Alenquer
- O Museu Municipal Hipólito Cabaço - no centro histórico de Alenquer, é um grande polo de interesse - este arqueólogo, filho de um lavrador do Concelho, foi viver para França, em 1901, para se especializar no fabrico e tratamento de vinhos. Foi, no entanto conquistado pela Arqueologia que via patente nos museus franceses, sobretudo a do período paleolítico. Após o seu regresso a Portugal, em 1903, inicia as suas explorações, encontrando imensos objectos da Pré-História, não só no Concelho de Alenquer, como nos limítrofes e alguns mais afastados.
O museu está instalado no edifício da antiga Aula do Conde Ferreira (a primeira das 120 escolas de instrução pública que o Conde de Ferreira mandou instituir, em testamento), construída em 1871, ao que se crê em cima da Igreja de Stº Estêvão, Matriz da Vila, que foi totalmente destruída. Segundo a tradição, esta Igreja, a mais antiga da vila, teria sido construída por D. Afonso Henriques, sobre as ruínas de uma mesquita.
- Museu do Vinho – expõe, dá a provar e vende os melhores vinhos da região, sendo doze os produtores que estão representados. Está instalado num edifício de XIX, o antigo Celeiro Público. Mantém uma exposição relativa à evolução das técnicas e instrumentos utilizados na produção vitivinícola e tem uma área para provas e concursos. Simultaneamente, promove percursos designados “Rota da Vinha e dos Vinhos do Oeste”, visitando os vários produtores. A visita do museu é gratuita, bem como os percursos, muito embora os produtores visitados controlem o número de visitas e de provas.
- Celeiro Público – a sua construção teve como fim apoiar os agricultores na recuperação das propriedades devastadas pelas Invasões Francesas, através de empréstimos de sementes, a ser pagas com os resultados da colheita seguinte. Na lápide existente sobre a porta pode ler-se “REAL CELEIRO PÚBLICO ERIGIDO COM A NATUREZA DE MONTE PIO EM EXECUÇÃO DA CARTA RÉGIA DE 26 DE JULHO DE 1811”. Em 1889 passou para a posse da Junta de Freguesia de Triana, e lá foi instalada uma escola. Recentemente sofreu um completo restauro e remodelação – o edifício é hoje ocupado pelo Museu do Vinho.
- Museu João Mário – foi inaugurado em 1992 e detém muitas obras de artistas nacionais e estrangeiros
-Capela do Espírito Santo – no local onde a Igreja foi erigida existiria, anteriormente, os Paços da Família Real. D. Isabel, a Rainha Santa transformou estas instalações em albergaria
- Capela da Igreja de S. Pedro - há já vestígios, documentos, que provam que já existia em 1239 e, em 1758, o seu prior declarou ser a segunda, em antiguidade, na vila. A pia batismal é quinhentista e, tendo sido arrasada com o terramoto de 1755, foi posteriormente reconstruída – em 1941 foram feitas obras, para receber as cinzas de Damião de Goes, natural de Alenquer e de sua mulher, Joana de Hargen, que se encontravam numa outra igreja, arruinada. Foi, assim construída uma capela para onde foram transportados todos os elementos relacionados com o cronista e sua mulher: a laje tumular, uma lápide com as armas de ambos, outra lápide com inscrição e escultura da cabeça de Goes, uma janela com pequenos colunelos e o próprio pavimento. Foi também trazida para esta capela tumular uma escultura do “Ecce Homo” trazida pelo cronista, para Portugal. Esta capela é imóvel de interesse público.
- Casa da Torre – em Alenquer
- Castelo – foi construído no tempo em que os mouros dominavam a região, como uma fortaleza muito importante estrategicamente. De acordo com o que está descrito na lenda da criação de Alenquer, a fortaleza foi conquistada por D. Afonso Henriques. Posteriormente foi alvo de vários cercos, nunca bem sucedidos, o que atesta a sua qualidade e robustez.
