Centenas de proprietários de Renault Zoe viram as baterias dos seus carros elétricos bloqueadas de uma momento para o outro. Todos aqueles veículos foram adquiridos em segunda mão no stand automóvel E-Drive, em Vila do Conde, que os importou para Portugal.
Segundo o Jornal de Notícias, os lesados vão de particulares a empresas, passando até por câmaras municipais. A questão para todos foi sempre a mesma: aqueles carros elétricos deixaram de funcionar sem aviso prévio.
Outro pormenor em comum é o facto de que na fatura de compra refere-se explicitamente “viatura sem aluguer de bateria” e registo de propriedade sem qualquer reserva extraordinária.
A financeira RCI, do grupo Renault, invoca contratos de aluguer de baterias celebrados no estrangeiro. Por sua vez, o E-Drive alega que “o contrato cessa com a exportação”.
Além de várias denúncias no Portal da Queixa, há também processos a decorrer no tribunal, estando a Polícia Judiciária a investigar as alegadas burlas.
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Segundo aquele jornal do Porto, o caso de Carla Quadrado revela bem os contornos do sucedido: comprou um Renault Zoe em agosto de 2021, por cerca de 20 mil euros. Perto do Natal, quando a proprietária chegou ao carro deparou-se com uma mensagem de erro: “Carga bloqueada”. A partir desse dia, a bateria nunca mais carregou e o veículo não voltou a circular.
A concessionária E-Drive aconselha os queixosos a contactar a Mobilize, a empresa de mobilidade elétrica da Renault. A financeira, por sua vez, acena com um contrato de aluguer de bateria, celebrado no país de onde o carro foi importado. O contrato é celebrado com a Famaburgo, que importa os veículos e vende-os à E-Drive. No entanto, a morada da empresa é a mesma que a do stand, refere o JN.
O aluguer de baterias significava uma diferença de 8 a 10 mil euros, no modelo Zoe, cuja comercialização foi abandonada em 2019.