Chaves
- Torre de Menagem do Castelo de Chaves - foi D. Dinis que mandou reconstruir o Castelo de Chaves, para reforçar as defesas da nossa fronteira, e porque ele tinha elevado Chaves à categoria de vila, por ser uma terra com condições e localização privilegiada para essa mesma defesa.
Hoje resta somente a Torre de Menagem. O recinto onde está implantadas, ajardinado e delimitado por muralhas construídas na altura da Guerra da Restauração, para reforçar a defesa da vila, tem expostas algumas peças do Museu da Região Flaviense.
- Igreja de Santa Maria Maior – é a igreja Matriz, medieval, com imponente torre sineira; tem portal românico. Sofreu alterações sensíveis, no séc. XVI, sobretudo nos portais e na abóbada estrelada da capela-mor, em que se destaca a Capela do Santíssimo, a ela ligada, pelo lado do Evangelho, com painéis de azulejos do estilo rococó. Merecem ainda menção a pia baptismal, o lavabo da sacristia, maneirista, e um pequeno retábulo que encima o arcaz da sacristia, em talha dourada, com elementos maneiristas e barrocos.
- Igreja da Misericórdia – fica próxima do Castelo e da Matriz. Foi construída no séc. XVII, barroca, com fachada de granito. No interior, que é de uma só nave, podem ver-se painéis de azulejos do séc. XVIII. O altar-mor é de talha dourada. A parede posterior da igreja assenta na cerca urbana medieval
- Ponte Romana de Trajano – esta ponte é o que de mais importante os romanos deixaram na cidade Aquae Flaviae e, desde há muito tempo o seu ex-libris. Foi construída entre o final do séc. I e o início do séc. II d.C., no tempo do Imperador Trajano. A ponte tem cerca de 150 m de comprimento – por isso, pelos 12 arcos que tem e pela maneira como foram construídos, ela é uma grande obra de engenharia. No meio, a ponte tem dois marcos honoríficos, louvando os flavienses e os outros povos que ajudaram na construção. Foi o principal acesso à cidade, até aos anos 50 do século passado, altura em que se tornou necessária uma outra, mais ajustada às necessidades. Hoje é ponte pedonal.
- Paço do Duque de Bragança - fica no centro histórico de Chaves, junto à Torre de Menagem. Foi mandado construir por D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I, quando se casou com D. Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira. A construção terá sido iniciada em 1410 e foi aí que nasceram os três filhos do casal. Foi posteriormente modificado, para aí ser instalada a Guarda Principal de Trás-os-Montes e, posteriormente, outras funções militares. Do traçado inicial do Paço não se vislumbra praticamente nada. Hoje é lá que funciona o Museu da Região Flaviense.
- Museu da Região Flaviense- como dito acima, está instalado no Paço construído para residência de D. Afonso e D. Beatriz. Curiosamente, D. Afonso era dedicado às artes e às letras, sendo um homem muito culto.
O Museu tem expostas peças comprovativas da ocupação da região por vários povos – pré-romanos, romanos, suevos e árabes. Merecem destaque as aras romanas, votivas e os marcos miliários.
Encontram-se ainda, no Museu, outros testemunhos, de outras épocas anteriores, como pontas de lança, punhais, esculturas e objetos de adorno, alguns em ouro, como o da foto, que provam também a riqueza aurífera do subsolo cujas minas de ouro, já na altura, eram exploradas. Muitas peças encontradas na região de Chaves estão expostas em museus nacionais como o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu Martins Sarmento e até no British Museum, em Londres.
- Forte e Convento de S. Francisco – tendo sido fundado como Convento de S. João da Veiga, da Ordem dos Templários, veio mais tarde a consagrar-se à Ordem da Soledade de S. Francisco, cujo Capítulo decidiu, em 1629 construir um novo Forte, em Chaves, junto à Igreja de Nª Srª do Rosário. D. João IV, deu grande apoio a esta construção que desempenhou papel importante nas lutas pela Restauração da Nacionalidade e durante as Invasões Francesas. Hoje no perímetro do Forte funciona um hotel.
- Igreja de Nª Srª do Rosário – a existente capela foi reconstruída e transformada em Igreja, aquando da construção do Forte. Pertence atualmente ao Hotel S. Francisco.
- Capela de Stª Catarina – séc. XIII, é uma capela de planta longitudinal, com coro alto, de arquiteturta maneirista e barroca.
