UE quer um carregador a cada 60 km até 2026

| Revista ACP

Construtores automóveis consideram acordo insuficiente para cumprir as reduções de emissões previstas até 2030 no setor rodoviário.   

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A União Europeia vai implementar pontos de carga eléctricos e de hidrogénio em toda a região durante os próximos anos, numa tentativa de estimular a transição para a mobilidade elétrica.

O Parlamento Europeu e os Estados membros chegaram a um acordo para a instalação de estações de carregamentos eléctricos para automóveis pelo menos a cada 60 quilómetros nas principais estradas até 2026, e também para camiões a intervalos de 120 km - metade dos quais deverão estar instalados até 2028. Até 2031, as estações de reabastecimento de hidrogénio deverão estar instaladas pelo menos a cada 200 km.

A falta de infraestruturas de carregamento é vista como um dos principais obstáculos à transição, com os condutores a indicarem a pouca autonomia dos veículos e a falta de carregadores como principais receios. Estudos recentes revelam que a venda de veículos elétricos cresceu 3 vezes mais depressa que o número de carregadores instalados

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As novas regras irão "assegurar que a condução e o carregamento de um automóvel de nova geração seja tão simples e conveniente como a de um carro que depende da gasolina", descreveu Ismail Ertug, o legislador responsável pelas negociações, citado pela Bloomberg. "Temos de descarbonizar o sector dos transportes, que continua a ser responsável por uma grande parte das emissões", referiu.

Em reação ao acordo, a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA) considera que o resultado das negociações permanece "muito abaixo do que seria necessário" para corresponder aos níveis de ambição estabelecidos para os fabricantes de veículos em termos de objectivos de CO2. "Uma 'lacuna significativa nas infra-estruturas' continuará a limitar as reduções de CO2 e a transição do nosso sector para a neutralidade climática", advertiu a diretora-geral da ACEA, Sigrid de Vries.

Segundo a ACEA, "para cumprir os níveis de redução de CO2 recentemente propostos para o transporte pesado (-45% até 2030), cerca de 400 mil camiões eléctricos e a hidrogénio (principalmente de longo curso) teriam de estar a circular" nas estradas da UE até ao final da década.

Além disso, diz a ACEA, "mais de um terço de todos os camiões novos vendidos teria de ser de emissão zero (perto de 100 mil camiões) por ano a partir de 2030". Estes veículos "exigiriam mais de 50 mil carregadores adequados para pesados, bem como pelo menos 700 estações de reabastecimento de hidrogénio". Com o estado actual das infra-estruturas de carregamento e reabastecimento, mesmo as actuais metas de CO2 (-30% até 2030) "estão fora de alcance".

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