Em janeiro o presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), Ola Källenius pediu uma revisão das metas de emissões para 2025.
Agora, Sigrid de Vries, diretora geral da ACEA, pediu não só mais flexibilidade à União Europeia nas metas impostas, bem como o fim das multas por excesso de emissões, cujos critérios se tornaram mais exigentes este ano.
Em conferência de imprensa citada pela agência de notícias Efe, Sigrid de Vries afirmou: “não se trata de mudar o destino, trata-se de ajustar a forma como lá chegamos”, reforçando que uma revisão das metas não será sinónimo do abandono da aposta na eletrificação da indústria.
Para 2025 as metas fixam um limite médio de emissões dos modelos vendidos de 93,6 g/km, ou seja, menos 15% do que as metas do ano passado. Em caso de incumprimento (situação que é bastante provável) os construtores incorrem em multas de 95 euros por carro e por grama acima do estipulado.
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Em setembro Luca de Meo, o anterior presidente da ACEA, alertou que se estes critérios não forem alterados este ano as multas poderão ascender aos 15 mil milhões de euros, um valor muito superior aos 500 milhões pagos pelos construtores há quatro anos.
Numa altura em que as vendas e elétricos estão longe do esperado — em 2024 baixaram 5,9% face a 2023 —, os construtores europeus alertam que o valor das multas acabará por ser desviado, precisamente, dos projetos de desenvolvimento de modelos 100% elétricos.
Com críticas relativas à falta de desenvolvimento da rede de carregamento, de incentivos à compra de modelos elétricos e até à falta do desenvolvimento de um ecossistema para a produção de baterias, os fabricantes europeus já apresentaram alternativas às multas.
De acordo com a Efe, uma das propostas que suscitou mais interesse junto da União Europeia consiste na imposição de quotas de veículos não poluentes nas frotas das empresas. Afinal, 40% das vendas de automóveis novos na União Europeia são destinados a frotas.
Recorde-se que atualmente decorre um diálogo estratégico entre a Comissão Europeia construtores de automóveis, fornecedores e sindicatos para delinear um plano de ação que permita proteger o setor.
Deste diálogo vai resultar um plano de ação para o setor automóvel que será apresentado pelo comissário europeu Apostolos Tzitzikostas a 5 de março.