- Convento de Santa Catarina da Carnota – na freguesia de Santo Estêvão, na vila de Alenquer. A velha Ermida de Stª Catarina, localizada junto ao rio, foi doada por D. Sancha a Frei Zacarias, um dos dois companheiros de S. Francisco de Assis, por ele enviados para Portugal, em 1216. Nela, Frei Zacarias fundou o primeiro eremitério franciscano, em Portugal. Mais tarde, em 1219, por aqui passam cinco missionários, vindos de Itália, a pregar o Evangelho aos mouros, acabando por ser martirizados, em Marrocos. No séc. XVII a Ermida foi transformada em oratório de Stª Catarina dos Mártires, tendo sido sujeita a obras de reconstrução, terminadas em 1623, de acordo com a data inscrita na fachada lateral – tem um pequeno claustro, de estilo renascença. A Casa do Capítulo era coberta de belos azulejos.
- Convento de S. Francisco – foi fundado em 1222. Sendo de reduzidas dimensões, foi agraciado, no testamento de D. Beatriz de Gusmão, mulher de D. Afonso III e donatária da vila, com dinheiro para que os Frades adquirissem mais terreno. Foi ela também que mandou construir a igreja conventual, com portal gótico. Como noutros Conventos da época, foi criada uma escola, no Séc. XIV, onde eram ensinadas gramática, filosofia, casuística e teologia. Vários reis se interessaram por este Convento e lhe mandaram fazer melhoramentos, tais como D. Duarte, D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, que mandou renovar o claustro e o pórtico da Casa do Capítulo, a expensas da Coroa. O terramoto de 1755 destruiu a Igreja, o dormitório e a enfermaria, salvando-se o claustro e algumas dependências próximas. Após a reconstrução, que apenas deixou, na Igreja o pórtico ogival, esteve muitos anos abandonado, até que passou para a posse do Município, para que os terrenos fossem utilizados como cemitério. A Igreja passou a Matriz da Vila e as restantes dependências do Convento a Hospital da Misericórdia.
- Fábrica de Lanifícios Chemina – a COMPANHIA DE LANIFÍCIOS DA CHEMINA foi estabelecida por dois irmãos José Joaquim e Salomão Santos Guerra, no final do Séc. XIX, em edifício projetado para o efeito. Em pouco tempo tinha 200 operários e fabricava xales, casimiras, castorinas, cintas, barretes e cobertores, optando por uma máquina a vapor, ao contrário das outras empresas similares da época, que utilizavam energia hidráulica – não podemos esquecer que o rio passava tão perto da fábrica… Depois de várias vicissitudes passou a chamar-se Empresa Lanifícios do Tejo, Ldª e, em 1994 está prestes a deixar de funcionar e, em 2000 sofre um grande incêndio. Os edifícios são hoje propriedade municipal.
- Fábrica do Papel – é fundada sob proteção régia e, para a construção das instalações muitas propriedades, agrícolas e não só, foram expropriadas. A laboração é interrompida pelas Invasões Francesas. A mesma Carta Régia que ajudou os agricultores a recuperarem as terras, ajudou também a fábrica do papel a recuperar as suas instalações. Como a Fábrica de Lanifícios, encerrou também, depois de várias vicissitudes.
- Igreja da Misericórdia de Alenquer – a Casa e a Confraria da Misericórdia foram instituídas em 1527, por D. João III. Foi refeita e acrescentada por um fidalgo da casa do Cardeal D. Henrique e restaurada depois do terramoto de 1755. Nela existem pinturas de Vieira Lusitano e Josefa de Óbidos. O edifício contíguo à Igreja foi Casa de Despacho e hospital, este fundado em 1655. Posteriormente foi utilizado para outros fins, nomeadamente tribunal e sede de clubes locais. A igreja é imóvel de interesse público.
- Igreja de Stª Maria da Várzea – já era paróquia em 1203. Data de 1561 a pia batismal, de desenho simples, que hoje está na Igreja da Misericórdia. Damião de Goes foi aqui sepultado, em 1574.
- Mosteiro de Nª Srª da Conceição – este mosteiro foi fundado em meados do Séc. XVI, por um fidalgo da Casa de D. João III.
- Igreja de Nª Srª da Assunção de Triana – muito embora a tradição diga que a igreja foi mandada construir pela Rainha Santa Isabel, já era paróquia em 1239. Esta igreja foi encerrada após a implantação da República e acabou por ficar em ruínas. Posteriormente foi restaurada e, hoje em dias, está aberta ao público.
- Moinhos da Cabreira, no Alto da Cabreira e do Carmo, em Paredes – ambos em ruínas.
