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Alfa Romeo Junior chega em setembro

| Revista ACP

Regresso da marca italiana ao segmento dos pequenos SUV faz-se com um preço de entrada abaixo dos 30 mil euros.

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Quase seis anos depois da Alfa Romeo ter descontinuado o pequeno Mito, a emblemática marca italiana regressou ao mercado dos automóveis do segmento B com este novo SUV, denominado Junior. Em Portugal a data de chegada está marcada para setembro e a Alfa Romeo garante que o modelo de entrada vai ficar abaixo dos 30 mil euros no mercado nacional.

Muitos ainda recordam a polémica da troca do nome, há cerca de um mês, em que o modelo foi lançado com o nome de Milano, mas uma semana depois teve de ser rebatizado como Junior, numa história que envolveu ministros e locais de produção fora de Itália.

Mas esse percalço apenas ajudou a dar ainda mais notoriedade a um regresso muito esperado. O Junior já incorpora os principais códigos e fórmulas de sucesso da Stellantis, grupo a que pertence. Com um ar mais “rebelde” e linhas mais sedutoras, o Junior vai juntar-se a companheiros de grupo como Opel Mokka, Fiat 600, Peugeot 2008 e Jeep Avenger. Todos eles utilizam a arquitetura modular e-CMP2 do grupo, com o Junior a ser proposto com duas versões de motor elétrico e um híbrido a gasolina de 48 volts.

Se a base de sucesso está lá, transversal a vários modelos de um grupo que incorpora 14 marcas de automóveis, tal nem por isso retira personalidade a um modelo, como explicou ao ACP o designer responsável pelo Alfa Romeo Junior, Alejandro Mesonero-Romanos, num contacto com o Junior no Centro Stile da Alfa Romeo, em Torino: “trabalho neste setor há trinta anos e nunca na minha vida fiz um carro que não tivesse de partilhar a plataforma com outro modelo. Nunca. Portanto, é um falso problema, não é um problema real. Porque as plataformas são apenas o esqueleto do automóvel”.

Responsável por modelos que marcaram gerações (Renault Laguna, vários Seat e vários Cupra, mas também os mais recentes Alfa Romeo Tonale e o portentoso 33 Stradale), este espanhol não se deixa intimidar com as noções de economia de escala e controlo de custos: “a definição de automóvel decorre do design e do esquema mecânico. E nas suas dimensões. Por isso, para um designer, digo-vos muito honestamente, a questão das plataformas não me interessa. Desde que o carro seja bonito e bom de conduzir, o resto são falsos problemas”.

O Junior é, de facto, uma das maiores criações que utiliza a plataforma e-CMP2 da Stellantis. Com 4,17 metros de comprimento, está alguns centímetros mais comprido que o Avenger e o Mokka, embora seja praticamente idêntico ao Fiat 600 e ligeiramente mais curto do que o Peugeot 2008. No entanto, o Alfa Romeo Junior consegue ter um aspeto distinto, graças a alguns elementos de estilo que já passam como imagem de marca do seu designer: a frente apresenta faróis ultrafinos, com uma entrada de ar mais escura na parte inferior do para-choques e a grelha da Alfa em plástico texturado por baixo de um emblema montado na extremidade dianteira do capot.

Visto de lado, o Junior apresenta uma superfície mais limpa, com um vinco simples mais abaixo e outro mais alto que se curva sobre o arco da roda traseira para acentuar os “ombros” do carro. De perfil parece mais um hatchback do que um SUV, perspetiva partilhada pelo designer Mesonero-Romanos, com uma área envidraçada relativamente grande e um puxador da porta que, tal como no Jeep Avenger, está integrado no pilar C. A traseira tem uma “cauda” mais alta, com um elemento inovador de iluminação de peça única que incorpora uma fina assinatura LED, mais o emblema Alfa Romeo.

Em termos de esquema mecânico, as versões elétricas – Elettrica (38.500€) e Speciale (40.500€) - do Junior partilham a habitual configuração de bateria e carregamento Stellantis, com uma capacidade de 50 kWh e potência de carregamento até 100 kW. O Junior debita assim 156 cv com uma autonomia de 410 km em medição WLTP, mas que pode chegar aos 590 km em ciclo urbano, diz a Alfa Romeo.

O Junior Elettrica Veloce (47.500€) vai chegar mais tarde ao mercado, no entanto possui um motor mais potente, com 240 cv, montado à frente (o mesmo que deverá ser usado no próximo 600e da Abarth) e uma calibração de chassis personalizada que inclui um diferencial mecânico Torsen, uma relação de direção mais rápida, uma via alargada, barras estabilizadoras dianteiras e traseiras diferentes, suspensão mais rígida que baixa a altura de condução em 25 mm, travões reforçados (discos de 380 mm à frente) e jantes de liga leve de 20 polegadas.

A versão a gasolina do carro chama-se Junior Ibrida e ainda não tem preço divulgado para Portugal, mas a marca garante que ficará abaixo dos 30 mil euros. Tem um motor a gasolina de 1,2 litros e três cilindros com 136 cv, que incorpora um motor elétrico de 48 V (28 cv de potência) com caixa automática de seis velocidades, permitindo que o carro funcione apenas com eletricidade em cerca de 50% do tempo na cidade.

No interior, o Junior mantém-se fiel ao hardware e-CMP2 da Stellantis com um par de ecrãs de 10,25 polegadas- um para o painel de instrumentos digital e o outro um ecrã tátil para o infoentretenimento. No entanto, os designers tentaram dar ao painel de instrumentos do Alfa uma identidade distinta, com uma forma de carenagem mais pronunciada à volta dos mostradores e das saídas de ar em "folha de trevo".

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O Alfa Junior é apresentado como um SUV de segmento B - por isso não se deve esperar um espaço completo de um carro familiar no interior do habitáculo. Há um espaço decente para dois adultos à frente, embora o túnel central estilizado ofereça relativamente pouco espaço de arrumação entre eles. No entanto, as coisas apertam nos bancos traseiros, com apenas um espaço médio para as pernas dos adultos mais altos, o que poderá ainda ser mais afetado se optar pela versão Veloce, com os espessos bancos desportivos com encosto em plástico. O espaço para a cabeça é menos problemático.

Nada disto será um entrave para a Alfa Romeo conseguir captar novos clientes, já que o Junior é uma proposta ousada e emotiva, mas racional e acessível. O Junior já pode ser encomendado e as primeiras unidades deverão chegar entre setembro e outubro.

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