Todos os partidos com deputados eleitos por Aveiro querem abolir as portagens na autoestrada 25 (A25) que não foram abrangidas pela isenção aplicada em janeiro, mas só o PS e o Chega incluíram esta matéria no seu programa eleitoral.
Num comunicado divulgado hoje, a distrital de Aveiro do PS afirmou que só a vitória dos socialistas nas legislativas antecipadas garante o fim das portagens na A25, em reação a declaração do presidente do PSD, Luís Montenegro, que afirmou no domingo que o problema do pórtico da A25 em Aveiro não estava esquecido.
“Eu não estou esquecido da matéria do pórtico na A25”, afirmou o líder do PSD, durante a apresentação do candidato da coligação PSD/CDS/PPM à Câmara de Aveiro.
Montenegro, que encabeça a lista de candidatos às legislativas da AD - Coligação PSD/CDS pelo círculo de Aveiro, lembrou que já tinha assumido que “aquilo não faz sentido”, mas disse que pretende resolver todos os casos que têm alguma semelhança no país.
Em causa está a manutenção de três pórticos no início da A25 (dois pórticos no município de Aveiro e um em Albergaria-a-Velha), por pertencerem a uma concessão que não foi abrangida pelo diploma que aboliu o pagamento de portagens nas vias rápidas estruturantes do Interior e Algarve conhecidas como SCUT.
Esta segunda-feira, a distrital do PS reassumiu a luta pela abolição total das portagens na A25, como forma de aliviar os encargos das populações que dependem destas vias, mas também para impulsionar o desenvolvimento económico e social da região, afirmando que só o PS está empenhado em abolir essa “aberração”.
“O PS inscreveu no seu programa o alargamento da isenção na A25 a toda a sua extensão, ao contrário do programa da coligação PSD/CDS, que ignora por completo esta reivindicação da região de Aveiro”, refere um comunicado assinado por Hugo Oliveira, o presidente da distrital socialista e número três na lista de candidatos a deputados do PS pelo círculo de Aveiro.
A manutenção de portagens na A25, na região de Aveiro, tem gerado indignação dos autarcas e da população local e motivou a realização na passada sexta-feira de um buzinão na Avenida Europa, em Aveiro, numa ação do Movimento de Utentes Serviços Públicos (MUSP).
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O cabeça de lista do Chega em Aveiro, Pedro Frazão, esteve presente nesta iniciativa e afirmou, na altura, que as portagens são para abolir mesmo, considerando uma vergonha o que se passa em Aveiro, onde os cidadãos continuam “sequestrados e rodeados de portagens que continuam a ser pagas”.
“O Parlamento aprovou e o Estado não cumpre, porque está refém das concessionárias das autoestradas”, observou Pedro Frazão, apelando ao voto no Chega para fazer cumprir o que se aprovou no Parlamento em junho de 2024, que “foi parar com as portagens nas ex-Scut”.
Apesar de o partido ainda não ter divulgado publicamente o seu programa eleitoral, Pedro Frazão garantiu à Lusa que esta medida está inscrita no documento.
O deputado da Iniciativa Liberal, Mário Lopes, que nestas eleições volta a ser o cabeça-de-lista do partido por Aveiro, também defende o fim dos pórticos na A25, apesar de o seu partido ter votado contra a isenção das portagens e de serem a favor do princípio do utilizador pagador.
“Se se avançou com essa medida faz todo sentido que ela seja aplicada de forma igualitária para toda a autoestrada e não sejam excluídos alguns pórticos. Esta situação é profundamente injusta para os habitantes deste distrito”, afirmou Mário Lopes.
O deputado da IL esclareceu ainda que esta medida não faz parte do programa de Governo do partido, porque este documento “foca-se em medidas de âmbito nacional e que afetam todo o território”.