Vidigueira

Terras de pão e vinho, gentes de paz e cante

Só a partir do séc. XIII a povoação da Vidigueira é referenciada na nossa História. Sendo certo que, ao longo dos tempos, muitos factos históricos tiveram lugar nesta localidade e nela nasceram personagens de destaque, há vestígios da sua ocupação por outros povos da antiguidade, facto que as descobertas arqueológicas feitas no último século provam. Em Vila de Via de Frades, terá existido uma villa romana de S. Cucufate e, na freguesia de Selmes existiu uma outra, a do Monte da Cegonha. 

A Vidigueira pertenceu ao Rei D. Dinis e, cerca de 1385 D. João I doou-a a D. Nuno Álvares Pereira. D. Manuel I deu foral à vila e, em 1519, concedeu o título de Conde da Vidigueira a Vasco da Gama, almirante da Índia.
Geograficamente, fica localizado entre os Distritos de Beja e Évora, em pleno Alentejo, tendo a Serra de Mendro a norte e, para sul e oste a vasta planície que o Rio Guadiana, a este, separa de Espanha.

  • Onde?

    VIDIGUEIRA
    Só a partir do Séc. XIII a povoação da Vidigueira é referenciada na nossa História. Sendo certo que, ao longo dos tempos, muitos factos históricos tiveram lugar nesta localidade e nela nasceram personagens de destaque, há vestígios da sua ocupação por outros povos da antiguidade, facto que as descobertas arqueológicas feitas no último século provam. Em Vila de Via de Frades, terá existido uma villa romana de S. Cucufate e, na freguesia de Selmes existiu uma outra, a do Monte da Cegonha. A Vidigueira pertenceu ao Rei D. Dinis e, cerca de 1385 D. João I doou-a a D. Nuno Álvares Pereira. D. Manuel I deu foral à vila e, em 1519, concedeu o título de Conde da Vidigueira a Vasco da Gama, almirante da Índia
    Geograficamente, fica localizado entre os Distritos de Beja e Évora, em pleno Alentejo, tendo a Serra de Mendro a Norte e, para sul e oste a vasta planície que o Rio Guadiana, a este, separa de Espanha.
    Os montados de sobro ou mais especificamente as bolotas, alimentam os porcos cuja carne, com os bons temperos e o saber das gentes do Alentejo, se transforma em bons e saborosos presuntos, paios, chouriços, e outros enchidos, porque do porco aproveita-se tudo.

  • O quê?

    Na planície, as hortas, as searas, os olivais, as vinhas, os pomares, produzem tudo o resto – pão, azeite, vinho – produtos de qualidade que levam longe o nome da Vidigueira.
    O rio Guadiana, que atravessa o concelho de norte a sul, próximo de Marmelar, Pedrógão e Selmes, tem a sua quota-parte de responsabilidade, no fornecimento de água que enriquece o solo, irriga as culturas e concorre para o desenvolvimento da região. Também o peixe que nele se pesca  é importante.
    Mas não é só a esta atividade que se dedicam os vidigueirenses – a necessidade de melhorar as condições de vida levaram-nos a trabalhar materiais de que dispunham como madeira, cortiça, barro, latão e adaptá-los para seu uso – mais do que trabalhá-los decoram os barros e o mobiliário de madeira com flores e símbolos rurais.

  • Património a descobrir

    - Ermida de Santa Clara
    Fica nas imediações da Vidigueira, datando a sua construção de 1555, por ordem do 2º Conde da Vidigueira, D. Francisco da Gama e sua mulher. É constituída por um edifício retangular, coroado de ameias e com contrafortes rematados com pináculos em forma de cones truncados. É de estilo manuelino, com influências góticas. Terá sido a primeira igreja matriz da vila, facto que não está comprovado. Foi, em tempos local de festas e romarias. O caminho que a ela conduz está ladeado de vinhas e oliveiras  e, do monte onde ela fica instalada tem-se uma vista magnífica que vai até à Vidigueira.

    - Ermida de S. Rafael
    foi também mandada construir por um conde da Vidigueira, para albergar a imagem do santo que acompanhara Vasco da Gama, à Índia. No Séc. XIX a ermida foi profanada e ficopu em reuínas, tendo a imagem referida sido transferida para o Recolhimento do Espírito Santo. Na altura da trasladação dos restos mortais de Vasco da Gama, para o Mosteiro dos Jerónimos, a imagem acompanhou-o, como o fizera nas viagens à Índia, e lá ficou também, até que foi transferida para o Museu da Marinha. Em 1912 a Ermida foi restaurada pela Câmara Municipal que, nos anos 80 restaurou também o interior.

