As marcas chinesas conquistaram 11% do mercado europeu de carros eléctricos em junho, registando um recorde de matrículas, numa altura em que os fabricantes se esforçavam por contornar as rígidas tarifas da União Europeia que entraram em vigor no início de julho.

A Saic Motor liderou a tendência, enviando o hatchback MG4 para os concessionários em volume, de acordo com analistas da Dataforce, que compilou os números. Os carros registados antes de 5 de julho podem ser vendidos aos clientes sem os direitos adicionais sobre os veículos eléctricos importados.

As marcas chinesas registaram mais de 23.000 veículos eléctricos em toda a Europa durante junho, o maior número de sempre, mostram os números da Dataforce. As importações chinesas de fabricantes ocidentais, incluindo a Volvo, a BMW e a Tesla, também estão sujeitas às novas tarifas.

A questão de saber se os ganhos de volume podem ser sustentados vai ser seguida de perto nos próximos meses, à medida que as novas tarifas da UE se forem impondo. Os direitos provisórios da UE sujeitam a Saic a um encargo adicional de 38%, enquanto a BYD pagará mais 17% sobre os actuais 10% de direitos aduaneiros.

Os construtores de automóveis de ambos os continentes estão a apressar-se a aumentar o fabrico de veículos eléctricos na Europa para poderem evitar os novos direitos aduaneiros, enquanto as tensões entre Pequim e Bruxelas correm o risco de se transformar numa guerra comercial.

Embora a empresa estatal Saic tenha sido responsável pelo maior salto nas importações da marca chinesa, cerca de 40% dos MG4 registados em junho foram auto-registos por concessionários - “um crescimento não muito saudável”, disse Gabriel Juhas, chefe de produto da Dataforce, citado pela Bloomberg.