- Capela - Hospital Real e Igreja de São João de Deus - O Hospital Real foi construído no séc. XVII., para assistir os soldados e oficiais do Regimento de Infantaria de Chaves. Sendo dirigido por frades, foi mandada erigir uma igreja que, após a extinção das ordens religiosas foi profanada várias vezes, tendo também sido sujeirta a várias obras de restauro
- Capela de Nª Srª da Lapa – foi construída no séc. XVII, apresentando, na fachada portal, janelas e óculo com decoração vegetalista em que se destaca a que ladeia o portal, impressionante trabalho de canteiro, a imitar os trabalhos de talha, em madeira. Numa ombreira da porta da sacristia pode ver-se uma caixa de esmolas muito fora do comum – em madeira pintada
- Capela de Nª Srª do Loreto –foi construída no final do séc. XVII (1696), pelo abade de Monforte, que nela fez depositar as relíquias de S. Bonifácio Mártir. É uma capela maneirista, com coro alto, e fachada interessante. No interior, cobertura em falsa abóbada de berço abatido, em caixotões pintados e retábulo em talha dourada, barroco.
- Pelourinho de Chaves – data do séc. XVI, o pelourinho, símbolo de autonomia judicial. Foi retirado em final do séc. XIX e recolocado em 1910, embora não tivesse sido essa a última vez que foi mudado. O capitel, constituído por pirâmide invertida e truncada, lavrada, tem um brasão numa das faces. No topo tem cinco colunelos, nos cantos e um no centro, este encimado por uma esfera armilar.
- Forte de S. Neutel – forte seiscentista, tipo Vaubun, com duas linhas de muralhas e fosso interno, semelhante ao de S. Francisco, que lhe fica próximo. Tem belo portal armoriado, com inscrição de que consta a data de construção, uma bela fonte de mergulho, e a Capela de Nª Srª das Brotas, em estilo maneirista.
- Edifício da Câmara Municipal- pertenceu ao Morgado de Vilar de Perdizes. No séc. XIX o então presidente da Câmara propôs a sua compra, para lá serem instalados os serviços camarários. Assi m foi feito.
- Museu de Arte Sacra da Região Flaviense - está localizado num edifício anexo à Igreja Matriz e reúne o acervo de arte sacra da cidade e do concelho, com especial destaque para elementos ligados a Idácio o Límico, bispo de Chaves, que se notabilizou pelo seu “Chronicon” – escritos em que narra a invasão da região pelos bárbaros, de que foi vítima, ao ser preso por Frumário, o rei suevo que arrasou a cidade Flaviense.
Outro dos pontos de interesse é o painel dedicado à Serra do Larouco, cuja massa “disforme e abrupta que irrompe no horizonte” fascinou o imaginário do Homem desde a Pré-História, que lhe deu uma essência mais divina que terrena, como provam os altares em louvor da “serra e do deus que dela emana, o deus Larouco”
Podemos ver também, no museu, o baú “sepulcro domino” e estátuas de vários santos, como Nª Srª de Fátima, Stª Bárbara, Stª Ana, Menino Jesus de Praga e S. Joaquim e outros e um conjunto de objetos litúrgicos, como crucifixos, castiçais, cálices, galhetas, missais, paramentos e outros.
- Museu Militar de Chaves – está instalado na Torre de Menagem, e foi criado em 1978, altura em que foram comemorados os 19 séculos do Município de Chaves. Tem quatro pisos, cada um com temas diferentes, dentro da história militar de Portugal e sempre mostrando armas, espadas, uniformes, bandeiras, peças de artilharia e outras que foram sendo usadas pelo nosso Exército. Assim, em pisos diferentes são expostas peças usadas na época da Reconquista, entre elas um elmo e espada de D. João I, uma bandeira da fundação de Portugal e da Ordem de Avis, e armaduras e espadas do séc. XVII. Outro dos pisos é dedicado às Guerras Peninsulares (1808-1815), com armas e uniformes – não esqueçamos que a 2ª Invasão Francesa, liderada por Soult, entrou em Portugal pela região de Chaves.
O 3ª piso é dedicado à I Guerra Mundial – 1914/18 – com o espólio do General José Celestino da Silva que, não tendo participado na 1ª Grande Guerra, foi um distinto militar flaviense que, durante 14 anos foi Governador da então Província de Timor, lugar que exerceu com saber e inteligência, procurando a pacificação e boa relação com os locais, preservar espécies botânicas como o sândalo e introduzir culturas, como a do café, mandar construir o primeiro porto acostável do território … Quando, o rei D. Carlos – que foi subalterno do General no Regimento de Infantaria Nº 2 do Príncipe D. Carlos - morreu, no regicídio de 1908, o General, até aí protegido pelo Rei, foi destituído e, para regressar a Portugal, contou com a ajuda pecuniária de um malaio. O café de Timor é um dos melhores do Mundo…
No 4º piso, a exposição é dedicada à Guerra Colonial (1961-1974) e mostra sobretudo material capturado às forças inimigas, como canhangulos, metralhadoras, azagaias, catanas e outras. A paisagem que se desfruta do cimo da Torre é magnífica.
