Estarreja

Estarreja fica situada próximo de Aveiro, num dos braços da Ria do mesmo nome, chamada Ria da Murtosa. A região onde Estarreja se insere é caracterizada pela existência de esteiros e canais, o mesmo acontecendo em todas as freguesias que constituem este Concelho. Esta influência marinha implica a existência na região de águas livres, ilhas com vegetação, lodos, sapais, salinas e campos agrícolas que beneficiam também desta abundância de água. Existem imensas linhas de água no Concelho, a mais importante das quais é o Rio Antuã, com margens bem protegidas, com declives acentuados, que permitem as represas e azenhas existentes ao longo do seu percurso. A paisagem é deslumbrante e inspiradora.

Estarreja não dispõe de muito património, embora se possa referir os Paços do Concelho, mandados construir por Francisco Barbosa Sotto Maior, presidente da Câmara de Estarreja e Deputado da Nação, que viveu em finais do Séc. XIX início do Séc. XX.  Frente pode ver-se a Igreja de Stº António, mais importante pela devoção de que é alvo do que do valor artístico da construção.
Salreu – zona de grande actividade agrícola que, pela zona em que se insere - na zona da Ria de Aveiro, com muitas linhas de água – assenta no cultivo do arroz. Os campos onde ele é cultivado são defendidos da entrada de águas salobras por meio de pequenos taludes de torrões que, uma vez rompidos, por acidente ou descuido, inutiliza as colheitas.  Antes da formação do cordão litoral da ria, os campos a NO de Salreu eram salinas, de grande produção. Pensa-se que a palavra Salreu deriva da expressão “sal a réu” que quer dizer “sal a fio”, “com fartura”. Próximo de Salreu, numa pequena elevação, a Ermida da Srª do Monte, simples, caiada de branco, é ponto de referência para os navegadores da ria e oferece belo panorama sobre os arrozais e caniçais, que também abundam na zona. Estas condições do terreno facilitam também a existência de uma grande variedade de aves.

Todas as outras freguesias de Estarreja, à semelhança de Salreu, estão ligadas à agricultura e à Ria de Aveiro. Esta proximidade e a recolha do moliço – conjunto de algas, sargaços e outras plantas aquáticas que depois são usadas para adubo – favoreceram a construção naval, na freguesia de Pardilhó. Aqui se constroem os barcos moliceiros, característicos de toda a Ria de Aveiro e que servem essencialmente para a apanha do moliço.
Veiros, também freguesia de Estarreja, teve a sua origem e no povoamento do território que data de época romana ou pré-romana. A primeira igreja desta freguesia foi construída entre 1608 e 1612, no reinado de Filipe III de Espanha II de Portugal. Pensa-se também que terá sido um porto, pela sua localização na foz do Rio Antuã, onde chegariam as peles que vinham para Portugal e que só os nobres usavam.

Estarreja
- Casa da Praça: é uma construção bem lançada do Séc. XVIII, do antigo Morgadio de Vagos, o Visconde de Valdemouro. Do mesmo lado desta casa, na Praça onde ela fica, encontramos a Igreja de Stº António, já referida e, do outro lado os também mencionados, Paços do Concelho.
- Casa da Cultura – data do início do Séc. XVIII e foi pertença do Visconde de Valdemouro
- Casas da Quinta da Costa, da Quinta Themudo Barata

Avanca
- Igreja de Stª Marinha – Séc. XVIII

Congosta (Avanca)
- Casa Museu Egas Moniz – foi construída em 1915 e desenhada por Ernesto Korrodi. Antes da sua função atual foi chamada de “Casa do Marinheiro”.

Mato (Avanca)
- Casa do Mato e Capela de Nª Srª do Carmo

Paredes (de Avanca)
- Casa de S. José do Outeiro e Capela – barroca, data do final do Séc. XVIII. Merecem particular atenção as cantarias das janelas e, na capela, os fustes e as cruzes.

Freguesia de Beduído
- Casa da Areosa – na EN224, conjunto formado pela Casa, Portal, Capela e Cruzeiro, que data do 2º terço do Séc. XVIII, embora tenha sido executado em períodos sucessivos. Fica próxima da Igreja Paroquial.
- Casa do Cruzeiro – lugar de S. Tiago, freguesia de Beduído
- Igreja de S. Tiago – tem, no interior elementos do Séc. XIII, revelando ser uma construção da Idade Média. Foi reconstruído no Séc. XVIII sendo o elemento mais marcante a porta principal, que data do Séc. XVI

Freguesia de Canelas
- Casa do Calvário – casa setecentista, com Capela, do Séc. XIX
- Quinto da Fonte – é também conhecida por Quinta da Srª das Dores, setecentista, como a Casa do Calvário e próxima dela.
- Igreja de S. Tomé – Séc. XVII, reconstruida no Séc. XIX. No interior uma escultura de S. Tomé, em calcário, do Séc. XVII.
Fermelã
- Igreja de S. Miguel – Séc. XVII, com frontaria coberta de azulejos ornamentados com dois painéis representando cenas litúrgicas.