Freguesia de Abrigada
- Capela de S. Roque
- Igreja e Cruzeiro da Senhora da Graça
- Palacete do Visconde da Abrigada
Freguesia de Aldeia galega da Merceana
- Capela de S. Sebastião
- Capela do Espírito Santo
- Capela de Espírito Santo – no lugar do Arneiro
- Casa da Rainha
- Igreja da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana
- Pelourinho de Aldeia Galega da Merceana
Freguesia de Aldeia Gavinha
- Capelas de S. Luis dos Franceses, do Espírito Santo e de S. Sebastião, esta em ruínas
- Fonte Gótica
- Igreja de Stª Maria Madalena
- Casa Museu Palmira Bastos – Palmira Bastos nasceu em Aldeia Gavinha, freguesia do Concelho de Alenquer e foi registada com o nome de Maria da Conceição. Em 2000 a Junta de Freguesia, em colaboração com a Câmara Municipal, reedificaram a casa onde a atriz nasceu, nela instalando, para além dos serviços da Junta de Freguesia, um Museu a ela dedicado, com peças de vestuário, outros artigos da atriz e fotografias. Palmira Bastos – nasceu em 1875, filha de um ator e uma atriz, ambos espanhóis, ligados a uma companhia de teatro ambulante. Pouco depois do seu nascimento, o pai desapareceu e o grupo de teatro foi desfeito, ficando a mãe sem aquele meio de subsistência. Como tal foi para Lisboa, trabalhando de dia como modista e, à noite, como corista nos teatros. A filha acompanhava-a, razão pela qual cedo entrou no mundo do espetáculo – aos 15 anos começou a sua carreira, no teatro da Rua dos Condes.
Dois anos depois passou a fazer parte da Companhia Rosas e Brazão e, entretanto, adotou o nome artístico de Palmira, que era também o da sua mãe. O apelido Bastos veio do casamento com o empresário teatral Sousa Bastos. O primeiro grande êxito de Palmira Bastos, em 1900, foi a peça a Boneca, que teve 600 representações. A partir de então teve uma carreira brilhante, passando pelo Teatro Nacional D. Maria II e voltando, mais tarde, a um dos teatros onde se estreara, o Avenida, e onde terminou a carreira. Em 1962 visita a sua terra natal, sendo descerrada uma placa comemorativa do facto na casa onde nasceu. Em 1965 foi objeto de uma homenagem nacional.
A referida casa é hoje a sede da Junta de Freguesia.
Freguesia de Cabanas de Torres
- Capela de Srª do Ó
- Igreja de S. Gregório Magno
- Moinhos do Alto dos Cortiços – são quatro moinhos, no Alto dos Cortiços
Freguesia de Carregado
- Igreja de Nª Srª de Fátima
- Marco da Mala-Posta – na EN3, próximo de Casal Pinheiro
Freguesia de Ota
- Marco de Cruzamento – imóvel de interesse público
Freguesia de Vila Verde dos Francos
- Castelo de Vila Verde dos Francos – em ruínas
- Fonte Gótica de Vila Verde dos Francos
SERRA DE MONTEJUNTO
Próximo de Alenquer fica a Serra de Montejunto, maciço rochoso que nos permite ver, de um lado a zona rural, de extensos vinhedos e, do outro o Oceano Atlântico e toda a Costa Rochosa com as belas Praias de permeio. Nos tempos, em que o Rally de Portugal tinha o seu início em Lisboa, era espetacular e temida a Classificativa de Montejunto, principalmente pelo nevoeiro e por alguns precipícios de respeito…
Em plena Serra, entre a vegetação constituída essencialmente por pinheiros mansos, encontramos a Real Fábrica do Gelo que, desde o Séc. XVIII produzia gelo. A água era distribuída de um poço para cerca de 44 tanques largos e baixos, onde congelava. As camadas de gelo eram retiradas, transportadas para poços fundos onde eram envolvidas em palha e conservadas, até serem transportadas para Lisboa. A Real Fábrica e este sistema de produção de gelo funcionaram até finais do Séc. XIX. A localização desta Fábrica é de facto no concelho do Cadaval mas, uma vez nas proximidades, poderá aproveitar-se para a visita.