Dos fabricantes de automóveis presentes no Salão Automóvel de Munique, 41% eram asiáticos e o número de marcas chinesas nos stands duplicou em relação ao último salão, segundo contas feitas pela Reuters. Marcas como BYD, Leapmotor e MG são alguns dos destaques.
Os executivos da indústria europeia receiam que a iniciativa da União Europeia de eliminar as vendas de novos veículos a combustão até 2035, juntamente com as políticas comerciais relativamente abertas, dêem vantagem aos fabricantes chineses de veículos eléctricos, que têm como trunfo a predominância do fabrico de baterias na China.
Executivos chineses como Wang Chuanfu, da BYD, Robin Zeng, da CATL, e Brian Gu, da Xpeng, apelaram aos fabricantes de automóveis alemães para que estabeleçam mais parcerias com os rivais chineses.
"A Alemanha tem grandes princípios e uma ordem bem estabelecida para a concorrência, por isso espero que possamos chegar ao próximo nível juntos", disse Zeng, da CATL. "Há um provérbio na Alemanha que diz que se formos ao longo do rio descobriremos o oceano. Se avançarmos e o fizermos de uma forma acessível, chegaremos realmente onde queremos estar", afirmou aquele gestor.
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Wan Gang, o alto funcionário do governo conhecido como o "pai dos Veículos Elétricos" da China, usou o palco de Munique para reforçar a mensagem de que a colaboração internacional é o melhor caminho, sem nunca referir a relação cada vez menos colaborativa da China com os Estados Unidos.
A "colaboração internacional" costumava significar que os fabricantes de automóveis alemães usavam os fabricantes chineses como parceiros juniores para ter acesso ao maior mercado do mundo. Agora, diz a Reuters, a Volkswagen, a BMW e a Mercedes estão a tentar recuperar o atraso na China e a lutar para evitar perder mais quota para as marcas chinesas no seu mercado nacional e europeu.