Este mês, o Green NCAP testou um lote de sete automóveis para determinar as suas credenciais ecológicas. Incluem dois veículos da Honda: o Civic e o primeiro SUV elétrico de sempre da marca japonesa, o e:Ny1. Outros dos testados foram o Jeep Avenger, que também foi recentemente avaliado nos aspecto da segurança, o Mercedes-Benz GLC, o MINI Countryman, o Škoda Karoq e o Subaru Crosstrek.
Destes cinco SUV colocados no banco de ensaios do Green NCAP, dois (Jeep Avenger e Honda e:Ny1) são movidos a eletricidade, mas todos, por diferentes critérios, vão certamente atrair a atenção dos consumidores. No entanto, é o novo Honda Civic que impressiona o Green NCAP com o seu "eficiente sistema híbrido e desempenho robusto".
Para o Green NCAP, o Honda Civic revela-se "uma escolha de topo para quem procura uma alternativa ao elétrico". O Civic é "eficiente em termos energéticos" e oferece uma "opção mais sustentável" do que outros SUV de maiores dimensões, dado o seu tipo de carroçaria mais leve. O Civic tem um "sistema híbrido completo, que mostrou as suas verdadeiras capacidades durante os testes em condições reais" do Green NCAP.
Em condições de condução vantajosas, o consumo de gasolina "desceu até 3,8 l/100 km, mantendo-se baixo mesmo em cenários de condução agressiva", constatou o Green NCAP. Com 3 Estrelas e uma Pontuação Média de 56%, o Civic "oferece uma opção prática e mais leve com benefícios ambientais significativos em comparação com outros veículos" não totalmente eléctricos.
O e:Ny1 da Honda é o primeiro SUV elétrico da marca. Com um peso de 1.677 kg, este pequeno SUV oferece uma capacidade de bateria utilizável de 58,7 kWh, suportando "uma autonomia realista de 380 km em condições de condução típicas", com um "baixo consumo de energia de cerca de 17 kWh/100 km no teste de condução em estrada", afirma o Green NCAP.
Apesar de manter uma utilização "eficiente da energia em autoestrada, com 27,3 kWh/100 km", o e:Ny1 enfrentou duros desafios durante o Teste de Ambiente Frio do Green NCAP (-7°C), em que "a procura de energia aumentou para 40,2 kWh/100 km, afectando também a sua classificação em termos de gases com efeito de estufa". No entanto, a eficiência de carregamento da Honda, "acima da média", de 90,2%, contribuiu positivamente para a sua classificação, e o e:Ny1 obteve uma Pontuação Média de 94% e conquistou as 5 Estrelas Verdes.
Recorde-se, porém, que o Euro NCAP testou recentemente o desempenho de segurança do Jeep Avenger, tendo este obtido uma classificação de segurança de apenas 3 estrelas. O modelo produzido pela Stellantis sai-se melhor nos testes ambientais do Green NCAP, com "valores baixos de consumo de energia em todos os cenários". A sua capacidade de bateria utilizável é de 51 kWh, ligeiramente inferior à do Honda e:Ny1, mas "os testes em condições de inverno revelaram melhores resultados para o Avenger, com 29 kWh/100 km", o que lhe valeu uma classificação mais elevada. Em condições médias, o Jeep consegue uma autonomia de 360 km. Com uma pontuação máxima de 97%, o Avenger obtém 5 Estrelas Verdes.
Outros modelos testados, como o Mercedes-Benz GLC com o seu grupo motopropulsor a gasóleo, também revelaram qualidades notáveis. Este SUV "mild hybrid" demonstrou uma limpeza excecional dos seus gases de escape. Os sistemas avançados de controlo de poluentes do GLC resultaram em emissões de partículas extremamente baixas, atingindo "elevados níveis de qualidade do ar" nos testes do Green NCAP.
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Apesar do seu tamanho e do grupo motopropulsor com motor de combustão, a robusta redução de emissões do GLC permite-lhe alcançar pontuações que o tornam "uma das opções a gasóleo mais limpas do mercado". Embora os automóveis a gasóleo sejam frequentemente criticados por uma maior poluição, o desempenho do GLC prova que, quando concebidos com precisão, "podem manter um baixo impacto ambiental", diz o Green NCAP. Além disso, graças à utilização adequada do potencial de eficiência da unidade de tração a gasóleo de 48 V, o Mercedes GLC recebe uma Pontuação Média de 55% e ganha 3 Estrelas Verdes.
O MINI Countryman, um hatchback familiar com caraterísticas de SUV, está equipado com um motor a gasolina turbo de 2 litros apoiado por um sistema mild-hybrid de 48 V. Embora as emissões de poluentes sejam geridas de forma eficaz e o Countryman demonstre um "forte comportamento" em termos de Ar Limpo, tem uma pontuação fraca no Índice de Gases com Efeito de Estufa, "típico dos veículos de maiores dimensões alimentados a combustíveis fósseis". Embora os seus valores de consumo medidos não sejam impressionantes, continuam a ser dignos de crédito para um veículo com a sua dimensão e grupo motopropulsor. Globalmente, o MINI reclama 2½ Estrelas Verdes e uma Pontuação Média de 46%.
Na categoria dos SUV compactos, o Škoda Karoq, equipado com um motor a gasolina turbo de 1,5 litros com 110 kW de potência máxima, demonstrou uma gestão fiável dos poluentes, deixando "pouca margem para melhorias nas emissões de partículas". O consumo de combustível variou de acordo com as condições, registando um mínimo de 5 l/100 km na condução em estrada e um máximo de 7,8 l/100 km no teste em autoestrada, típico para este tipo de veículo e grupo motopropulsor. Globalmente, o Škoda Karoq obtém uma Pontuação Média de 52% e ganha 3 Estrelas Verdes.
O Subaru Crosstrek - com um motor a gasolina de 2,0 litros naturalmente aspirado, tração integral permanente e uma transmissão CVT - destina-se a consumidores que "necessitam de um veículo fiável e robusto, adequado tanto para a utilização quotidiana como para condução fora de estrada". A combinação do tradicional motor boxer da Subaru com um sistema híbrido de 118 V, conhecido como e-BOXER, suporta a condução eléctrica em situações de baixa carga.
No entanto, os cenários de carga elevada, como o Teste de Autoestrada do Green NCAP, levaram a uma maior utilização de combustível, o que, por sua vez, afectou a pontuação relativa aos gases com efeito de estufa. Apesar dos resultados positivos no controlo de poluentes e no seu sistema híbrido, o Crosstrek apenas consegue reunir 2 Estrelas Verdes com uma Pontuação Média de 39%.
Segundo o diretor técnico do Green NCAP, Aleksandar Damyanov, "em 2025, o Green NCAP planeia adaptar o esquema de classificação de acordo com o interesse crescente dos consumidores em métricas ambientais práticas". Damyanov revelou que o Green NCAP vai "dar mais importância à autonomia, à eficiência no mundo real e ao consumo de energia, concentrando-nos nos aspectos que têm um impacto real na utilização diária". Esta afinação na doutrina dos testes é "reforçada por este lote de resultados, que realça a importância dos futuros protocolos, especialmente porque os híbridos e as tecnologias limpas a gasóleo demonstram que também podem cumprir as rigorosas normas no âmbito da nossa abordagem actualizada", contextualizou.