Há muito que as autoridades europeias e os construtores parecem de “costas voltadas”, com as primeiras a apontarem metas ambientais ambiciosas, e os segundos a alertarem para os riscos da sua implementação.

Porém, a Comissão Europeia parece estar a avançar no sentido de cessar este "conflito".

Já depois do presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) ter apelado a uma revisão das metas de emissões, a Comissão Europeia vai reunir com construtores de automóveis, fornecedores e sindicatos.

O objetivo é simples: delinear planos para proteger um setor crucial para a economia europeia, responsável mais de 13 milhões de empregos diretos e indiretos e cerca de 7% do PIB da União Europeia.

O anúncio destas reuniões foi feito pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen e surge numa altura em que o setor está ameaçado.

Os riscos surgem não só por uma onda de despedimentos em alguns construtores e fornecedores, como pela chegada das marcas chinesas e pelo impacto de potenciais tarifas comerciais dos EUA.

As reuniões arrancam a 30 de janeiro, e o responsável por criar um plano para proteger a indústria automóvel europeia será o comissário europeu dos transportes, Apostolos Tzitzikostas, que em novembro afirmou que o plano para o fim da combustão na União Europeia é para manter.

Com estas reuniões, a Comissão Europeia espera reforçar a competitividade do setor.

Para tal espera-se uma aposta na promoção de condições justas de concorrência face a construtores não europeus; em garantias de custos de produção mais competitivos, mas também numa harmonização da regulamentação europeia.