Tráfego nas autoestradas bate recordes em 2023

| Revista ACP

Receitas das portagens refletem estes números. Acessos a Lisboa e Porto são os mais movimentados.

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Inflação, preços dos combustíveis perto de recordes e portagens mais caras, nada disto demoveu os portugueses de circularem mais nas autoestradas  em 2023.

Se em 2022 o tráfego diário nas autoestradas já tinha sido o mais elevado desde 2009, bastarem nove meses em 2023 para bater o recorde alcançado no ano transato.

Segundo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), entre janeiro e setembro deste ano circularam diariamente, em média, nas autoestradas portuguesas 22 095 veículos, um número que representa um aumento de 10% do tráfego face ao período homólogo de 2022, quando a média se fixou nos 20 184 veículos/dia.

Como termo de comparação, antes de 2022, só em 2009 se registou um valor próximo ao alcançado nos dois últimos anos, com uma média diária de 20 056 automóveis nas autoestradas portuguesas.

Como seria de esperar, este aumento do tráfego traduziu-se em maiores receitas das portagens. De acordo com a Brisa, no primeiro semestre de 2023 as receitas de portagens das 11 autoestradas que explora cresceram 20,4% face ao período homólogo de 2022, fixando-se nos 346 milhões de euros.

Também a Infraestruturas de Portugal (IP) viu as receitas obtidas através de portagens «dispararem» no primeiro semestre de 2023, chegando aos 154 milhões de euros, mais 16% do que nos primeiros seis meses de 2022.

Sem surpresa, é nos acessos a Lisboa e Porto que se encontram as vias com mais tráfego. Na região de Lisboa o IC19 (que liga Sintra a Lisboa) surge no topo, com 114 821 veículos diariamente até setembro, seguindo-se a A5 (93 687 veículos) e o IC17-CRIL (86 201 veículos).

no Porto cabe à VCI (também conhecida como A20), o título de via mais movimentada. É também na região norte encontramos a via com maior tráfego médio diário no verão, a A28 que liga o Porto a Caminha.

Entre julho e agosto e setembro esta via foi mesmo a mais movimentada do país. Em média, nestes três meses circularam diariamente naquela autoestrada 119 mil veículos, um valor que representa um aumento 246% face ao período homólogo de 2022, quando se registou um tráfego médio diário de apenas 37 787 veículos.

 

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Na base deste brutal aumento de tráfego na A28 está o facto desta via ser usada para aceder às praias da região, mas também as tradicionais romarias que naqueles três meses levaram muitos visitantes àquela zona do país.

Já na base do aumento do tráfego a nível nacional, em declarações, Álvaro Costa, especialista na área do Planeamento do Território e Ambiente, recorda que as “perturbações nos sistemas de transporte [como as greves] que influenciaram a operação da CP” podem ajudar a explicar o aumento de tráfego.

Como solução para reduzir o número de automóveis nas autoestradas, recomenda “o reforço da oferta de transportes públicos”, afirmando que “o transporte público tem de ser cada vez melhor em relação ao transporte individual”.

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