Porquê Miranda do Douro?
Miranda do Douro é uma terra de tradições seculares, de fronteiras naturais erguidas em água e de costumes intemporais vincados na cultura portuguesa. Situada no ponto mais a leste de Portugal, a nordeste de Trás-Os-Montes, é um dos doze municípios que compõem o distrito de Bragança. Cidade raiana exemplar é, no entanto, a proximidade com Espanha que dá origem a certos traços culturais inspirados na história destes dois países. Aliás, é em Miranda do Douro que se fala o mirandês, uma variante local do antigo idioma ásturo-leonês, próprio do Reino de Leão.
Por estas terras, o humor pungente, aliado à boa-vontade típica nortenha, é uma característica do charme dos habitantes. As suas festas, romarias e feiras não só dão a conhecer as várias tradições, como avivam a memória das lendas locais, como a da Moura Encantada, da Senhora do Monte ou da Senhora do Picão — cujas expressões mais caricatas ganham espaço no léxico diário:
— Antonho, pega uma rosa...
— Olha! Rosas em janeiro!
Mas fora o encanto popular, encontrará também a harmonia única entre a flora e a fauna local. Na margem ocidental do Rio Douro, a cidade ergue-se imponente no topo de montes escarpados de xisto e ocupados por longos pardos verdes, onde as vistas são inigualáveis e de cortar a respiração. Deixe-se perder e viaje connosco no tempo.
O cultivo da terra é uma prática que ultrapassa gerações
As imponentes paisagens vistas a partir do Douro
Uma ponte com o passado de Portugal
Paço Episcopal de Miranda do Douro
Conhecer a história
Durante o período da Lusitânia pré-Romana, vários foram os povos que deixaram a sua marca e influência à extensão do território da Península Ibérica. Os vestígios da ocupação visigoda e, mais tarde, moura ficaram perfeitamente acentuados durante a passagem romana. Miranda do Douro não foi exceção — e foi graças à influência árabe que ganhou o seu primeiro nome, "Mir Andul".
A conquista de terras aos mouros, ao longo do século XII, conferiu-lhe o estatuto de importante ponto estratégico de defesa, tendo D. Afonso Henriques mandado construir o castelo e a cerca de muralhas, que transformaram Miranda do Douro numa verdadeira praça de armas.
Já no século XVI, a região foi elevada à categoria de cidade e de sede do Bispado de Trás-Os-Montes, pela mão do Rei D. João III. Tal distinção fez com que entrasse numa fase de prosperidade caracterizada pela construção de nobres edifícios, como a Igreja de Santa Maria Maior, que durante dois séculos tinha a categoria de Sé.
Em 1762, durante a Guerra dos Sete Anos, o exército de Eduardo III invadiu Tás-Os-Montes e, no calor da refrega, um tiro de canhão atingiu o paiol com 500 barris de pólvora, destruindo as quatro torres do Castelo e os respetivos bairros periféricos. Dois anos depois, o Bispo D. Frei Aleixo Miranda Henriques abandonou Miranda do Douro, trocando-a por Bragança.
Com a chegada dos conflitos entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela — a chamada Guerra de Restauração —, e mais tarde durante as invasões francesas do século XIX, a cidade sofreu muitos revezes e perdeu uma significativa parte da sua influência.
Hoje, Miranda do Douro detém numerosas áreas de comércio, com o calçado e a indústria têxtil a funcionarem como os alicerces da região. O mercado mirandês é amplo e internacional, cujos compradores são maioritariamente os vizinhos espanhóis que atravessam propositadamente a fronteira.
Em busca dos sabores
Carnes de raças autóctones, produtos hortícolas diretamente da terra de quem os cultiva, doçaria árabe que se funde com a portuguesa, cheiros fortes e convidativos — costuma-se dizer que todos os caminhos vão dar a Roma; pois assim, todos os sabores vão dar a Miranda do Douro. A comida é tão importante para a história quanto a sua preparação. Ao sentar-se à mesa, encontrará com frequência a famosa sopa com castanhas transmontana, o arroz de polvo, o cordeiro assado na brasa e o tradicional butelo com cascas. Contudo, não estaríamos no Norte sem os devidos destaques:
Alheira:
Enchido típico da culinária portuguesa cujos principais ingredientes podem ser carnes de aves, pão, azeite, banha, alho e paprica. A sua tradição diz que a confeção deve começar de manhã cedo, para que haja tempo para todo o processo. É normalmente apresentada cortada ao meio e devidamente acompanhada de batatas e grelos cozidos. Há, claro, quem prefira cortar as batatas às rodelas e alourá-las na gordura que as próprias alheiras largam.