    - Ermida de S. Pedro
    também nas imediações da Vidigueira, fica numa colina, com um terreiro que é também um belo miradouro sobre a Vila – lugar ideal para festejos populares

    - Igreja da Misericórdia
    Foi edificada em 1592 e restaurada em 1688, após um incêndio. No interior podem ver-se belos painéis de azulejos e, na Capela-Mor a imagem de Cristo Crucificado, oferecido por D. Brites de Vilhena. Na mesa do altar-mor pode ver-se a imagem de cristo morto, contemplada por figuras em baixo relevo. A porta da antiga capela do Santíssimo data do final do Séc. XVIII.

    - Igreja de S. Francisco da Vidigueira
    Tem uma nave e duas capelas. As peças mais valiosas que a igreja tem – a imagem de Cristo Crucificado, os santos negros e a imagem de Nª Srª das Relíquias – foram oferecidas pela Rainha D. Maria I. A imagem de Nª Srª das Relíquias está dentro de uma redoma azul com adornos dourados, no altar-mor, por cima do sacrário.

    - Torre de Menagem
    Foi tudo o que restou da residência da família Gama de que não ficaram, também, descrições ou registos – não se sabe se teria sido um paço ou uma fortaleza. Sabe-se que foi construída no Séc. XV, pelo 2º duque de Bragança, senhor da vila, nessa época. Foi residência de Vasco da Gama e aos seguintes condes da Vidigueira. A certa altura, não se sabe bem porquê, foi abandonada e, como é natural, entrou em decadência. Este processo foi acelerado pelo próprio povo da vila que retirava pedras desta casa para construir as suas próprias habitações. A determinada altura a Câmara Municipal resolveu meter ombros à reconstrução desta residência, salvaguardando o que ainda era visível. Numa parede colocou uma janela, pensa-se que do Séc. XVI e estilo manuelino, que tinha sido encontrada em Vila de Frades. Ao mesmo tempo foi construído um adarve, passeio estreito na muralha, acessível por uma escada exterior, e que passou a ser um belo miradouro da vila e campos circundantes. De lá se vê a torre de menagem do Castelo de Beja.

    - Torre do Relógio
    Não se sabe em que data terá sido construída. Ganhou importância quando, em 1520, Vasco da Gama mandou nela instalar um sino que tinha mandado fazer. Recentemente a Câmara Municipal procedeu a obras de restauro, dotando a torre de iluminação. As badaladas do sino continuam a marcar as horas, na Vidigueira.

    - Museu Municipal da Vidigueira
    Fica no Largo Vasco da Gama, no edifício de uma antiga escola primária, remodelado. Uma das áreas do museu versa exatamente o ensino primário no concelho, contando a história da própria escola onde está instalado, inaugurada em 1884. Noutra área, está exposta a coleção etnográfica, constituída por objetos doados por particulares – artesãos, comerciantes, agricultores, pequenos industriais.

    Alcaria
    Fica no sopé da Serra do Mendro, povoação tipicamente alentejana, com as suas casas juntinhas, as respetivas varandas, a igreja, o largo com o tanque público parecem, ao longe, um presépio.

    Vila de Frades
    - Igreja Matriz de Vila de Frades – foi construída em 1707, de uma só nave e sem coro. Tem quatro altares, dois em cada parede e ainda um altar-mor, trabalhado com dourados e talha.
    - Igreja da Misericórdia - é uma pequena construção, de abóboda e de uma só nave, que se encontra em mau estado de conservação.
    - Ermida de Santo António – fica nas imediações de Vila de Frades, numa elevação, local propício à realização de festas e romarias. As pinturas murais encontradas na ermida, única decoração existente, provam que ela foi construída no Séc. XVII e sabe-se que o foi por ordem de um conde da Vidigueira, como pagamento de uma promessa que tinha feito.

