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Produção automóvel cai 15% no primeiro trimestre do ano

| Revista ACP

Quebra registada numa altura em que EUA impõem uma nova política comercial ao resto do mundo.

Stellantis-Mangualde

A produção automóvel em Portugal recuou 15% nos primeiros três meses de 2025. Segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), saíram das fábricas nacionais 81.246 veículos até março, enquanto no primeiro trimestre do ano anterior foram produzidas 95 mil unidades.

Entre janeiro e março, foram produzidos 62.277 veículos ligeiros de passageiros, menos 19,5% face ao período homólogo, 18.127 veículos de mercadorias, mais 7,7% do que há um ano, e 842 veículos pesados, menos 38,8% face ao trimestre homólogo.

Para a ACAP a quebra na produção automóvel nos primeiros três meses do ano “confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel, já que 97,3% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que contribui de forma positiva para o saldo da balança comercial portuguesa”.

A quebra na produção automóvel é verificada num momento em que os Estados Unidos da América implementam tarifas aduaneiras adicionais de 25% a todos os automóveis exportados para aquele país. Acresce ainda a intenção de aplicarem tarifas recíprocas de 20% sobre todos os bens vindos da União Europeia.

A Europa continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional”, segundo a ACAP. Mais de 86% dos veículos vão para outros países europeus, sendo a Alemanha (17,8%), Itália (12,9%), Espanha (10,6%) e França (10,6%) os principais destinos.

Não obstante, não é totalmente indissociável a nova política comercial norte-americana da quebra verificada no primeiro trimestre do ano.

 

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O desempenho das principais fábricas

A unidade de Palmela que produz veículos para a Volkswagen fabricou 55.126 automóveis, menos cerca de 16 mil do que no período homólogo, levando aquela a fábrica a representar no trimestre menos de 70% da produção nacional, quando historicamente assegura cerca de 75%.

Segundo o Jornal de Negócios, o primeiro trimestre deste ano representa o pior arranque de ano da Autoeuropa desde 2022, quando a produção automóvel foi abalada pela escassez de semicondutores devido a disrupções nas cadeias de abastecimento, causadas pela pandemia da covid-19.

A unidade que a Stellantis tem em Mangualde, Viseu, produziu 23.508 unidades, mais 15,9% face aos primeiros três meses de 2024.

Já as a Mitsubishi Fuso Truck, no Tramagal registou uma quebra de 42,5% na produção, para 1.849 viaturas, enquanto a produção da Toyota Caetano subiu 34,3%, para 748 veículos, e a CaetanoBus fechou os primeiros três meses do ano com uma subida de 25%, para 15 unidades.

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