Governo escolhe Alcochete para o novo aeroporto

| Revista ACP

Também ficaram definidas as opções da Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid e da terceira travessia sobre o rio Tejo. 

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Após um longo processo com mais de 50 anos, o governo finalmente definiu a localização do tão aguardado novo aeroporto de Lisboa. E tal como já foi sugerido no início da década de 1970, Alcochete vai receber a nova estrutura aeroportuária.

Segundo o primeiro-ministro, Luís Montenegro, as obras propostas devem ficar prontas no prazo de 10 anos, num investimento que, de acordo com os cálculos da Comissão Técnica Independente (CTI), vai superar os 6 mil milhões de euros, embora o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, já tenha afirmado que aquele valor deverá ser ultrapassado. O novo aeroporto internacional de Lisboa vai ocupar o atual Campo de Tiro de Alcochete e vai ter o nome de Aeroporto Luís de Camões. Já o atual aeroporto da Portela vai ser, depois, encerrado.

A decisão foi anunciada pelo Governo esta terça-feira, após a reunião de Conselho de Ministros, e segue as recomendações da Comissão Técnica Independente (CTI), um organismo nomeado pelo anterior governo para estudar o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa.

A opção por um só aeroporto é assim justificada pelo governo: "a solução de dois aeroportos duplica(ria) os efeitos ambientais negativos e a solução única se localiza em zonas com baixa densidade populacional. Lisboa é a 2ª capital europeia com mais habitantes expostos a ruído aeronáutico".

O Governo defende Alcochete como a solução mais adequada aos interesses do país, não só por se situar em terrenos públicos (sem ter de recorrer a expropriações), mas sobretudo por atuar "como catalisador da atividade económica da zona do Arco Ribeirinho Sul, devido à intermodalidade entre aeroporto, ferrovia e rodovia com acesso a Sines (desenvolvendo o hub logístico nacional)". Acresce isto, segundo os argumentos apresentados, a possibilidade de “acomodar os planos de expansão da TAP, cujas projeções preliminares são de 190-250 aeronaves em 2050". Com esta decisão caíram outras opções: Vendas Novas, Portela + Alcochete, Portela + Vendas Novas, Portela + Montijo, Montijo + Portela, Santarém e Portela + Santarém.

O Conselho de Ministros aprovou ainda mais duas decisões estruturantes: a par do novo aeroporto, devem ser construídas em simultâneo as novas acessibilidades como a Terceira Travessia do Tejo (TTT), entre Chelas e o Barreiro, e a Alta Velocidade Lisboa-Madrid, de forma a acertar calendários de execução da obra com Espanha e reduzir o tempo de viagem entre as duas cidades para três horas ou menos.

Luís Montenegro quer a Terceira Travessia com a possibilidade de circularem comboios e automóveis sobre o Tejo, mas esta intenção vai ser submetida ao resultados dos estudos pedidos à Infraestruturas de Portugal (IP), que deverão estar concluídos até dezembro. O governo estima um investimento de cerca de 3,5 mil milhões de euros na terceira travessia e TGV.

 

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