    - Convento e ruínas de S. Cucufate – é o único Monumento Nacional do concelho da Vidigueira. As ruínas arqueológicas ficam na área da freguesia de Vila de Frades, numa elevação que domina a planície, até Beja. Embora o mais significativo seja a Villa romana que foi instalada naquele local no Séc. I a.C., ele foi anteriormente ocupado, como provam os achados arqueológicos, na Idade do Ferro. Mas foram os romanos que marcaram indubitavelmente, aquele local que foi ocupado quase ininterruptamente até ao Séc. XVIII. No período de ocupação muçulmana (Séc. X/XI), estabeleceu-se, no edifício existente, uma comunidade de frades que ali viveram até ao Séc. XII e que tinham como patrono S. Cucufate. Posteriormente o edifício foi abandonado, por ameaçar ruína e, quando foram feitas as escavações, foi encontrado o cemitério medieval dos frades. Ao ser transformado de villa em templo cristão adicionou alguma coisa de diferente à arquitetura do mesmo, tal como frescos pintados nas paredes. Estas pinturas estiveram, durante muito tempo sob uma camada de cal e só depois foram encontradas. Após a classificação das ruínas de S. Cucufate como Monumento Nacional o IPPAR criou, em Vila de Frades um núcleo Museológico, na Casa do Arco, cedida pela Câmara Municipal. As ruínas podem ser visitadas de 3ª feira a Domingo, (3ª feira só da parte da tarde) e encontram-se encerradas nos dias de Natal e Ano Novo, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 5ª Feira de Ascensão (feriado municipal).

    Os horários são os seguintes:
    - 16/9 a 30 /4 – 10h às 13h e 14h às 17h30
    - 1/5 a 15/9 – 10h às 13h e 14h às 18h30

    - Moinhos da Ribeira de Odearce – movidos com a força das águas do rio, moem o cereal para obter a farinha, essencial para fazer o pãozinho de cada dia das populações. Mais uma vez se comprova a importância do Guadiana e seus afluentes e sub-afluentes.

    Selmes
    - Igreja Matriz de Selmes – data do Séc. XVIII, tendo a fachada, simples, com duas torres simétricas, sido reconstruída em 1874, depois de ter caído em 1817. No interior podemos ver uma só nave com o coro por cima da porta de entrada. Existem quatro altares laterais e o altar-mor.
    -Villa Romana do Monte da Cegonha – construída na base de uma colina, foi fundada no reinado do Imperador Augusto, no início do Séc. I. Foi devastada por um incêndio e logo reconstruída. No Séc. XIV, talvez devido à cristianização do seu proprietário, foi construída uma basílica paleocristã e, entre os Séc. X e XII, esteve sob administração islâmica.
    - Anta do Zambujal – fica na herdade do Zambujal, freguesia de Selmes. É formada por grandes penedos graníticos e tem uma câmara central poligonal, cuja tampa caiu para o interior. Terá servido de habitação e posteriormente de túmulo aos habitantes pré-históricos da zona.

    Marmelar – freguesia de Pedrógão
    - Antas de Corte Serrão – ficam perto de Marmelar, e são belos exemplos destes dolmens ou antas, monumentos fúnebres construídos com grandes blocos de pedras fixados no solo e formando uma câmara funerária coberta por blocos da mesma pedra. Embora se encontrem danificadas estas antas são belos exemplos da cultura megalítica.
    - Igreja de Stª Brígida – pensa-se que terá sido construída no Séc. XVI, sendo bastante digna de interesse. Apresenta contrafortes cilíndricos, nos limites e a meia das paredes, que terminam em pináculos em forma de cone truncado. A fachada tem, de um lado, um campanário que lhe quebra a simetria. O interior é de uma só nave com uma abóbada em aresta, com três tramos longitudinais. No fecho de cada um deles, vê-se um medalhão com imagens diferentes – no do meio a Cruz de Cristo. As arestas da abóbada terminam por mísulas de pedra também com figuras diferentes. No altar-mor existe uma imagem de Stª Brígida, a padroeira de Marmelar e, nos altares laterais imagens de Nª Srª das Neves e de Nª Srª do Rosário. Os especialistas estão convencidos que esta Igreja merecia estudos aprofundados para a localizar, com exatidão, no tempo e avaliar o seu real valor arquitetónico.

    Pedrógão
    - Ermida de Santa Luzia – foi a primeira edificação religiosa da aldeia, embora muito simples, com um único altar, onde é guardada a imagem da Santa padroeira, considerada milagreira.