- Núcleo de Chaves do Museu Ferroviário – está instalado numa antiga “cocheira “ de carruagens e o edifício da estação é um espaço sócio cultural – o caminho de ferro, inaugurado, em Portugal, em 1856, com o percurso Lisboa – Carregado, chegou a Chaves em Agosto de 1921.
- Barragem Romana da Abobeleira – foi construída pelos romanos, para abastecimento da cidade de Aquae Flaviae, na embocadura da Ribª de Sanjurge, próximo da localidade de Abobeleira. Os muros da barragem teriam 5m de largura e 20m de altura, construídos com blocos graníticos, ligados por “opus caementicium”, o cimento inventado pelos romanos, bastante duradouro. O escoamento da água, para a cidade era feito por um aqueduto, de que só resta um tramo inicial.
- Complexo Termal de Chaves – os romanos, usuários na instalação dos seus balneários, com águas quentes e frias, desfrutaram desta água termal única, há mais de 2000 anos.
Hoje, as Termas de Chaves providenciam um alargado leque de serviços não só terapêuticos como de beleza e recuperação do corpo e logo, da mente.
As Termas de Chaves ficam em plena cidade, na margem direita do Rio Tâmega, numa belíssima paisagem, em que se pode encontrar a Fonte do Povo e a Buvete, em que os visitantes podem saborear a água das Caldas de Chaves, a título gratuito.
- Parque Botânico e Zoológico da Quinta do Rebentão – neste parque promove-se o contacto com a natureza, os animais – gamos, póneis, javalis, cabras, aves - numa zona verde, em que se preserva a paisagem típica da região. O Parque Biológico existente proporciona também a possibilidade de os visitantes se abstraírem do ruído normal de uma cidade, absorvendo o ruído natural de um parque como este, com animais, aves, árvores, ribeiro e o seu marulhar… Existe, também, no Parque uma Quinta Pedagógica que passa às crianças o contacto com a vida no campo e os seus afazeres.
Freguesia de Águas Frias
- Castelo de Monforte de Rio Livre- o castelo foi construído entre os séc. XIII e XIV, altura em que Monforte de Rio Live era um senhorio do Príncipe D. Francisco, irmão de D. João V. Era um concelho, medieval, que foi já extinto. Quase todo o conjunto edificado foi-o no final do séc. XIII início do séc. XIV. No interior do castelo existia a Casa da Câmara, Igreja Paroquial e a Capela de Nª Srª do Prado, construções que se mantiveram até ao séc. XVIII. A Torre de Menagem, que dá ao castelo o seu cariz militar, foi construída em 1312.
Freguesia de Cimo de Vila de Castanheira
- Igreja de S. João Baptista – data dos séc. XIII/XIV. É uma pequena igreja de nave única, capela mor mais baixa e estreita que a nave, a que está ligada a sacristia. Tem também, junto à sacristia, uma torre, que terá sido sineira. Nas paredes laterais podem ver-se pinturas murais do séc. XVI. Logo à entrada há uma pia batismal, em granito.
Freguesia de Curalha
- Castro da Curalha – é um povoado fortificado, circundado por três linhas de muralhas, que se pensa ter sido ocupado entre os séc. VIII/VII a.C. e I/II d.C.
Tem planta elipsoidal e, internamente a disposição das habitações, quadradas, ao longo de um arruamento. Existem também habitações, do mesmo tipo, encostadas à muralha. O espólio do Castro da Curalha está patente no Museu da Região Flaviense e é composto, entre outras coisas, de moedas, contas de colar, tégulas, outro tipo de cerâmicas, mós redondas e objetos de bronze e escórias.
Freguesia de Eiras, S. Julião de Montenegro e Cela
- Igreja Paroquial de S. Julião de Montenegro – séc. XIII, românica, que, como a de Stª Leocádia, teve a fachada modificada, no séc. XIX. Na capela existe um grande retábulo de talha dourada, muito decorado.
- Cruzeiro de Eiras - Séc. XVII. Uma inscrição diz que foi construído em 1650.
