro, mantendo-se como tal até aos nossos dias.
Para além do “Castelo” merecem menção a Igreja Matriz, a Capela de S. Sebastião e de Santo António da Cela.
No Verão, as praias da Vila e das imediações são muito frequentadas, por portugueses e estrangeiros.
Nas imediações, a cerca de 20 km de Vila Nova de Milfontes, pode ver-se o Pego das Pias, um lago natural onde a natureza é rainha e a calma impera.
- Praia das Furnas, frente a Vila Nova de Milfontes
- Praia do Farol , também junto a Vila Nova de Milfontes
Freguesia de Zambujeira do Mar
Outra das praias muito procuradas na região é a de Zambujeira do Mar, mais famosa de há uns anos a esta parte pela realização, nas imediações de um festival Rock, o Festival do Sudoeste. O nome de Zambujeira deve-se, segundo a tradição, a um tipo d3e azeitona miúda proveniente de uma espécie de oliveira brava, à qual se dá o nome de zambujeiro. A eventual abundância deste tipo de oliveira fez com que o nome de Monte da Zambujeira fosse atribuído à primeira casa construída na zona. Com o aumento do número de casas e a proximidade do mar, a povoação passou a ser conhecida por Praia da Zambujeira.
A povoação, fica na falésia, sobranceira ao mar, dedicando-se os seus habitantes à pesca desde tempos imemoriais. A paisagem, sobre o mar imenso, é deslumbrante… O mar, foi recortando a costa deixando, entre algumas arribas, pequenas praias que fazem as delícias dos veraneantes, algumas delas de acesso difícil.
Como referido, em relação ao Cabo Sardão, são numerosas as espécies de aves que rondam aquelas praias – águias, garças, cegonhas, pombos da rocha, andorinhas do mar, para referir algumas.
- Capela de Nª Srª do Mar – fica próxima da falésia, frente ao mar. Simples, representa a devoção de toda a população, uma vez que a mesma contribuiu para custear a sua construção
- Fonte da Ti Catarina – sobre o principal areal desta praia
- Fonte dos Amores – o nome resulta de ali terem “nascido” vários amores, entre os jovens que lá iam buscar água. Fica também sobre a falésia
- Fonte da Nossa Senhora – fica sobre a praia do mesmo nome, entre a arriba e as dunas
- Casa do Pescador – fica localizada na Entrada da Barca, perto do porto de pesca. A sua construção data da primeira metade do séc. XX, com telhado de colmo, como era hábito, nas casas dos pescadores
Alguns artesãos continuam a manter vivas as respectivas artes, que versam trabalhos em pedra, tapeçaria, alcofas para pescadores, em esparta, rendas e bordados