  • Feiras, Festas e Romarias


    As festas feiras e romarias realizam-se maioritariamente durante os meses de Verão:

    - Festa de Nª Senhora das Relíquias – 5ª Feira de Espiga – Vidigueira
    - Feira de S. Tiago – 2º Fim de Semana de Julho – Vidigueira
    - Festival Gastronómico “A Pão e Laranjas” – Março – Vidigueira
    - Festa de Nª Srª das Candeias – Agosto – Pedrógão
    - Festival Sabores do Rio –  Outubro – Pedrógão
    - Festa de Stª Brígida – Agosto – Marmelar
    - Festa de Stª Catarina – Agosto – Selmes
    - Sabores da Caça – Fevereiro – Selmes
    - Festa de Nª Srª das Relíquias – 1º Fim de Semana de Setembro – Alcaria da Serra
    - Festa da Nª Srª das Dores – 6ª feira anterior à 6ªFeira Santa – Vila de Frades
    - Tem Avondo (Semana Cultural) – última semana de Junho – Vila de Frades
    - Festa em Honra de S. Cucufate – Julho – Vila de Frades
    - Vitifrades (Festa do Vinho de Talha) – 2º Fim de Semana de Dezembro – Vila de Frades

  • Links Úteis
  • Gastronomia

    Sendo um concelho rural, com grande produção de cereais e vinha toma, como as regiões do Douro, uma animação particular, com todo o movimento de pessoas a fazer a vindima. É tradicional, no fim da jornada de trabalho, ir às tascas beber o “vinho do trabalho”… As antigas adegas, onde os pequenos agricultores faziam o seu vinho, são hoje locais de repasto, onde se pode apreciar os produtos da terra – presunto, enchidos, azeitonas, para só falar de alguns – tudo acompanhado pelo bom vinho da região e pelo pão, cujo processo de amassar e cozer é ainda o tradicional. Para adoçar a boca as antigas padarias fazem bolos de mel, bolos folhados e as popias. É no pão, no azeite, nas carnes e peixes do rio que assenta a cozinha tradicional… à falta de outros alimentos, um pouco de azeite, coentros, alhos, água e umas fatias de pão fazem uma açorda saborosa!

    Mas há mais – Caldo de Peixe da Ribeira, Gaspacho, Sopa de Beldroegas, Cozido de Grão, Perdizes à Moda Alentejana, Carne da Matança, Ensopado de Borrego com Abóbora, Caldeirada de Peixe do Rio, Ensopado de Enguias, Lampreia, Bacalhau Albardado, Orelha de Porco de Coentrada, Pezinhos de Coentrada e, para rematar, Boleima Alentejana, Bolo de Amêndoa do Convento da Vidigueira, Bolo Podre, Bolo Rançoso, Sericaia, Bolo do Fundo do Alguidar.

  • Acessos e Distâncias
    LISBOA 195 km PORTO 465 km
    Aveiro 404 km Beja 26 km
    Braga 515 km Bragança 531 km
    Castelo Branco 249 km Coimbra 356 km
    Évora 55 km Faro 170 km
    Guarda 342 km Leiria 297 km
    Portalegre 158 km Santarém 230 km
    Setúbal 156 km Viana do Castelo 539 km
    Vila Real 520 km Viseu 415

     

  • Itinerários Possíveis

    Itinerário 1
    Vidigueira – Vila de Frades – S. Cucufate - Vidigueira

    Visita da Vidigueira, e de todo o seu património.
    Visita também de Vila de Frades e do Convento e ruínas de S. Cucufate, o que poderá demorar tempo considerável.
    Mais do que o percurso de carro, as Ruínas de S. Cucufate levarão o seu tempo a ser visitadas.

    Total de km – 10 km, só o percurso de carro
    Tempo de percurso – 14 minutos, só o tempo de condução
    Estradas – por estradas nacionais e municipais



    Itinerário 2 Vidigueira – Selmes – Alcaria - Vidigueira
    Tomando parte, na Vidigueira, do programa do Festival Gastronómico “A Pão e Laranjas”, um intervalo para visitar Selmes e o seu património, Alcaria e a paisagem envolvente, será sempre uma boa opção.

    Total de km – 21 km
    Tempo de percurso – 29 minutos, só o tempo de condução
    Estradas – por estradas nacionais e municipais

    Itinerario2


    Itinerário 3 Vidigueira – Pedrógão – Marmelar - Vidigueira
    Também Pedrógão e Marmelar merecem um pouco de atenção desviada à Vidigueira e ao seu vasto património, algum mandado construir pelos descendentes de Vasco da Gama.

    Total de km
    – 40 km
    Tempo de percurso – 50 minutos, só o tempo de condução
    Estradas – por estradas nacionais e municipais

    Itinerario3


     

     

  • Parceiros ACP

    PARCEIROS ACP
    Abaixo estão os links para todos os parceiros existentes no Distrito de Beja, a que Vidigueira pertence, e que oferecem descontos aos sócios, mediante a apresentação do cartão de sócio.

    Hotéis
     - Solares
    Turismo Rural
    - Restaurantes

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