O presidente da Stellantis, John Elkann, já deu início à procura de um sucessor para o diretor executivo Carlos Tavares, cujo contrato termina no início de 2026, segundo notícia avançada esta segunda-feira à noite pela Bloomberg.
O 4º maior grupo do setor automóvel já confirmou a notícia. “A pouco mais de um ano do fim de um contrato de 5 anos, assinado em janeiro de 2021, é normal que um Conselho de Administração se debruce sobre o assunto com a necessária antecipação, dada a importância do cargo, sem que isso tenha impacto em discussões futuras, uma vez que ainda existe a possibilidade de Carlos Tavares permanecer mais tempo", afirmou fonte oficial da Stellantis à Revista ACP.
A mesma fonte rejeita a tese veiculada pela Bloomberg, a de que a pressão sobre Tavares está a aumentar devido ao fraco desempenho da Stellantis nos mercados, incluindo os EUA, a sua maior fonte de lucros.
Carlos Tavares, de 66 anos, tem seguido uma linha rigorosa de redução de custos, numa altura em que a Stellantis enfrenta o enfraquecimento da procura de carros eléctricos e a intensificação da concorrência dos fabricantes chineses. Nos EUA, o fabricante da Jeep e da Chrysler debate-se com elevados níveis de stock de produto, problemas de qualidade e uma quota de mercado em declínio.
Newsletter Revista
Receba as novidades do mundo automóvel e do universo ACP.
A resolução dos problemas nos EUA será uma “prioridade máxima” para a Stellantis até ao final deste ano, afirmou a Diretora Financeira Natalie Knight, citada pela Bloomberg, acrescentando que a empresa está a trabalhar arduamente para encontrar soluções que satisfaçam todas as partes interessadas, incluindo os concessionários. A Stellantis comprometeu-se recentemente a investir mais de 406 milhões de dólares em três instalações no Michigan.
O CEO português foi elogiado pelo seu esforço de eficiência nos anos que se seguiram à fusão da Fiat Chrysler e da PSA francesa em 2021, aumentando a eficiência de produção e os lucros. Nos meses que se seguiram à pandemia, a Stellantis beneficiou da contração na procura e dos preços elevados dos veículos, tendo as acções atingido um pico há seis meses. Em julho, o construtor automóvel registou uma quebra de 48% nos resultados líquidos do primeiro semestre.