Além de ter revelado um aumento considerável das multas por excesso de velocidade nos primeiros três meses do ano, o relatório da ANSR de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária de março de 2024 revela um cenário pouco positivo no que diz respeito à sinistralidade em Portugal.
De janeiro a março de 2024 foram registados 8268 acidentes com vítimas, 105 vítimas mortais, 552 feridos graves e 9642 feridos leves no Continente e nas Regiões Autónomas.
Ou seja, registaram-se mais 251 acidentes (+3,3%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 17 feridos graves (+3,4%) e mais 337 feridos leves (+3,8%) do que no período homólogo de 2023.
Já face a 2019 — ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030[2] fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal — registaram-se menos 153 acidentes (-1,8%), menos 15 vítimas mortais (-12,5%) e menos 419 feridos leves (-4,2%). Porém, houve mais 19 feridos graves (+3,6%).
Entre os tipos de acidentes mais frequentes no primeiro trimestre de 2024 destaca-se a colisão, correspondendo a 51,4% dos acidentes, 43,7% das vítimas mortais e 44,6% dos feridos graves. Já os despistes, que representaram 32,8% do total de acidentes, foram responsáveis por 42,7% das vítimas mortais.
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Apesar de no período em análise o número de vítimas mortais fora das localidades (54) ser ligeiramente superior ao apurado dentro das localidades (49), houve um aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+8,9%) face a 2023.
Os automóveis ligeiros continuam a representar a principal categoria de veículo interveniente nos acidentes (74,3%), mas há a ressalvar os incrementos significativos nos velocípedes (+33,1% face a 2019 e +2,2% comparando com 2023) e nos motociclos (+21,1% e +0,2% perante os mesmos anos).
Estes números têm reflexo nos dados relativos às vítimas totais por categoria de veículo. Assim, entre janeiro e março de 2024, 56,4% do total de vítimas mortais deslocava-se num veículo ligeiro (-6,6% e +7,4% face a 2019 e 2023, respetivamente);18,5% circulava em motociclos (+21,6% e -0,2% face a 2019 e 2023, respetivamente) e 6,3% em velocípedes (+35,7% e +1,1% comparando com os mesmos anos).