Salreu
- Casa de Francisco Maria de Oliveira Simões – do início do Séc. XX, é uma boa representante da Arte Nova nacional. Foi projetada por Ernesto Korrodi, arquiteto suíço que se naturalizou português e que viveu entre 1870 e 1944. Deu aulas de desenho em Braga e Leiria, onde casou com uma professora primária. Entre os projetos arquitetónicos em que participou também conta-se a restauração do Castelo de Leiria.
- Igreja de S. Martinho – Séc. XVII, no interior cinco retábulos de talha dourada.
- Capela da Srª das Dores – interessante, numa encosta do lado esquerdo do Rio Antuã, frente a Estarreja.
Veiros
- Casa da Quinta do Padre

Festas e Romarias
- Stª Marinha, 18 de Julho – Avanca
- Stº António, 13 de Junho – Avanca, Beduído, Pardilhó, Veiros
- Stº António, último Domingo de Julho – Canelas
- S. Tiago, 18 de Julho – Beduído
- S. Tomé, 8 Julho (Homenagem ao Stº Padroeiro) – Canelas
- Srª da Saúde, Agosto / Setembro – Canelas
- S. Bartolomeu, 24 Agosto – Fermelã, Veiros
- S. Miguel, 29 Setembro – Fermelã
- Mártir SA. Sebastião, 20 Janeiro – Pardilhó
- Nª Srª dos Remédios, 8 Dezembro – Pardilhó
- Srª da Rocha, 1º Domingo de Agosto – Pardilhó
- S. Pedro, 29 Junho - Pardilhó
- S. Martinho, 11 Novembro – Salreu
- Romaria da Srª do Monte, 15 Agosto – Salreu
- Stª Cristina, último Domingo de Julho – Salreu
- S. Geraldo, 1º Domingo de Agosto – Veiros
- Stª Luzia, 13 Dezembro – Veiros

E não só:

BioRia – O Baixo Vouga Lagunar
A Ria de Aveiro está intrinsecamente ligada a Estarreja, estabelecendo, entre o Concelho e o mar uma ligação estreita e um sistema lagunar que oferece à população grandes recursos, que são devidamente aproveitados. Encontramos, nestas zonas lagunares, áreas de caniçais, muito importantes para a nidificação das aves, nomeadamente a garça vermelha, o pato-real, a águia sapeira e os vulgares pássaros. Nos canais,  protegidos pela vegetação, as lontras fazem também a sua aparição. Todas as freguesias do Concelho são “invadidas” por braços da Ria, “os esteiros”, palavra que está na origem do nome Estarreja.

Para visita das paisagens desta região lagunar existem vários percursos:
- PERCURSO DE SALREU – segue por zonas de sapal e pântano e também por terrenos de cultivo, na maioria arrozais. Começa e termina junto do antigo porto de Salreu, na boca do esteiro do mesmo nome. Segue por
mais de 8 km, percorridos a pé ou de bicicleta, sendo acompanhado por painéis ilustrados com informação sobre os ecossistemas, as espécies animais e vegetais, os seus costumes e a melhor forma de os observar.
Deslumbrante é a paisagem, o voo das cegonhas, o canto do rouxinol… um pouco assustador o restolhar entre as ervas!

- PERCURSO DO RIO JARDIM / CANELAS – segue as margens desta linha de água doce, que desagua na Ria de Aveiro, passando por vários habitats característicos. São 2 km protegidos pela sombra da densa vegetação. Também aqui há painéis informativos, com a descrição da fauna e da flora que lá se pode encontrar e, no decorrer do percurso, apreciar a bela paisagem.

- PERCURSO CANELAS / SALREU – chamado BOCAGE, abrange as freguesias de Salreu e Canelas e começa no Ribeiro de Canelas, que acompanha até ao ponto onde tem início o Percurso Rio Jardim. Estende-se por 4 km e passa por vários habitats característicos da região, com destaque para o mosaico rural e genuíno, apelidado de “Bocage” – mosaico retalhado de campos agrícolas separados por sebes de árvores e arbustos e por estreitas valas de água. A diversidade das culturas é fruto de práticas agrícolas tradicionais, seculares. Este percurso passa pelas marinhas. Os painéis informam sobre as espécies, fauna e flora, que podem ser encontradas.

- PERCURSO RIO ANTUÃ (BEDUÍDO / SALREU) – estende-se ao longo do Rio Antuã e tem início ao Largo do Esteiro de Estarreja. Tem 6 km de extensão Além de contemplar as imensas espécies de animais e plantas, tem-se uma visão das atividades tradicionais da região. Os painéis mantêm os visitantes informados.

A gastronomia reflecte também a morfologia da zona. Para além da vitela, dos rojões, são características as enguias – de caldeirada, fritas, em ensopado – abundantes na zona. Não podemos também deixar de falar do pão-de-ló de Salreu, do folar e das regueifas. Existem também as padas que, tanto quanto apuramos serão folares sem doce.

Itinerário 1 Estarreja – Veiros – Pardilhó – Congosta
Visitar os valores do património existentes em Estarreja, Veiros, Pardilhó, Mato e Congosta.

Total de km – 23 km

Tempo de percurso – 31 minutos, só considerado o tempo de condução.

Estradas – o trajecto é feito por Estradas Nacionais e municipais



Itinerário 2 Antuã – Salreu – S. Martinho – Canelas - Fermelã
Visitar os valores do património existentes em Estarreja, Antuã, Salreu, S. Martinho, Canelas, Fermelã.
 
Total de km – 15,5 km

Tempo de percurso – 21 minutos, só considerado o tempo de condução.

Estradas – o trajecto é feito por Estradas Nacionais e municipais

Itinerário 3 Avanca – Areosa - Beduído
Visitar os valores do património existentes em Avanca, Areosa, Beduído.

Total de km – 14 km

Tempo de percurso – 19 minutos, só considerado o tempo de condução.

Estradas – o trajecto é feito por Estradas Nacionais e municipais

PARCEIROS ACP
Abaixo estão os links para todos os parceiros existentes no Distrito de Aveiro, a que Estarreja pertence, e que oferecem descontos aos sócios, mediante a apresentação do cartão de sócio.

- Hotéis
 - Solares
- Turismo Rural
- Restaurantes