A entrada em vigor para a proibição da comercialização de veículos novos a gasolina e gasóleo está prevista para 2035, mas os receios acerca deste objetivo continuam a emergir.
Agora é o Tribunal de Contas Europeu que alerta que esta transição pode colocar em causa a soberania económica e industrial da União Europeia no setor automóvel.
Apesar de reconhecer a necessidade da transição para a mobilidade elétrica, este organismo deixa alguns alertas, um deles relativo ao fraco desenvolvimento da indústria de baterias europeia.
Acerca deste aspeto, o advogado Luís Romão, especialista em direito da concorrência e direito comunitário, com experiência na indústria de transportes e energia, recorda que as baterias produzidas na União Europeia correspondem a menos de 10% do mercado. Em contrapartida a China possui uma quota de mercado de cerca de 76%.
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Para Luís Romão, outro problema para a União Europeia diz respeito ao acesso às matérias-primas necessárias para a produção das baterias, com as reservas europeias a serem escassas quando comparadas com as chinesas.
Numa altura em que um em cada sete carros novos vendidos na Europa já é elétrico continuam também a faltar uma rede completa de postos de carregamento e um método de pagamento uniformizado para os carregamentos.
Tudo isto leva o advogado Luís Romão a assumir que talvez venha a ser necessário rever os objetivos europeus para a eletrificação do parque automóvel.