Um dia histórico para Portugal no que toca às 24 Horas de Le Mans que hoje tiveram lugar no mundialmente famoso circuito gaulês cerca de três meses após a data tradicional por causa da pandemia global da Covid-19.
Pela primeira vez na história da competição o pódio da categoria LMP2, a segunda mais importante da prova, conta com a presença de portugueses nas duas primeiras posições. Tudo graças à vitória de Filipe Albuquerque (Unieted Autosports), à frente do recém consagrado Campeão do Mundo de Fórmula E, António Félix da Costa (Jota).
Depois de se ter qualificado na sexta posição absoluta da grelha com o melhor tempo entre os LMP2, e de ter feito a partida para as 24 Horas de Le Mans, Albuquerque, que fez equipa com Paul di Resta e Philip Hanson, manteve a liderança à classe durante a primeira hora de prova. Contudo, e como era de esperar numa prova de resistência, nem tudo foram facilidades.
A primeira metade da corrida foi marcada por altos e baixos, com o português a chegar a ser cronometrado em sétimo. Mas a verdade é que à passagem da 13ª horas as coisas mudaram. A tripla de Albuquerque regressou à liderança, cedendo-a apenas por alguns momentos ao longo das duas horas que se seguiram. Com 16 horas de corrida feitas, o português era de novo primeiro, posição que não mais cedeu até final para vencer e, com isso, garantir a uma jornada do fim da época a conquista do título de Campeão do Mundo da categoria LMP2.
Enquanto isso, atrás dele, Félix da Costa teve um início de corrida mais duro, vindo de 12º da geral, e de sétimo da LMP2, a formação do português, composta ainda por Anthony Davidson e Roberto Gonzalez, começou por ganhar apenas uma posição ao cabo de uma hora, mas ao cabo de duas era já segundo. Contudo, nas horas seguintes, até à nona hora de corrida, passou por vários altos e baixos até chegar ao terceiro posto à passagem das 10 horas de competição.
Muito regular no mais baixo do pódio da LMP2, Félix da Costa e companheiros viram-se promovidos ao segundo lugar ao cabo de 16 horas de corrida, posição que não mais perderam até final.
Já no que toca ao vencedor à geral, e como era de esperar dado o favoritismo, a glória foi para a Toyota Gazoo Racing, desta feita com Kazuki Nakajima a cruzar a meta em primeiro lugar no que foi o resultado de um esforço em conjunto com Sébastien Buemi e Brendon Hartley. No segundo posto terminou a tripla da Rebelion Racing composta por Bruno Senna, Norman Nato e Gustavo Menezes, enquanto o terceiro lugar foi para o segundo Toyota. Mike Conway Kamui Kobayashi e José Maria Lopez ainda chegaram a passar pela liderança da corrida por várias vezes na sequência de trocas com os colegas de equipa, mas os problemas sentidos logo após a 12ª hora ditaram o desfecho.