Fundada em 2003, em cerca de 20 anos a BYD passou de ilustre desconhecida para uma das maiores produtoras de automóveis elétricos a nível mundial.
No total, em 2023 a marca chinesa vendeu 1,57 milhões de automóveis elétricos, mais 73% que em 2022, um valor que a aproximou da líder de vendas mundial deste tipo de veículos, a Tesla, cujas vendas ascenderam a 1,8 milhões de unidades.
A ultrapassagem da marca chinesa apoiada por Warren Buffett à Tesla parece também cada vez mais próxima. Só no último trimestre de 2023 a BYD vendeu mais veículos 100% elétricos do que a Tesla: 526 409 automóveis contra os 484 507 exemplares vendidos pela Tesla no mesmo período.
Apesar de impressionantes, estes números ainda são conseguidos (maioritariamente) no mercado doméstico — só 8% das 1,57 milhões de unidades foram vendidas fora da China —, que a BYD domina, impondo-se a cerca de 100 marcas que ali vendem automóveis elétricos.
Se juntarmos às vendas de elétricos os modelos movidos a novas energias (híbridos e híbridos plug-in), os resultados são ainda mais impressionantes. Afinal de contas, a marca encerrou 2023 com um volume de vendas recorde.
Com mais de 3 milhões de automóveis eletrificados vendidos no ano passado a BYD tornou-se líder global de vendas de veículos movidos a novas energias (NEV) pelo segundo ano consecutivo.
Em 2023 a marca também se estreou no Top-10 mundial de vendas de automóveis e manteve a liderança no mercado chinês.
Exportações são a aposta
Para tentar replicar o sucesso obtido no mercado doméstico bem como fazer face ao abrandamento daquela economia, a BYD tem vindo a apostar noutros mercados, com especial destaque para o europeu.
Essa aposta já deu frutos em 2023, ano no qual a marca chegou a mais de 70 países e seis continentes. No total, as exportações cresceram 334,2% para 242 765 unidades.
Além disto, recentemente a BYD anunciou a construção de uma fábrica na Hungria, a primeira no «Velho Continente».
Também em Portugal esta aposta é evidente. Chegada ao mercado nacional apenas em 2023 pela «mão» da Salvador Caetano, a marca tem vindo a crescer de forma inequívoca.
Depois de em maio ter inaugurado os seus primeiros quatro concessionários no país, depressa a BYD viu esse número crescer para os 12. A sua gama é também cada vez maior, contando atualmente com seis modelos.
As bases do sucesso
São vários os fatores que sustentam o crescimento da BYD nos últimos anos. Para começar, é capaz de produzir os motores, centralinas e os semicondutores para todos os seus veículos, o que lhe permite ter sua cadeia de valor verticalizada.
A isto juntam-se ainda os benefícios de diversas parcerias estratégicas a nível doméstico e internacional. Na China as parcerias locais têm-lhe permitido aceder a incentivos fiscais e apoios governamentais aos quais se juntam ainda os efeitos dos incentivos à compra de elétricos oferecidos pelo governo chinês.
Já a nível internacional, a BYD tem aproveitado os diversos acordos que tem com empresas estrangeiras para fornecer tecnologia e expandir a sua presença global.
Além das parcerias, outra área que tem impulsionado a BYD é a da inovação tecnológica. A empresa investiu em pesquisa e desenvolvimento para criar tecnologias de bateria avançadas e sistemas de propulsão eficientes que lhe permitem «bater-se» com as referências da indústria.
Por exemplo, foi pioneira na produção de baterias de fosfato de ferro-lítio (FePO4), reconhecidas pela sua durabilidade, segurança e menor impacto ambiental.
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Por fim, com preços cerca de 20% mais baixos que os praticados pelos seus rivais, a BYD beneficia ainda de uma ampla gama de modelos, algo em que contrasta consideravelmente com a oferta, por exemplo da Tesla.
Enquanto a marca de Elon Musk oferece somente cinco propostas — duas berlinas, dois SUV e uma pick-up —a BYD conta com uma gama de modelos elétricos muito mais alargada.
Esta estende-se desde o pequeno Seagull até ao topo de gama Han, passando ainda pelos SUV Tang e Atto 3, pelo compacto Dolphin, a berlina Seal e até uma carrinha comercial, a ETP3.