Freguesia de Mairos
- Casa do Abade de Baçal – casa singular, construída no séc. XIX, onde viveu este abade que foi pároco de Mairos e, simultaneamente, se dedicava à investigação, nas áreas da história e sobretudo da arqueologia. A ele se devem alguns achados arqueológicos importantes. Em 1925 o Abade de Baçal foi designado director-conservador do Museu Regional de Bragança que, desde 1935, se chama do Museu do Abade de Baçal.
- Estação de Arte Rupestre do Tripé de Mairos - vários penedos graníticos estão inscritos motivos variados, antropomorfos, círculos simples, ferraduras, paletas, covinhas dispersas, duas figuras de equídeos, uma delas montada, um atleta exibindo a sua força, pegadas gravadas na rocha – uma de adulto e duas juvenis, uma laje esculpida nas duas faces – numa delas representa um casal a caminhar, na noite, ele com um archote de palha, aceso e apoiado num varapau. Pensa-se que datará do Calcolítico e Bronze Inicial.
Freguesia de Nogueira de Montanha
- Igreja Paroquial - séc. XIII, românica, tendo a fachada sido modificada no séc. XIX, por construção de campanário. O corpo é formado por duas naves, de épocas diferente, separadas por dois arcos. A Capela-mor, mais baixa que a nave, tem dois altares laterais.
Freguesia de Outeiro Seco
- Igreja de Nª Srª da Azinheira - séc. XIII, uma das igrejas mais originais do período tardo-românico da região de Chaves. Tem nave única e capela–mor quadrangular com teto de madeira. A porta principal é ornamentado por capitéis com decoração vegetalista e zoo-antropomórfica.
Freguesia de Planalto de Monforte
- Pedra Bolideira – Monumento Natural – fica próximo da povoação de Bobadela de Monforte, junto à EN103, a 18 km de Chaves. É um maciço granítico, como tantos outros que se observam, da Serra do Brunheiro que tem a particularidade de, apesar do seu peso brutal, de várias toneladas e das suas dimensões (3 m alt x 10m comprimento), oscila se se lhe dá um “empurrão” É de facto surpreendente.
Freguesia de Redondelo
- Solar do Visconde de Rosário
- Quinta da Macieira – séc. XVIII, com portal, fachada da capela e varanda da fachada principal em estilo barroco.
Freguesia de Santa Leocádia
- Igreja de Santa Leocádia – séc. XIII, românica, é já referida num documento régio, em 1264. É constituída por uma nave, a que está ligada a capela-mor. Foi modificada no final da Idade Média, mediante uma impressionante composição mural, terminada já no séc. XVI e englobando elementos renascentistas.
Freguesia de Stº Estêvão
- Castelo de Stº Estêvão – de acordo com os relatos, já existia uma grande propriedade rural, possivelmente fortificada, no séc. XI e, em 1212 o castelo existia, uma vez que foi conquistado por Afonso IX de Leão e Castela, a pretexto de defender os direitos da sua filha, a Infanta D. Teresa. Só em 1231, após o acordo de paz do Sabugal o castelo voltou para a coroa portuguesa. A sua localização levava a que se desse ali o encontro entre os reis português e de Castela, nomeadamente D. Afonso III foi ao castelo de Stº Estêvão, em 1253, para receber a sua futura esposa, D. Beatriz
Freguesia de Calvão e Soutelinho da Raia
- Igreja Paroquial de Soutelinho da Raia – séc. XVII/XVIII, barroca, dedicada a Santa Bárbara. No interior podem ver-se restos de frescos que teriam decorado as paredes, na primitiva feição renascentista da igreja e talha polícroma nos altares mor e laterais.
Freguesia de Soutelo e Seara Velha
- Outeiro Machado – conjunto de insculturas, num rochedo de 16m de comprimento por 6m de largura. As cerca de trezentas representações estão dispostas em orientações diferentes e constituídas por símbolos diferentes. A maior parte dos símbolos surge de modo isolado, sem ligação com os restantes.
Freguesia de Vale de Anta
- Capela da Granjinha – românica, construída no séc. XIII, é uma das mais interessantes igrejas deste estilo, em Trás-os-Montes, embora de construção e decoração muito simples. O povoado tem origem em tempo muito anterior ao da construção da igreja, pensando-se que terá sido uma “Villae” romana.
Freguesia de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras
- Igreja de Nª Srª da Conceição de Vidago - construída no séc. XX, com traça próxima das igrejas românicas