Enchidos:
A arte dos enchidos vem de um saber ancestral partilhado entre os habitantes das aldeias mirandesas. Seguindo uma mestria genuína e praticamente intocável, o fumeiro dispensa apresentações, visto que seria impossível não reconhecer um sabor tão famoso. O Festival de Sabores Mirandeses, realizado no fim de semana de Carnaval, coloca à vista de todos uma rica seleção da comida mais adorada de Miranda do Douro e atrai centenas de curiosos todos os anos.
Onde ficar
Uma passagem por Miranda do Douro pede uma experiência próxima da natureza e em contacto com os afazeres tradicionais da população. Como tal, recomendamos a Casa de l Bárrio, mesmo à porta de Picote. Está à sua espera uma estadia em casas de arquitetura tradicional da Terra de Miranda, restauradas com materiais naturais, predominantemente o granito, o zimbro e o carvalho negral. Se apresentar o cartão ACP na reserva, tem até 15% de desconto.
A Casa D'Augusta tem um charme rural misturado com uma acomodação de luxo. Pode escolher entre 8 suites duplas. O hotel proporciona também passeios inesquecíveis de caiaque, enoturismo e ainda percurso pedestres com guia. Se fizer a sua reserva através da plataforma booking.com, tem um desconto até 10% com o cartão ACP.
Casa de l Bárrio
Casa D'Augusta
Os pauliteiros de Miranda do Douro
Os famosos Pauliteiros de Miranda do Douro são composto por oito homens que executam uma chamada “dança de guerra” batendo com paus uns nos outros. Esta dança é complementada pelos sons de uma gaita-de-foles e de um bombo – ocasionalmente junta-se à festa um tamborileiro que toca em simultâneo com uma flauta pastoril e um tamboril. A origem desta dança não reúne consenso, mas pensa-se que tenha sido influenciada pelas práticas pagãs da Transilvânia, na Roménia, que se espalharam com o passar dos séculos pela Europa. No entanto, pode-se apurar que tal tradição subsiste em Miranda do Douro, sendo uma famosa manifestação do folclore nacional. Alguns historiadores defendem também que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira de origem Helénica e que teriam sido os Romanos os responsáveis pela sua introdução na Península Ibérica.
O próprio traje alude a esse passado militar: o chapéu decorado representa o capacete militar; o colete trabalhado e a camisa imitam a armadura; a saia, os lenços, as meias altas em lã e as botas fazem também referência a essa época.
A língua de um outro Portugal, o mirandês
O mirandês, a língua que se fala no nordeste transmontano, pelos caminhos das aldeias de Miranda do Douro, sem esquecer uma parte do concelho de Vimioso, começou a ouvir-se muito antes da fundação da nacionalidade. As suas origens — tal como as do português — vêm do latim, visto que era este o idioma falado no Reino de Leão.
Conservada a tradição, foi reconhecida como língua oficial de Portugal em 1999; e apesar de haver uma diminuição da sua procura, marca hoje presença em algumas salas de aula como disciplina opcional.
Conheça algumas frases em mirandês:
Outras perspetivas
Uma viagem privilegiada pelo Douro:
- Com a Douro Acima – Cruzeiros, pode saborear uma deliciosa refeição a bordo, enquanto deslumbra uma vista ímpar. Uma escolha ideal para casamentos, batizados ou até para uma saída romântica; os sócios ACP têm desconto até 20%.
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Um dia em Miranda do Douro
Itinerários possíveis
Sugestão de itinerário 1 I 47 km
Tempo do percurso I 51 minutos, tempo de condução
Uma visita pelo vasto património de Miranda do Douro, sem esquecer as suas principais freguesias.Conhecerá, neste itinerário, o ar puro do Planalto Transmontano.
Sugestão de itinerário 1 I 65km
Tempo do percurso I 1h12 minutos, tempo de condução
Este percurso dá prioridade às vistas mais rurais de Miranda do Douro: os campos verdes, os céus claros, os bons produtos regionais e os vários burros que verá pelo caminho.
Sugestão de itinerário 1 I 59km
Tempo do percurso I 1h9 minutos, tempo de condução
Este itinerário passa por algumas das freguesias mais históricas do município. Há ainda uma paragem pela Barragem do Picote, que acrescentará um toque de frescura à sua viagem.
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